quarta-feira, 18 de maio de 2011

Estrutura de uma pequena ponte localizada na Serra de BICAS para a Estação de TELHAS.


Fotos: 10/2009.





A descida da Serra de Bicas para o antigo Posto Telegráfico de "Telhas" com destino à Estação de Rochedo de Minas oferece belíssimo visual. Percorrendo o antigo leito da ferrovia encontrei a estrutura de uma pequena ponte sob a qual servia provavelmente de escoamento das águas da chuva. Mesmo passado tanto tempo, percebe-se a qualidade da estrutura, com a ferragem apoiada em bases de concreto e pedras. 

Saiba mais sobre o Posto Telegráfico de Telhas visitando o link abaixo:
http://otremexpresso.blogspot.com.br/2016/06/estacao-telhas-misterio-desvendado.html









Fotos: 10/2009.










segunda-feira, 9 de maio de 2011

Estação POSTO TELEGRÁFICO DE TELHAS - Localizada na serra entre Bicas e Rochedo de Minas.


Matéria atualizada em 05 de março de 2021.



Nas duas fotos acima, de dezembro de 2012, o que sobrou da Estação/Posto Telegráfico de Telhas: a plataforma de embarque e desembarque de passageiros e, ao fundo, a Casa do Chefe da Estação.



Em 2012 estive acompanhado do cartunista Carlos Latuff, que me presenteou com esta bela gravura.



Na descida da serra de Bicas para Telhas o Trem passava por este pequeno pontilhão, de onde se tinha este visual.



Acima, grande presente da amiga biquense Zezé Lhamas, na foto acompanhada de irmãos e primos na Estação de Telhas. Podemos observar que a estação não tinha as paredes em alvenaria, mas em madeira. Apenas as paredes das cabeceiras eram em alvenaria.



Acima, a localização do Posto Telegráfico.
Abaixo, uma composição fotográfica relembrando a chegada do trem à estação.





A antiga  plataforma de embarque e desembarque de passageiros e, ao fundo, a Casa do Chefe da EstaçãoEntre elas, um belo lago tendo um chafariz com torre em pedras de minério.



Era esta bela fonte de água cristalina que mantinha sempre cheia a antiga caixa d'água de Telhas, para abastecer as Locomotivas e estas recuperarem a pressão de vapor.





Acima, o belíssimo visual da Estação/Posto Telegráfico mereceu esta composição fotográfica - "o Trem descendo a serra".









Estação - TELHAS - Posto Telegráfico


Município: Bicas
Estive no local em: 09 de outubro de 2009 e em 23 de dezembro de 2012.
Inaugurada em: sem informação
Ramal: Linha de Caratinga – Km 199,772 (1960)
Altitude: 463m

Uso Atual – Antiga estação demolida. Só restou sua plataforma e a Casa de Turma. Hoje, propriedade particular.

Situação Atual – Trecho declarado erradicado e sem trilhos.

Cia. União Mineira (1879-1884)
Cia. E. F. Leopoldina/Leopoldina Railway (1884-1950)
E. F. Leopoldina (1950-1975)
RFFSA (1975-1994)









HISTÓRICO:


O Posto Telegráfico de Telhas foi inaugurado já pela Leopoldina após a aquisição da linha em 1884.

Algumas estações eram construídas em locais onde não existia nada, como no caso de Telhas. Tratava-se de uma exigência técnica, já que para vencer a serra de Telhas e chegar a Bicas era necessário o abastecimento da locomotiva, especialmente com água, aproveitando para recuperar a pressão de vapor. Assim, enquanto o trem estava parado, o foguista ocupava o tempo recuperando a pressão.

Muitas vezes paradas como estas também eram usadas para cruzamento de trens.

 

 

A ESTAÇÃO E A CASA DO CHEFE DA ESTAÇÃO:


Pouco se sabia sobre o Posto Telegráfico de Telhas, Estação localizada na descida da serra de Bicas para Rochedo de Minas.

