segunda-feira, 13 de agosto de 2012

ESTAÇÃO UBÁ - Uma das principais Estações, referência na Linha do Centro.


Matéria atualizada em 11 de abril de 2024.

Acima e abaixo, dois sensacionais registros do acervo do IPHAN onde podemos ver, nos dois sentidos, a entrada do Triângulo de Manobras da Estação de Ubá.  Realmente espetacular!


As cinco fotos abaixo foram feitas em novembro de 2023, quando também visitei o complexo de Estações de Ligação após serem restauradas. 






Abaixo, a Estação de Ubá em belo registro de Jershon Ayres.


Abaixo, registros da retirada dos trilhos próximos à Estação.





As quatro fotos abaixo foram feitas em minha primeira visita a Ubá em julho de 2012.





Abaixo, uma interessante vista aérea da Estação de Ubá, onde é possível observar o trajeto do Triângulo de Manobras. Sem dúvida, mais um belo registro do acervo de Marcelo Rocha.





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Estação UBÁ

 

ligacao

 

Linha de Caratinga – Km 356,430 (1960)

Altitude: 334m.

Estação inaugurada em:  26 de outubro de 1879.

Estive no local em:  julho de 2012, maio de 2018 e novembro de 2023.

Uso atual: Em minha última visita não consegui identificar qual o uso atual da antiga Estação, que estava fechada. 

Situação Atual – Trecho não suprimido oficialmente. Trafego suspenso.


 E. F. Leopoldina (1879-1975)

RFFSA (1975-1996)





HISTÓRICO: 

A cidade de Ubá tinha sua antiga Estação como um dos principais pontos de referência na Linha de Caratinga, da Estrada de Ferro Leopoldina.

Após a suspensão do tráfego de trens, a antiga estação passou por longo período em estado precário e mal conservada, mas graças ao Tombamento do Conjunto Arquitetônico da Estação Ferroviária de Ubá em 2004 como Patrimônio Histórico, o prédio vem passando por reformas constantes, bem como todo o seu entorno, num processo de ampla revitalização daquela região.

Esta matéria ficou rica em detalhes fotográficos graças às valiosas contribuições de Hugo Caramuru, Marcelo Rocha, Jershon Ayres e Guilherme Camilo Souza, além dos dois espetaculares registros da acervo do IPHAN.


Abaixo, uma seqüência realmente histórica da ferrovia em Ubá.







A ESTAÇÃO:

Trata-se de uma bela Estação, que teria sido inaugurada entre 1879 e 1880 e que chegou a receber dois trens vindos do Rio de Janeiro: um que vinha pela Linha de Caratinga passando por Bicas e outro que vinha pela Linha do Centro passando por Recreio e Cataguases, até encontrar com a Linha de Caratinga na estação de Ligação.

A Linha de Caratinga na verdade correspondia à antiga E. F. União Mineira, que inicialmente vinha até Guarani. Após ser comprada pela Leopoldina em 15 de maio de 1884, construiu-se o prolongamento desta linha, que uniria a Estação de Guarani a Ubá, passando pelo complexo de Estações de Ligação.

Com a abertura da Estação de Ligação e a conseqüente união com a Estação de Três Rios via Bicas e Pequeri, Ubá passou a ser atingida por dois trens - ambos vindos do Rio de Janeiro: um que passava por Cataguases e outro, por Bicas.  

Na primeira metade dos anos 1970, os trens de passageiros que vinham por Bicas pararam definitivamente de funcionar, mas os trens mistos que vinham pela linha do Centro ainda trafegavam por ali pelo menos até 1980, trazendo passageiros para a Estação, mas logo depois, também pararam.

A Linha do Centro, que permanecia ativa em 2012 para cargueiros até a região de Cataguases, nunca foi oficialmente suprimida, mas em Ubá, desde então, já não se vê os trilhos ao lado da Estação.

Visitei Ubá em três oportunidades: 2012, 2018 e em 2023, quando encontrei a Estação fechada, aparentemente sem uso objetivo.



Abaixo, mais três fotos feitas em minha última visita, em novembro de 2023.




Abaixo, o antigo pátio da Estação de Ubá e suas linhas.


Abaixo, mais um belo registro do acervo de Marcelo Rocha.


As sete fotos abaixo foram realizadas em 08 de maio de 2018, quando visitei 17 Estações, de Guarani a Ponte Nova.








Abaixo, mais uma belíssima seqüência do acervo de Marcelo Rocha.







Nas três fotos abaixo, vindo da Estação de Ligação para Ubá em 2012, ainda se via grande parte do antigo leito ferroviário.




Abaixo, mais uma belíssima seqüência do acervo de Hugo Caramuru.




Abaixo, mais alguns registros feitos em minha primeira visita a Ubá em 2012.








Antigos casarões próximos à Estação abrigam muitas histórias.


Com a valiosa contribuição de Hugo Caramuru, a Estação de Ubá "ontem & hoje".
























20 comentários:

Anônimo disse...

