Estação
MURINELI
Município: Sumidouro -
RJ
Ramal
de Sumidouro: Km 191,754 (1960).
Altitude: 751m.
Estação
inaugurada em: 11 de março de 1889.
Estive
no local em: 25 de janeiro de 2017.
Uso
atual: Moradia.
Situação
Atual – Ramal declarado erradicado, sem trilhos.
C. E. F. Sumidouro (1885)
E. F. Leopoldina (1885-1967)
Para ilustrar melhor esta matéria contei também com as valiosas contribuições dos amigos da página Paulo Neiva Pinheiro; Ricardo Raipp; Jorge Plácido; Jalmirez Silva e de Pró-Memória Sumidouro, que cederam as belíssimas fotos aqui apresentadas.
HISTÓRICO:
Seguindo as pesquisas pelo Ramal Sumidouro - suprimido
em maio de 1967 – Ramal que se estendia até a Estação de Conselheiro
Paulino, na Linha do Cantagalo,
chegamos à Estação de Murineli, Município de Sumidouro, estado do
Rio de Janeiro.
Inaugurada em 1889, a Estação de
Murineli foi erguida no pequeno povoado de mesmo nome, época em que se
construiu a ligação entre Sumidouro e a Linha do Cantagalo.
O Ramal funcionou até o ano de 1967,
quando a RFFSA optou pela sua desativação sendo posteriormente declarado erradicado.
O antigo prédio da Estação hoje é usado como moradia
familiar.
Próximo à Estação, seguindo pelo antigo leito ferroviário - hoje transformado em estrada rual - encontra-se a antiga caixa d'água.
A ESTAÇÃO:
Originalmente a Estação era chamada
Murinelly, depois modificada após a reforma ortográfica no Brasil para
Murineli.
A antiga Estação está localizada no Distrito de mesmo nome e fica afastada da
sede do Município de Sumidouro, margeando a rodovia RJ-148.
A Estação segue em condições razoáveis de conservação, mantendo viva a memória
da Estrada de Ferro Leopoldina na comunidade.
Próximo à Estação encontramos uma Capela
que compõe o belo e bucólico cenário das pequenas comunidades.
Graças
aos amigos da página “Promemória Sumidouro” do facebook,
apresentamos alguns registros fotográficos de quando ainda passavam trens por
ali, além de um importante levantamento histórico sobre a origem do nome
da Estação:
José Arthur de Murinelly é natural do Rio de Janeiro onde se formou em Engenharia em 1862. É nomeado Diretor das obras públicas em Niterói em 1863 e vai para Curitiba em 1864.
Ainda jovem militar, em 1865, atendendo a convocação do imperador D. Pedro II formou e comandou o Primeiro Corpo de Voluntários da Pátria da Província do Paraná, que seguiu pelas águas do rio Paranaguá para lutar na Guerra do Paraguai, buscando reforçar o efetivo das forças militares do Exército Brasileiro.
Chegando a tenente de estado-maior de 1ª classe, pede demissão do exército em 1867.
Casa-se, em 1872, com Maria Magdalena de Oliveira Murinelly, de
Paranaguá/PR, filha do tenente coronel Manoel Leocadio de Oliveira. Tiveram dois filhos, José de Oliveira Murinelly, Diplomata na Suiça, e Joaquina de Oliveira Murinelly.
É eleito Deputado provincial nos anos de 1870/71/74 e 75.
Foi engenheiro fiscal da estrada de ferro do Paraná em 1871.
Em 1885, o engenheiro funda a companhia açucareira Engenho Central do Rio Branco na Zona da Mata mineira, cuja direção era composta por ele, Antonio Paulo de Mello Barreto e Lindolfo Martins Ferreira.
José Artur de Murinelly, que já havia atuado como engenheiro fiscal da estrada de ferro do Paraná, com certeza participou da construção do ramal de Sumidouro, iniciado neste mesmo ano de 1885, visando o escoamento da produção açucareira e de café entre Minas Gerais e o estado do Rio de Janeiro.
Uma evidência de tal fato está no nome de duas estações do ramal, Murinelly e Mello Barreto, ambos diretores da citada Companhia açucareira.
Faleceu em Nice, França, em 1896.
OS TÚNEIS DE MURINELI:
Partindo de Murineli em direção à Dona Mariana, próxima Estação do Ramal, ainda na comunidade encontramos a caixa d'água que abastecia as
caldeiras das Locomotivas para vencer a grande Serra.
Por se tratar de uma belíssima Serra e pelas surpresas que ela nos reserva, mereceu uma postagem especial com belíssimas fotos que realmente vale a pena conferir no link abaixo:
https://otremexpresso.blogspot.com/2017/02/os-tuneis-de-murineli-pelos-caminhos-do.html
9 comentários:
Perdeu a caixa d'água?
Muito boa a matéria!
Esta muito linda esta estação!
Eu adorei ler, gosto muito de saber sobre ferrovias antigas aqui no nosso estado, principalmente na região serrana e os envolvidos.
Parabéns pelo cuidado com a pesquisa criteriosa, com a seleção e com o tratamento das fotos! Que belo e emocionante trabalho de rasgate da memória ferroviária regional faz Amarildo Mayrink!
Nasci aí em Murinelli,precisamente em Vargem Grande,meu avô criou Vargem Grande e meu pai viveu alí até sua morte,já fiu muitas vezes aí pra matar as saudades.Moro em são paulo desde que mudei aos seis anos. Esse trem "maria fumaça" tomei várias vezes quando criança,saudades imenças daí,obrigado carlos meceni
esqueci de te parabenizar Mayrink,aliás sobrenome que sempre ouvia quando criança.
O trecho entre Murinelly e Dona Mariana é espetacular, além dos três túneis a paisagem é deslumbrante. E ainda existem várias mesas de pedra com bancos para quem quiser fazer um belo pic-nic.
Marco Antônio Francisco
Meu avô, Elias de Moraes, foi agente dessa estação!
Maria Lua
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