Após muitas conversas com ferroviários aposentados buscando alguma foto ou referência da estação, decidi refazer o percurso pelo antigo leito da ferrovia e aí veio a recompensa: num belíssimo cenário no meio da serra, encontrei um prédio - a Casa do Chefe da Estação - com parte de suas características ainda preservada, em especial sua fachada. Com autorização do atual proprietário, procurei nas imediações, já que próximo à casa de turma existe uma bela nascente que, graças à grande pressão de saída de água foi transformada num belo chafariz.

Era esta nascente que enchia a caixa d'água que abastecia as locomotivas a vapor. E ali bem próximo, finalmente encontrei as ruínas do Posto Telegráfico de Telhas, vendo-se o alicerce da estação e principalmente sua plataforma. A destacar que todo o leito da ferrovia nas imediações da estação está preservado, onde ainda podemos encontrar britas e bueiros, logicamente sem os trilhos. A destacar também a inclinação do leito apresentando uma forte subida em direção a Bicas.

 

 

HISTÓRIAS:


Para ilustrar um pouco do romantismo da história da ferrovia, trago a história de Nair Rosa de Souza, viúva de Hélio Alves de Souza. Ele nos bons tempos da EFL foi Agente de Estação em Telhas, tendo trabalhado também em diversas estações na Zona da Mata mineira.

Ela e as demais mulheres que moravam nas imediações da Estação tinham por hábito fazer bolos, café e doces para vender aos passageiros dos trens que ali paravam para abastecer as caldeiras das locomotivas com água.

Dona Nair e o Sr. Hélio se conheceram na Estação de Telhas, casaram-se e constituíram uma grande e bela família, que a cada transferência dele para uma nova estação seguiam todos com ele em nova mudança. Dona Nair e suas filhas moram hoje em Bicas.

 Além do posto telegráfico de Telhas, Sr. Hélio trabalhou também nas estações de Tocantins, Diamante de Ubá e Cataguases, além de Campos, no estado do RJ.

 

Saiba mais sobre o Posto Telegráfico de Telhas visitando os link's abaixo:










Na foto acima, a entrada da hoje propriedade rural aproveitando o antigo leito da ferrovia num visual que conjuga simplicidade com rara beleza.








Acima, a plataforma da Estação de Telhas - foto em 10/2009.



Nas duas fotos abaixo, a antiga Casa do Chefe da Estação.









Observem nas duas fotos abaixo, a forte inclinação do antigo leito ferroviário na subida da serra. Por todo o caminho ainda encontramos vestigios de brita, lembranças dos velhos tempos da ferrovia – fotos feitas em 10/2009.




 
Na seqüência abaixo, fotos feitas em 10/2009.














Abaixo, um bueiro nas imediações da Estação de Telhas.











domingo, 8 de maio de 2011

ESTAÇÃO BICAS - Uma cidade que nasceu da Ferrovia, de sua Estação Ferroviária. Mais uma belíssima história.


Matéria atualizada em 15 de setembro de 2023.

A antiga Estação Ferroviária, vendo-se ao lado o espaço das Oficinas e do antigo pátio de manobras, que infelizmente não existem mais. 


Belíssimo registro fotográfico da Estação, vendo-se o movimento na grande avenida com inúmeras casas comerciais e grandes armazéns.


Um dos mais belos registros fotográficos da ferrovia em Bicas! A chegada festiva de uma composição na cidade, onde vemos um grande número de pessoas e carros no entorno da Estação. Destaque para a grande plantação de café no morro atrás das oficinas.


Acima e abaixo, a Estação com o "Monumento ao Operário Biquense", obra de Mestre Athayde, em destaque na sua cabaceira.


Acima e abaixo, dois sensacionais registros dos primeiros anos do século 19, vendo-se em destaque a entrada das Oficinas Ferroviárias.


Neste belíssimo registro vemos parte da cidade e o Trem rumo a São João Nepomuceno.


