sábado, 1 de fevereiro de 2025

ESTAÇÃO CONDE DE ARARUAMA - Na Linha do Litoral, dali partiam os históricos Ramais de Santa Maria Madalena e Manoel de Morais.

Acima, a bela Estação de Conde de Araruama em 2021, logo após ser totalmente restaurada, vista da esquerda para a direita. 

Abaixo, a Estação em 2024, fechada e sem uso definido começando a apresentar sinais do abandono.


Acima, Paulo Neiva Pinheiro e a bela Estação de Conde de Araruama em 2021logo após ser totalmente restaurada, vista da direita para a esquerda. 

Abaixo, a Estação em 2024, fechada e sem uso definido, já começando a apresentar alguns sinais do abandono.


Nas quatro fotos abaixo, a Estação Conde de Araruama em 2021, logo após a restauração.






Na foto de 2021 acima, o centenário Armazém que fica ao lado da Estação também havia sido restaurado. Esse armazém é do mesmo período da Estação, ou seja, por volta de 1878/79. 

Abaixo, o mesmo Armazém em 2024.



Abaixo, três históricos registros da Estação de Conde de Araruama.

 A Estação ao fundo, em 1979. Foto Ricardo Quinteiro de Mattos.

A Estação, à direita, e o armazém, à esquerda, em dezembro de 1993. Foto Luiz Antonio Mathias Netto.


A Estação em 1982. Foto de Hugo Caramuru.


A Estação em ruínas, em setembro de 2010. Foto Antonio Pastori.




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Estação CONDE DE ARARUAMA-RJ

Antiga SANTA FÉ, ENTRONCAMENTO e QUISSAMÃ

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Saída para o Ramal de Sta. Maria Madalena:

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Saída para a E. F. Quissamã

  quissama

 


Município: Quissamã-RJ

Linha Do Litoral - Km 266,276 (1960)

Altitude: 11 m

Estação inaugurada em: 1875.

Data da construção do prédio atual: 1918.

Estive no local em:  Ainda não visitei a Estação. Fotos do amigo Paulo Neiva Pinheiro que visitou a Estação em 2021 e 2024.

Uso atual: Restaurada, mas sem uso definido.

Situação Atual – Trafego suspenso. Com trilhos. 


E. F. Macaé a Campos (1874-1887)

E. F. Leopoldina (1887-1975)

RFFSA (1975-1996)




HISTÓRICO DA LINHA:

Segundo a página estacoesferroviarias, de Ralph Mennucci Giesbrecht... O que mais tarde foi chamada ‘linha do litoral’ foi construída por diversas companhias, em épocas diferentes, empresas que acabaram sendo incorporadas pela Leopoldina até a primeira década do século XX. O primeiro trecho, Niterói-Rio Bonito, foi entregue entre 1874 e 1880 pela Cia. Ferro-Carril Niteroiense, constituída em 1871, e depois absorvida pela Cia. E. F. Macaé a Campos. Em 1887, a Leopoldina comprou o trecho. A Macaé-Campos, por sua vez, havia construído e entregue o trecho de Macaé a Campos entre 1874 e 1875. O trecho seguinte, Campos-Cachoeiro do Itapemirim, foi construído pela E. F. Carangola em 1877 e 1878; em 1890 essa empresa foi comprada pela E. F. Barão de Araruama, que no mesmo ano foi vendida à Leopoldina. O trecho até Vitória foi construído em parte pela E. F. Sul do Espírito Santo e vendido à Leopoldina em 1907. Em 1907, a Leopoldina construiu uma ponte sobre o rio Paraíba em Campos, unindo os dois trechos ao norte e ao sul do rio. No início dos anos 1980 deixaram de circular os trens de passageiros que uniam Niterói e Rio de Janeiro a Vitória. No ano de 1996 a linha funcionou sendo operada pela FCA para cargueiros, tráfego este também suspenso anos depois e continua suspenso e abandonado até os dias de hoje.”


A ESTAÇÃO:

O amigo Paulo Neiva Pinheiro visitou a Estação de Conde de Araruama duas vezes: em 2021, quando ela havia acabado de ser restaurada; e em 2024. Segue o relato de suas visitas:

"A Estação foi inaugurada em 1875, com o nome de Santa Fé do Macabu, de acordo com o relatório do Presidente da Província do Rio de Janeiro, de 1876. A notícia do jornal O Globo (ver as caixas de 1875 e de 1878 nas fotos) diz que a criação desta Estação foi em 1875 e que, três anos depois, a ferrovia pedia para autorizar a mudança da Estação do km 49, onde estava, para o km 47, por motivo ignorado (quilometragens da E. F. Macahé a Campos da época). Na realidade era para ser construído ali o entroncamento com a E.F. Barão de Araruama.

A Estação Ferroviária de Conde de Araruama na sua época teve grande importância para o município por ter sido o centro comercial da cidade entre os séculos XIX e XX.

