Matéria
atualizada em 12 de setembro de 2021.
Abrindo a matéria
sobre a Estação de Chiador, este belíssimo registro dos anos 1980, do acervo de
Manoel Monachesi.
Abaixo, duas fotos
mais recentes das ruínas da Estação de Chiador, por Antônio Pastori.
Abaixo, algumas fotos que realizei em dezembro de 2012.
Abaixo, duas belas fotos extraídas do site Estações Ferroviárias, de Ralph Giesbrecht.
Estação CHIADOR
Primeira
estação ferroviária do Estado de Minas Gerais
Ramal: Linha Auxiliar – Km 195,497 (1928)
Altitude: 285m.
Estação inaugurada
em: 27 de julho de 1869.
Estive no local em: 29 de dezembro de 2012.
Uso atual: Abandonada e em ruínas.
Situação Atual
– A linha era utilizada pela FCA no transporte de
bauxita. Aguardando autorização para o funcionamento do Trem Turístico
Rio-Minas.
E. F. Dom
Pedro II – Ramal de Porto Novo (1869-1890)
E. F.
Central do Brasil – Ramal de Porto Novo (1890-1911)
E. F.
Central do Brasil – Linha Auxiliar (1911-1965)
E. F.
Leopoldina (1965-1975)
RFFSA – (1975-1997)
HISTÓRICO:
No dia 29 de dezembro de 2012, eu e o amigo Cláudio Escaraboto saímos para mais uma "excursão arqueológica ferroviária". Objetivo: encontrar a Estação de Chiador, ou o que sobrou dela.
Partimos então com destino àquele Município passando por Mar de Espanha. Daí até Chiador foi realmente uma aventura descendo a serra. Estrada de terra em péssimo estado com muitas valetas dificultando a passagem de carros mais baixos. Mas o cenário realmente é compensador! A estradinha é naturalmente decorada por belas matas, rios e cachoeiras, sendo cercada também por grandes maciços de pedra.
Enfim chegamos à sede do Município de Chiador e seguimos por estrada asfaltada sentido ao distrito de Penha Longa.
Acima, um belo
registro da estação ainda em funcionamento.
Abaixo, a estação
em desenho de Cláudio José Escaraboto.
A ESTAÇÃO:
Bem no meio do percurso, abandonada no meio do “nada”, no cruzamento da estrada com linha férrea, encontramos as ruínas da antiga e outrora belíssima Estação Ferroviária de Chiador, a primeira estação ferroviária do Estado de Minas Gerais.
A primeira pergunta que vem a cabeça: Por que construir um prédio tão suntuoso longe de tudo e de todos?
Trata-se de uma construção imponente, uma bela gare dotada de duas torres nas extremidades, localizada numa distância média de 4 a 5 km da sede do município ou do distrito. Por que um prédio daquele tamanho ali?
Voltando aos dias atuais, o que encontramos foi um cenário desolador. A antiga estação está em ruínas. Suas belas paredes (as que ainda restam) erguidas pedra por pedra se encontram escoradas - e muito mal escoradas diga-se de passagem.
Entrando no que sobrou da estação, vivi uma mistura de sentimentos. Primeiro, fiquei impressionado com a beleza da arquitetura, com a precisão e a técnica de encaixe das pedras fazendo-nos pensar na trabalheira que deu para levantar tudo aquilo. Observei a riqueza de detalhes nos contornos, enfim, na grandiosidade daquela obra para o seu tempo.
Depois veio a emoção em imaginar tudo aquilo funcionando a pleno vapor, o trem chegando, passageiros e cargas entrando e saindo e aí deparar com a triste realidade do completo abandono, do desrespeito a tudo e a todos. Tristeza por ver o total e completo descaso com que o patrimônio público vem sendo tratado ao longo de anos e anos a fio. Por fim, o pior dos sentimentos:
Ver que tudo aquilo pode acabar de vez a qualquer momento. Que num breve momento tudo pode ruir e destruir toda uma história.
Em Penha Longa, ficamos sabendo de uma ação do Ministério Público no sentido de tentar recuperar aquele patrimônio, reformando-o por completo. Não consigo crer nisto, mas para aqueles que acreditam na preservação da história, fica uma dica: a sugestão que o amigo Ralph Mennucci Giesbrecht fez em seu blog blogdogiesbrecht.blogspot.com.br/2012/12/chiador-um-monumento-em-ruinas.html poucos dias após minha visita a Chiador, plenamente viável e plausível.
Na
seqüência abaixo, mais uma valiosa contribuição do amigo Ricardo Raipp. Fotos realizadas em novembro de 2019.
Em
minha visita às ruínas da Estação de Chiador, em dezembro de 2012, procurei
realizar um grande levantamento fotográfico, apresentando abaixo o maior número de
detalhes possíveis daquela que já foi uma magnífica Gare.
Quem
sabe possa servir de subsídio para futuras ações no intuito de salvar o que
ainda resta da "Primeira Estação Ferroviária do Estado de Minas
Gerais".
Abaixo, detalhes de uma bela capela localizada bem próxima à Estação.