A antiga Estação Ferroviária vista da grande praça construída no local onde ficava a antiga Oficina Ferroviária de Bicas.


Outro belo registro fotográfico da Estação no início da década de 1970.


Belíssima pintura do artista biquense Alves em parede do "Memorial do Ferroviário Biquense", localizado nas dependências da antiga Estação Ferroviária.


Acima, um dos mais belos presentes que recebi em minha vida, homenagem dos Alunos do Colégio Elitte no ano de 2014, quando recebi Título "Homens Honrados" da Escola: 
Pintura em tela da nossa saudosa "Dondoca". 

Abaixo, a Locomotiva Dondoca, projetada e construída em Bicas estacionada no portão das oficinas.


Desenho de Roberto Zink, Professor de Artes da EJA - Educação de Jovens e Adultos, outro belíssimo presente que recebi, desta vez nas comemorações pelos 140 anos da Estação Ferroviária de Bicas em 2019.

Na seqüência abaixo a Estação de Bicas após as reformas para a festa de seus 140 anos, que aconteceu em setembro de 2019.



O "Monumento em Homenagem ao Operário Biquense", obra do artista biquense Athayde R. Dutra de Morais - o Mestre Athayde - em posição de destaque na cabeceira da Estação.






Estação BICAS


Linha de Caratinga - Km 191,922 (1960)
Altitude: 597m.
Inaugurada em: 09 de setembro de 1879.
Estive no local em: nasci aqui e aqui vivo.
Complexo Ferroviário: Oficina de manutenção e grandes reparos - Triângulo de Manobras - Equipe de Socorro e uma Escola de Formação Profissional. 
Uso atual: Rodoviária; Museu Histórico e Ferroviário; Loja de Artesanato.
Situação Atual – Trecho declarado erradicado e sem trilhos.


Cia. União Mineira (1879-1884)
Cia. E. F. Leopoldina/Leopoldina Railway (1884-1950)
E. F. Leopoldina (1950-1975)
RFFSA (1975-1994)









A ESTAÇÃO:

Estação de Bicas guarda uma belíssima história, tendo sido fundamental para a criação do Município. 

Quando a Cia. Estrada de Ferro União Mineira aqui chegou ao final da década de 1870, o local escolhido pelo engenheiro Pedro Betim Paes Leme - responsável pela construção da ferrovia - para ser erguida nossa Estação Ferroviária era conhecido apenas como "o lugar denominado Taboas", lugar este pertencente à Villa do Espírito Santo (Guarará), distrito de Mar de Espanha. E é neste momento que é tomada a decisão a meu ver "crucial" para a existência de nossa cidade: dar à nova Estação Ferroviária o nome de "BICAS".

Para ilustrar, destaco duas Estações de nossa região que estão localizadas bem distantes das sedes de seus municípios: Tocantins e Chiador. Mesmo estando na área rural das duas localidades, receberam seus nomes.

Aí vem a grande pergunta: e se nossa Estação tivesse recebido o nome "Villa do Espírito Santo" ou "Guarará", Bicas existiria? Claro que não!!!  

Importante ressaltar que a chegada da ferrovia e a escolha para sediar uma Estação foi seguida de outra importantíssima decisão:

construir também ali as futuras instalações de uma Oficina Ferroviária.

Tudo isso proporcionou ao local uma importância sem precedentes, sendo fundamental para a criação do Município. Foram tempos de desenvolvimento e pujança.

Com a incorporação da União Mineira pela Leopoldina Railway, os investimentos aumentaram. Em pouco tempo, a localidade ganhou importância e tornou-se estratégica para a empresa, com uma completa e bem equipada Oficina de Manutenção de Locomotivas e Vagões, que ficou famosa por ter uma das mais competentes equipes de trabalhadores ferroviários.  

Pela sua posição estratégica, posteriormente passamos também a sediar uma Equipe de Socorro.

Em pouco tempo, a localidade se desenvolveu e realizou o grande sonho de se tornar uma cidade. E veio a emancipação em 1923, nasce a cidade de Bicas!