Vale ressaltar que o prédio atual não é o mesmo de 1875. Ele é um prédio posterior, talvez de 1878 ou 1879 pois precisou ser mudado de local para atender o entroncamento da E.F Barão de Araruama, assim como as fazendas açucareiras e o Engenho Central. O trem partia dali para Macabuzinho (Paciência), Conceição de Macabú, Triunfo, Leitão da Cunha, Trajano de Moraes, Santa Maria Madalena e etc...

Foi o primeiro local da cidade a ter aparelho telefone, que fazia a comunicação com o Engenho Central tendo sido instalado em 1882. Nessa época Quissamã pertencia á cidade de Macaé-RJ sendo um distrito dela.

A Estação foi construída também para permitir o transporte de cargas e de passageiros entre as propriedades açucareiras na chamada ferrovia agrícola de Quissamã. Suas ramificações chegavam às grandes fazendas Mandiquera, Machadinha, São Miguel e Santa Francisca, entre outras. Em 1879, foi aberto o primeiro trecho do ramal de Santa Maria Madalena, que saía dessa Estação construído pela E.F. Barão de Araruama.

A Estação chamou-se depois Entroncamento e, a partir de 1892, Quissamã. Dali saiam os Ramais de Santa Maria Madalena e o da Fazenda Quissamã, que, depois, obrigou a Estação a mudar seu nome para Conde de Araruama, pois a terminal do Ramal da fazenda passou a se chamar Quissamã também.

O Ramal fechou para operações de passageiros em 1967, sendo que a parte inicial da linha, que seguia até Conceição de Macabu, onde estava a Usina Victor Sence, seguiu operando até os anos 1990, justamente para transportar material (cana de açúcar) para esta usina. Recebeu uma reforma iniciada em 2010 assim como alguns imóveis do seu entorno.

Seguem algumas fotos antigas da Estação e do armazém Ribeiro & Filhos que são da mesma época aproximadamente (1879) embora esteja escrito no seu dístico 1918.

Foi um dos primeiros locais do Norte Fluminense a ter telefone, o outro aparelho ficava no Engenho Central de Quissamã. Na última foto do post o modelo de telefone usado na época. O que era uma grande novidade para aqueles tempos.

A Estação foi reformada em 2012 pelo IPHAN mas não foi utilizada desde então, nem recebeu mais manutenção. Em minha visita de 2024 encontrei o local abandonado e fechado.

Pelas minhas andanças pelo local pude encontrar a casinha do guarda-chave, que provavelmente fazia os desvios para o Ramal da E.F Barão de Araruama. Que achado!!!! Também tentei achar as ruínas da antiga Estação de Santa Fé do Macabú construída pela E.F. Macahé a Campos. Caminhei 3 km pela linha da Estação de Conde de Araruama até o pontilhão de concreto sobre o Rio Macabú, mas não encontrei nenhum vestígio dela, somente as ruínas de diversos pontilhões provavelmente construídos na mesma época da Estação e uma casinha de guarda chaves ou sinaleiro."


Na sequência abaixo, registros de Paulo Neiva Pinheiro feitos em 2021, quando a Estação havia acabado de passar por uma completa restauração.





PN no local: à esquerda, seguindo em direção ao Rio Macabu mais à frente.


Abaixo, mais dois registros da Estação em 2024, fechada e sem uso definido, já começando a apresentar sinais do abandono.



Na sequência abaixo, o centenário Armazém ao lado da Estação, que em 2021 também havia sido restaurado. Esse armazém é do mesmo período da Estação ou seja por volta de 1878/79. 

Fotos do Armazém em 2021.







Criação das Estações de Santa Fé do Macabu e de Dores de Macabu noticiado em 17/6/1875 - gentileza Paulo Novaes.



A Estação de Santa Fé de Macabu já funcionava em 1877 (A Provincia de S. Paulo, 04/12/1877).


Pedido de permissão para mudar de local a Estação de Santa Fé do Macabu (O Cruzeiro, 36/10/1878 - gentilieza Paulo Novaes).


Mudança de nomes de Estações da Leopoldina, entre as quais Entroncamento, que passou a se chamar Quissamã (não confundir com a Estação do Ramal de Quissamã) e depois se chamaria Conde de Araruama (O Estado de S. Paulo, 20/09/1892).


A Estação e o Armazém em dois belos registros de Ricardo Quinteiro de Mattos.


Na sequência abaixo, o que sobrou de uma Casinha do guarda-chaves ou sinaleiro.





Na sequência abaixo, seriam casas ferroviárias? Paulo Neiva desconfia que sim. Parece que foram reformadas juntamente com a Estação e o Armazém Ribeiro & Filhos. Duas fotos de 2021 e a última, de 2024.





Acima, em 2021 e abaixo, em 2024, prédio que Paulo Neiva acredita ter sido um armazém de cargas da ferrovia.

Casario da localidade, na sua maioria feita de casas antigas e seculares.



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