Acima, a bela Estação de Conde de Araruama em 2021, logo após ser totalmente restaurada, vista da esquerda para a direita.
Abaixo, a Estação em 2024, fechada e sem uso definido começando a apresentar sinais do abandono.
Acima, Paulo Neiva Pinheiro e a bela Estação de Conde de Araruama em 2021, logo após ser totalmente restaurada, vista da direita para a esquerda.
Abaixo, a Estação em 2024, fechada e sem uso definido, já
começando a apresentar alguns sinais do abandono.

Abaixo, o mesmo Armazém em 2024.
A Estação, à direita, e o armazém, à esquerda, em dezembro de 1993. Foto Luiz Antonio Mathias Netto.
A Estação em 1982. Foto de Hugo Caramuru.
A Estação em ruínas, em setembro de 2010. Foto Antonio Pastori.
dores-de-macabu
Estação CONDE DE ARARUAMA-RJ
Antiga SANTA FÉ, ENTRONCAMENTO e QUISSAMÃ
itaquira
Saída para o Ramal de Sta. Maria Madalena:
Saída para a E. F. Quissamã
quissama
Município: Quissamã-RJ
Linha Do Litoral - Km 266,276 (1960)
Altitude: 11 m
Estação inaugurada em: 1875.
Data da construção do prédio atual: 1918.
Estive no local em: Ainda não visitei a Estação. Fotos do amigo Paulo Neiva Pinheiro que visitou a Estação em 2021 e 2024.
Uso atual: Restaurada, mas sem uso definido.
Situação Atual – Trafego suspenso. Com trilhos.
E. F. Macaé a Campos (1874-1887)
E. F. Leopoldina (1887-1975)
RFFSA (1975-1996)
HISTÓRICO
DA LINHA:
Segundo a página
estacoesferroviarias, de Ralph Mennucci Giesbrecht... “O que mais tarde foi
chamada ‘linha do litoral’ foi construída por diversas companhias, em épocas
diferentes, empresas que acabaram sendo incorporadas pela Leopoldina até a
primeira década do século XX. O primeiro trecho, Niterói-Rio Bonito, foi
entregue entre 1874 e 1880 pela Cia. Ferro-Carril Niteroiense, constituída em
1871, e depois absorvida pela Cia. E. F. Macaé a Campos. Em 1887, a Leopoldina
comprou o trecho. A Macaé-Campos, por sua vez, havia construído e entregue o
trecho de Macaé a Campos entre 1874 e 1875. O trecho seguinte, Campos-Cachoeiro
do Itapemirim, foi construído pela E. F. Carangola em 1877 e 1878; em 1890 essa
empresa foi comprada pela E. F. Barão de Araruama, que no mesmo ano foi vendida
à Leopoldina. O trecho até Vitória foi construído em parte pela E. F. Sul do
Espírito Santo e vendido à Leopoldina em 1907. Em 1907, a Leopoldina construiu
uma ponte sobre o rio Paraíba em Campos, unindo os dois trechos ao norte e ao
sul do rio. No início dos anos 1980 deixaram de circular os trens de
passageiros que uniam Niterói e Rio de Janeiro a Vitória. No ano de 1996 a
linha funcionou sendo operada pela FCA para cargueiros, tráfego este também
suspenso anos depois e continua suspenso e abandonado até os dias de hoje.”
A
ESTAÇÃO:
O amigo Paulo Neiva Pinheiro visitou a Estação de Conde de Araruama duas vezes: em 2021, quando ela havia acabado de ser restaurada; e em 2024. Segue o relato de suas visitas:
"A Estação foi inaugurada em 1875,
com o nome de Santa Fé do Macabu, de
acordo com o relatório do Presidente da Província do Rio de Janeiro, de 1876. A
notícia do jornal O Globo (ver as caixas de 1875 e de 1878 nas fotos) diz que a
criação desta Estação foi em 1875 e que, três anos depois, a ferrovia pedia
para autorizar a mudança da Estação do km 49, onde estava, para o km 47, por
motivo ignorado (quilometragens da E. F. Macahé a Campos da época). Na
realidade era para ser construído ali o entroncamento com a E.F. Barão de
Araruama.
A Estação Ferroviária de Conde de
Araruama na sua época teve grande importância para o município por ter sido o
centro comercial da cidade entre os séculos XIX e XX.