Seguindo com grande visão de futuro, a Leopoldina Railway criou o LICEU, uma Escola com excelente nível de ensino direcionada aos filhos dos ferroviários.

Sempre pensando na capacitação e formação de grandes profissionais ferroviários, abriu também uma Escola Profissionalizante - o SENAI.

Comprovando a importância de nossa Estação Ferroviária, trago também trecho de uma publicação da revista carioca “O Malho” do ano de 1921 falando do Município de Guarará e de seus distritos, que destaca: “O Município é servido pela Leopoldina Railway, com duas Estações: Bicas e Santa Helena. A Estação de Bicas, que é, em exportação, a 3ª do estado, está a 7 horas de viagem do Rio de Janeiro.”

ISSO MESMO!! A 3ª DO ESTADO DE MINAS GERAIS EM EXPORTAÇÃO!!!

Enfim... grande geração de empregos com níveis salariais nunca vistos por aqui, fato que naturalmente gerou inúmeras oportunidades de trabalho nos mais diversos ramos, seja no comércio ou na prestação de serviços. 

Ou seja, se levarmos em conta o indiscutível "grande desenvolvimento de nossa cidade" no período de existência da ferrovia, conclui-se que fomos realmente "agraciados" por ela. Feliz o dia em que decidiram nomear nossa Estação Ferroviária de "BICAS"!

Sem dúvida um histórico belíssimo, que faz da antiga Estação Ferroviária de Bicas uma das mais importantes e tradicionais edificações, com grande valor histórico e cultural para a cidade, importante Patrimônio Histórico que em 09 de setembro de 2023 completou 144 anos.


Recorte da revista carioca “O Malho” do ano de 1921 destacando a Estação de Bicas, que era, em exportação, a 3ª do Estado - valiosa contribuição do historiador e amigo Rodrigo Machado Alves, de Guaraná.


Acima e abaixo, seção "Ontem & Hoje" da Estação.


NA SEQUÊNCIA ABAIXO, "SEÇÃO NOSTALGIA" DA FERROVIA EM BICAS:
Um dos mais significativos registros fotográficos da ferrovia em Bicas, a Locomotiva 221 à frente de uma composição estacionada no pátio da Estação.

Mais dois belíssimos registros fotográficos da ferrovia em Bicas: acima, a Locomotiva 317 na entrada das oficinas, datado de 29 de julho de 1930. 

Abaixo, a Locomotiva 316 no pátio interno das Oficinas. Presentes do amigo Marco Aurélio Baptista da Silva Matos. Sem dúvida, fotos históricas!


Acima, a chegada dos trens sempre movimentava a Estação e o centro da cidade. Foto de nosso acervo.


O portão principal da Oficina Ferroviária de Bicas na década de 1960. Foto de nosso acervo.


A 221, que por muitos anos atuou como Locomotiva de manobras nas Oficinas de Bicas.


Acima e abaixo, a estação em dois registros realizados nos últimos tempos da ferrovia. Fotos de nosso acervo.


HISTÓRICO:

Como informam todos os documentos e as cartas ferroviárias, a Estação de Bicas foi inaugurada pela Cia. União Mineira em 9 de setembro de 1879, com certeza em grande e festivo evento, além da aguardada chegada oficial do primeiro Trem trazendo as autoridades acompanhadas de grande comitiva.
  
Em 1884 a Cia. União Mineira foi vendida à Companhia Estrada de Ferro Leopoldina, sendo esta vendida à The Leopoldina Railway em 1904, empresa com sede na Inglaterra que assumiu a gestão e controle de grande número de pequenos ramais ferroviários nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo até o ano de 1950, quando foi incorporada pela Estrada de Ferro Leopoldina – E.F.L.


Na seqüência abaixo, mais uma "Seção Nostalgia" da ferrovia em Bicas. Em destaque, o grande número de meninos. Antes do SENAI, os filhos de ferroviários iniciavam seu aprendizado com seus pais na oficinas. Fotos de nosso acervo.






