Histórico e Objetivos


O Trem vai partir!


Embarque nesta viagem...


Pátio de manobras na entrada das Oficinas de Bicas - década de 50.



Com o objetivo de resgatar a história da ferrovia na Zona da Mata Mineira, em especial, a pioneira Companhia de Estrada de Ferro União Mineira, depois Leopoldina Railway Company Limited e por fim Estrada de Ferro Leopoldina - EFL, sempre com bitola métrica, apresentarei histórias e contos, mas em especial, um acervo fotográfico do que sobrou de nossa ferrovia. 

Tomei como referência e ponto de partida minha cidade natal - Bicas-MG, que abrigou uma grande e importante "Oficina de Manutenção de Vagões e Locomotivas" trazendo para o "Lugar chamado Tabôas" o progresso e o desenvolvimento através da geração de inúmeros e importantes empregos nas mais diversas áreas, transformando aquele pequeno e pacato lugar num próspero e importante Município.

Cabe ressaltar também a importância da Companhia de Estrada de Ferro União Mineira para o desenvolvimento de toda a região e a consequente ligação ferroviária por toda a Zona da Mata. A União Mineira originalmente partia de uma conexão com a Estação de Serraria - primeira Estação da Linha do Centro, inaugurada em 1874 - ligando esta à primeira Estação de Silveira Lobo.

Em 1884, após atravessar grandes dificuldades financeiras, a Companhia de Estrada de Ferro União Mineira foi adquirida pela Leopoldina Railway Company Limited, que percebendo a falta de conexão com outras linhas de bitola métrica por Serraria, construiu a partir de 1894 um novo trecho ligando uma nova Estação de Silveira Lobo diretamente a Três Rios, passando por Santana do Deserto, Ericeira e Piracema, trecho este inaugurado em 10 de novembro de 1904, extinguindo o trecho original.

Portanto, toda a bela história da ferrovia neste trecho da Zona da Mata que teve início pela União Mineira será retratada e contada através deste singelo resgate histórico.

Meu principal objetivo é manter viva a história da ferrovia que tanto progresso trouxe para Minas Gerais e para o Brasil. 

É produzir algo diferente, fotografando não só as Estações ou o que sobrou delas, como também as Casas de Turma e demais prédios ferroviários, pontes, pontilhões, antigos leitos que ainda preservam sinais de uma história, belos cenários escondidos nos sertões mineiros.

É de Bicas que parto para minhas incursões fotográficas, onde tenho descoberto cenários maravilhosos que me fazem viajar no tempo. 

Ao subir a serra de Telhas, por exemplo, para chegar até Bicas vindo de Rochedo de Minas, chego a ouvir o silvo da Maria Fumaça. Imagino o esforço daquelas Máquinas a Vapor transpondo grandes subidas, rangendo rodas nos trilhos. Imagino a composição estacionando na Estação de Telhas, no meio da serra, para recuperar o fôlego.

É interessante perceber que, de onde quer que se venha, é preciso subir para chegar a Bicas e a serra de Telhas era a maior de todas as subidas.


Na medida em que for visitando e fotografando novas Estações, irei publicando novidades aqui.

Para os amantes da ferrovia, espero que aproveitem, que possam viajar no tempo e curtir este trabalho feito de forma voluntária, mas extremamente prazeroso. Feito realmente com muito carinho. É parte de nossa história que ficará gravada nesta página.

Queiram embarcar, o "Trem da História" já vai partir!

BOA VIAGEM!

 

Amarildo José Mayrink.



Panorâmica de Bicas com data aproximada à década de 30 - trabalho de restauração e composição fotográfica de Amarildo Mayrink.



Uma das mais significativas e belas fotos de nosso acervo. Vista aérea de Bicas, vendo-se ao centro o complexo de oficinas da Estrada de Ferro Leopoldina, marco histórico do desenvolvimento da cidade.

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Belíssima interpretação de "O Trenzinho do Caipira"  - apresentada pelos alunos do Centro Educacional Aquarela, Bicas – MG no ano de 2012 conduzidos pela criatividade e sensibilidade da Professora Flávia Barbosa Borges na VI EXPOARTE com o tema "Bicas de outrora, Bicas de agora..." - uma singela homenagem à memória histórica da ferrovia para a cidade de Bicas e seus ferroviários, para o Estado de Minas Gerais e para o Brasil.

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“O TRENZINHO DO CAIPIRA”
Heitor Villa-Lobos, compositor, maestro e músico brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro em 1887 e faleceu em 1959.
Durante sua infância, veio com sua família para Minas Gerais e morou durante algum tempo em nossa querida cidade BICAS e aqui se encantou com as sonoridades do trem de ferro.
Dessa época ganhou o apelido de “TU-HU” porque tinha mania de ficar imitando o barulho do apito do trem (“tu-huuuu”).
Era incrível como tudo o que Villa-Lobos ouvia, mais cedo ou mais tarde, se transformava em música.
E foi assim que compôs “O Trenzinho do Caipira”: das lembranças sonoras guardadas em sua memória.

 

“O Trenzinho do Caipira”
Música: Heitor Villa-Lobos           Letra: Ferreira Gullar
                                                             
Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade noite a girar

Lá vai o trem sem destino

Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra
Vai pela serra
Vai pelo mar

Cantando pela serra do luar

Correndo entre as estrelas a voar
No ar, no ar, no ar...


3 comentários:

xavier disse...

Boa Noite, AMARILDO !
Meu nome: JORGE DE CASTRO XAVIER
Sou sobrinho dos, JÁ FALECIDOS, TECLA e EMERITO ( TIO MERITO )- eram donos do REAL HOTEL, que ficava na RUA CEL SOUZA, em frente ao CLUBE BIQUENCE. Faz muitos anos que não vou à BICAS, porém, ainda guardo boas lembranças dos dias VIVIDOS COM MEUS PRIMOS - EMERITO e outros. Soube, por intermédio de outros parentes que o EMERITO, tem um pesqueiro (aí em BICAS). Muito me agradaria ter notícias dos parentes que aí, ainda vivem. Abraços. email: xavier1940@gmail.com

Paulo Rimsa disse...

Prezado,

Seu trabalho é brilhante e monumental! Também sou de Minas Gerais e a família de minha esposa é da região de São Pedro dos Ferros e Raul Soares. Seu registro é fundamental para o resgate da memória da EFL nessa região do Estado, próximo ao final da linha.

Algumas dessas estações até pouco tempo atrás ainda existiam, como a pequenina Óculo Pequeno, que ficava numa área particular e foi completamente demolida na década de 2000 para virar um pasto. Não tirei nenhuma foto e hoje é difícil até mesmo lembrar o ponto exato onde ela ficava.

Parabéns!!

Paulo Rimsa

Amarildo Mayrink disse...

Pois é, Paulo Rimsa!
Uma pena mesmo que estas pequenas paradas tenham sido destruídas.
Estou apenas aguardando o fim desta pandemia para retornar com minhas viagens de pesquisa, especialmente na região de Raul Soares.
Agradeço as palavras de apreço a este trabalho e conto com sua valiosa contribuição caso encontre fotos antigas da ferrovia em sua região.