Vale ressaltar que o prédio atual
não é o mesmo de 1875. Ele é um prédio posterior, talvez de 1878 ou 1879 pois
precisou ser mudado de local para atender o entroncamento da E.F Barão de
Araruama, assim como as fazendas açucareiras e o Engenho Central. O trem partia
dali para Macabuzinho (Paciência), Conceição de Macabú, Triunfo, Leitão da
Cunha, Trajano de Moraes, Santa Maria Madalena e etc...
Foi o primeiro local da cidade a
ter aparelho telefone, que fazia a comunicação com o Engenho Central tendo sido
instalado em 1882. Nessa época Quissamã pertencia á cidade de Macaé-RJ sendo um
distrito dela.
A Estação foi construída também para permitir o transporte de cargas e de passageiros entre as propriedades açucareiras na chamada ferrovia agrícola de Quissamã. Suas ramificações chegavam às grandes fazendas Mandiquera, Machadinha, São Miguel e Santa Francisca, entre outras. Em 1879, foi aberto o primeiro trecho do ramal de Santa Maria Madalena, que saía dessa Estação construído pela E.F. Barão de Araruama.
A Estação chamou-se depois Entroncamento e, a partir de 1892, Quissamã. Dali saiam os Ramais de Santa
Maria Madalena e o da Fazenda Quissamã, que, depois, obrigou a Estação a mudar
seu nome para Conde de Araruama,
pois a terminal do Ramal da fazenda passou a se chamar Quissamã também.
O Ramal fechou para operações de
passageiros em 1967, sendo que a parte inicial da linha, que seguia até Conceição de Macabu, onde estava a Usina
Victor Sence, seguiu operando até os
anos 1990, justamente para transportar material (cana de açúcar) para esta
usina. Recebeu uma reforma iniciada em 2010 assim como alguns imóveis do seu
entorno.
Seguem algumas fotos antigas
da Estação e do armazém Ribeiro & Filhos que são da mesma época
aproximadamente (1879) embora esteja escrito no seu dístico 1918.
Foi um dos primeiros locais do
Norte Fluminense a ter telefone, o outro aparelho ficava no Engenho Central de
Quissamã. Na última foto do post o modelo de telefone usado na época. O que era
uma grande novidade para aqueles tempos.
A Estação foi reformada em 2012
pelo IPHAN mas não foi utilizada desde então, nem recebeu mais manutenção. Em minha visita de 2024 encontrei o
local abandonado e fechado.
Pelas minhas andanças pelo local pude
encontrar a casinha do guarda-chave, que provavelmente fazia os desvios para o
Ramal da E.F Barão de Araruama. Que achado!!!! Também tentei achar as ruínas da
antiga Estação de Santa Fé do Macabú
construída pela E.F. Macahé a Campos. Caminhei 3 km pela linha da Estação de Conde de Araruama até o pontilhão de
concreto sobre o Rio Macabú, mas não encontrei nenhum vestígio dela, somente as
ruínas de diversos pontilhões provavelmente construídos na mesma época da
Estação e uma casinha de guarda chaves ou sinaleiro."
Na sequência abaixo, registros de Paulo Neiva Pinheiro feitos em 2021, quando a Estação havia acabado de passar por uma completa restauração.
Abaixo, mais dois registros da Estação em 2024, fechada e sem uso definido, já começando a apresentar sinais do abandono.
Na sequência abaixo, o centenário Armazém ao lado da Estação, que em 2021 também havia sido restaurado. Esse armazém é do mesmo período da Estação ou seja por volta de 1878/79.
Criação das Estações de Santa Fé do Macabu e de Dores de
Macabu noticiado em 17/6/1875 - gentileza Paulo Novaes.
A Estação de Santa Fé de Macabu já funcionava em 1877 (A
Provincia de S. Paulo, 04/12/1877).
Pedido de permissão para mudar de local a Estação de Santa Fé
do Macabu (O Cruzeiro, 36/10/1878 - gentilieza Paulo Novaes).
Mudança de nomes de Estações da Leopoldina, entre as quais
Entroncamento, que passou a se chamar Quissamã (não confundir com a Estação do Ramal de Quissamã) e depois se chamaria Conde de Araruama (O Estado de S. Paulo,
20/09/1892).
Na sequência abaixo, o que sobrou de uma Casinha do guarda-chaves ou sinaleiro.
Na sequência abaixo, seriam casas ferroviárias? Paulo Neiva desconfia que sim. Parece que foram
reformadas juntamente com a Estação e o Armazém Ribeiro & Filhos. Duas fotos de 2021 e a última, de 2024.

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