Acima e abaixo, registros da conclusão do Curso de Maquinistas de Locomotiva Diesel em Bicas.


A ESTAÇÃO HOJE:

Na antiga Estação Ferroviária funcionam hoje a rodoviária da cidade; a loja de artesanato da Art’Bicas – Associação dos artesãos Biquenses - e o Memorial do Ferroviário Biquense, belíssimo Museu idealizado pela Professora de História Rosália Mayrink que abriga belíssimas peças, fotos, pinturas e documentos que mantêm viva a história da cidade e resgata a importância da ferrovia para o Município.

Pela Estação de Bicas passaram trens de passageiros até a primeira metade dos anos 1970, sendo o ramal suprimido - erradicado -  oficialmente somente em 1994.
A verdade é que, com o fim da ferrovia, a cidade de Bicas-MG estagnou-se. 
Como na maioria das cidades por onde a Estrada de Ferro Leopoldina passou, Bicas vive um vácuo à procura de uma nova vocação.

Por sua história e pela importância da ferrovia para nossa cidade, a antiga Estação Ferroviária - hoje Terminal Rodoviário José Croce - torna-se fundamental a sensibilidade e a atenção do Poder Público Municipal para sua constante manutenção. Um Patrimônio Histórico desta envergadura é e sempre será digna de ser tratada com extrema atenção e carinho. 
Ela realmente merece! 

Estação Ferroviária de Bicas foi fundamental para a criação da cidade... da minha cidade. Aqui nasci sendo filho e neto de ferroviários. Me orgulho de dizer que faço parte desta história!
Por tudo isso, presto minhas homenagens fazendo uma das coisas que mais gosto: fotografar, resgatar e restaurar suas antigas fotos!

Saiba mais sobre Bicas no link abaixo: 


Abertura da Rua Luiz Ferrari, onde vemos uma composição seguindo sentido ao Posto Telegráfico de Telhas, na serra de Bicas.

Belíssimo registro de uma composição seguindo rumo a Santa Helena.


E veio a decisão pelo fechamento das Oficinas de Bicas, encerrando uma das mais belas páginas de nossa história. Acima, o triste registro do último dia de trabalho dos ferroviários biquenses. 


Acima e abaixo, um dos registros do fim... Jornal O Globo - 02/09/1979.


Abaixo, outra bela página da história da Ferrovia em Bicas: a reconstrução da Locomotiva 07 e a grande reforma na Locomotiva 01. A 07 permaneceu por vários anos estacionada em uma pequena réplica da Estação construída para abrigá-la. Hoje ela não está mais lá... ficou apenas um espaço vazio...







A IMPORTÂNCIA HISTÓRICA DE NOSSA ESTAÇÃO:

Para escrever sobre a Estação de Bicas torna-se fundamental destacar o PRIMEIRO RELATÓRIO DA ESTRADA DE FERRO UNIÃO MINEIRA.  São 28 páginas de uma maravilhosa história onde o que mais despertou minha atenção foi o "Relatório do Eng. Pedro Betim Paes Leme" discorrendo sobre todas as informações dos trabalhos por ele realizados até aquela etapa da grandiosa obra. E lá na página 19, para mim, a mais importante de todas as informações: o registro de uma decisão crucial para o surgimento daquela que seria a cidade de Bicas!

Relata Pedro Betim Paes Leme:

 "...A Estação terminal dessa primeira seção, cujas obras se acham adjudiciadas, não pôde ser colocada no Arraial do Espírito Santo (hoje Guarará), como era nossa intensão e mais ardente desejo. As dificuldades desse traçado por um lado e as condições de um mais fácil prolongamento para São João (Nepomuceno), a que tínhamos que atender, por outro demoveram-nos do primeiro intento, obrigando-nos a designar para essa estação o lugar denominado Taboas (nasce Bicas).
A cerca de 2 kilometros do arraial do Espírito Santo é esse o lugar que mais se presta ao prolongamento de nossa linha, qualquer que seja a direção que nos aconselhem os estudos, a que estamos procedendo.
As grandes dificuldades da Serra das Bicas, que temos que descer para chegar a São João se multiplicariam, se não se tornassem insuperáveis com a escolha de outro qualquer ponto".

Eng. Pedro Betim Paes Leme decidiu então construir a estação no lugar denominado Taboas, quando também foi decidido ele denominá-la "BICAS", devida a sua proximidade à Serra das Bicas. 
Este documento pode ser visto na íntegra aqui na página acessando o link abaixo:

Outra prova do valor histórico e cultural da Estação Ferroviária e da própria ferrovia para Bicas é o trecho do Diário de Dom Pedro II, vol. 25, de 27 de abril de 1881(aª fa), copiado de José Carlos Barroso – Cessão Marcus Granado). Dom Pedro II andou na União Mineira passando por Bicas, em 1881:

-"(...) 5 ½ Acordei. Vou ler. Saio às 7h. Caminho conhecido até Serraria. Cheguei às 8 ¾ a Juiz de Fora. A cidade tem aumentado muito. Bela avenida com bonitas casas que devem arborizar. Almocei numa destas que é do Barão de Cataguazes. Partida do trem às 11h 10'. Nada de novo até Serraria. Aí entramos no trem da estrada de ferro da União Mineira. Percorremos 84km até o arraial - vila ainda não instalada de S. João de Nepomuceno. A estrada para subir parte da serra do Macuco tem 2 ziguezagues com plataformas. Tem 7 estações pequenas porém bem construídas conforme a aparência. Vista muito bela assim como mato viçoso de Bicas para diante. Descobre-se amplo vale fechado por altas montanhas, e perto de S. João avista-se a alta serra do descoberto de contorno original. Grande número de quilômetros a começar da Serraria passa a estrada por fazendas de café muito bem plantadas e algumas com casas feitas com bom gosto. Há interrupção de terras tão boas para voltarem estas. Vim conversando com o engenheiro Betim cuja direção inteligente e ativa revela-se no modo porque a estrada foi construída e tendo trilhos de aço, e com o desembargador Pedro de Alcântara Cerqueira Leite a cuja influência se deve sobretudo a estrada que é de bitola de um metro. (...)"  
Fonte: site Estações Ferroviárias do Brasil, de Ralfh Mennucci Giesbrecht.






Acima e abaixo, dois momentos após a erradicação do ramal, onde as oficinas ainda estavam em atividade.


Acima, belíssima pintura em grande muro, obra do artista Sidney Barino  localizada próxima à antiga Estação, cartão postal de nossa cidade.


Na seqüência abaixo, nossa estação sob o olhar dos artistas Wilson P. S., Alves, Elcir Granado, Perruska, Fernando Cazarim e Marcio Noronha.







Acima, foto aérea do centro da cidade de Bicas, vendo-se o complexo ferroviário – Oficinas, Escola Profissionalizante – SENAI – e a Estação Ferroviária.

Abaixo, outra foto aérea nos dias atuais... tudo destruído, só restou a Estação.




Na seqüência abaixo, a Estação de Bicas em detalhes.












Abaixo, a Estação em belo ângulo - foto em maio de 2011.


Abaixo, a Estação antes da grande reforma de 2019.




Abaixo, alguns registros do Memorial do Ferroviário Biquense, que funciona na antiga Estação Ferroviária.






Funciona também no prédio da antiga Estação Ferroviária a loja de artesanato da Art'Bicas.








Saiba mais sobre a Art'Bicas visitando o link abaixo:
http://otremexpresso.blogspot.com/2023/09/artbicas-belissima-loja-de-artesanato.html


Na sequência abaixo, composições fotográficas que realizei para relembrar os velhos tempos da ferrovia em Bicas.






À espera do Trem...