Estrada de Ferro Leopoldina
data: 10/07/2015 | de: Eduardo Contin Gomes
Parabéns Hugo Caramuru e Amarildo Mayrink. Sou de Ubá, nascido na Fazenda do Glória e com mãe nascida em Diamante de Ubá. Já viu né? Em 1881 Dom Pedro II inaugurou o ramal da EFL que passava por lá e teve em determinado trecho (Ubá-Diamante) a guarda de honra prestada por meu trisavô, um grande fazendeiro e oficial da Guarda Nacional, de nome Antônio Gomes Pereira e Silva. Naquele tempo, o local se chamava Pântano e com a visita da comitiva imperial e pequena parada na estação, o meu trisavô serviu um café ao Imperador no trem. Dom Pedro II que tudo anotava e observava, percebeu que o lugar era bonito e Pântano um nome em desacordo, sugerindo que o lugar era um DIAMANTE de tão bonito e verdejante. Daí para frente passou o povoado a chamar Diamante, hoje Diamante de Ubá (distrito). Meu trisavô em junho de 1881, pelos relevantes serviços prestados, recebeu do Imperador a Comenda da Rosa e passou a ser conhecido então e tratado como "Comendador". As xícaras de café foram guardadas "sem lavar" e infelizmente não temos mais notícias delas. Este relato está no diário do Imperador Dom Pedro II e hoje no acervo da Biblioteca Nacional. O Comendador naqueles tempos era praticamente o dono da maioria das terras em torno do Diamante e no caminho sentido Ubá, o trem passava nas terras de uma fazenda conhecida como "Fazenda do Glória" de propriedade do filho mais velho do Comendador, de nome Ten. Cel. Antônio Gomes Pereira Filho (meu bisavô). Nesta Fazenda, meu avô nasceu, meu pai e também eu. No final da década de 1950 e anos 1960 o trem passava nas nossas terras. Eu ouvia o barulho da máquina a vapor com o seu inesquecível repetitivo "café-com-pão-manteiga-não". Eu e mais alguns irmãos, às vezes, corríamos na estrada de terra, subíamos pequeno morro e do alto dava para ver o trem passar lá embaixo na várzea. Posteriormente, ouvíamos o som das novas máquinas a Diesel. Entre a estação do Diamante e Ubá e bem próximo, um pouco antes, da estação da Ligação tinha uma plataforma coberta de parada do trem conhecida como "Parada Moreira" por situar-se nas terras do grande fazendeiro Laurindo Moreira. Essa Parada Moreira já foi destruída, infelizmente. Aquele prédio que você fotografou no povoado da estação da Ligação, de propriedade do Eduardo Stanziola, um moinho desativado, pertenceu ao meu trisavô (o Comendador) e o interessante é que desde pequeno, hoje estou com 65 anos, lembro daquele prédio meio destruído em sua parte superior, para mim, eu falo que ele foi bombardeado, um pensamento meu de criança para justificar aquele estrago antigo. O certo é que aquele prédio nunca foi reconstruído e deveria ser tombado pelo Patrimônio Histórico de Ubá, afinal, é centenário e semidestruído como sempre. Um caso a ser pensado e considerado pela comunidade local. É ou não é? Bom, o Comendador foi homem ilustre e do bem, pelo que conheço da sua história e influente em Ubá, sendo "Agente Executivo" da cidade em duas ocasiões (1892 e 1895-1986). Agente Executivo corresponde hoje ao cargo de Prefeito Municipal. Hoje tem uma rua em Ubá que o homenageia com o nome de "Comendador Antônio Gomes". É isto meu amigo, um pouco da história dos caminhos do trem por Minas Gerais. Um pena o descaso hoje existente com os trechos desativados e que outrora foram fomento para o crescimento de Minas e desenvolvimento de sua gente. Eu também sou saudosista.
Um grande abraço e muitos parabéns,
Eduardo Contin Gomes
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(31) 9972-2454

Amarildo Mayrink disse...

Estrada de Ferro Leopoldina
data: 15/07/2015 | de: Amarildo Mayrink
Belíssimo relato, Eduardo Contin Gomes! Digno de uma bela matéria aqui no site.
São depoimentos como estes que nos anima a continuar.
Grande abraço para você também.

Unknown disse...

Parabéns pela postagem, bate uma saudade de um tempo que não vivi!! Meu tio ia sempre de Japeri até Caratinga MG de trem, vai ver passava por Ubá também, olhei no Google, a não ser que eu esteja errado... Ele atualmente tem problemas de memória, mas, ao mostrar essas fotos a ele, lembrou direitinho das viagens que fazia!! Das subidas e descidas das serras, das curvas nas montanhas até chegar em São Geraldo, do apito, de várias estações, até do apelido que deram ao trem "Inconfidente"... Falou também de um trem "caçique" (Campos ao Rio de Janeiro), muito parecido com esse da foto, amarelo com listras vermelhas (ou vice versa rs), carinhosamente era considerado o "irmão" desse inconfidente... Mesmo não tendo mais esse trem, viajamos no tempo, com duas horas de relatos contados como se fosse ontem!! Foi impressionante, como as lembranças voltaram, e olha que o último trem desse, pela linha auxiliar que passou em Japeri tem mais de quatro décadas!! falou da decepção com que o trem foi largado no final das contas... Agora uma opinião minha: esse negócio de que desativaram o trem porque não dava lucro é balela, falácia. Por anos a ferrovia sempre foi tratada como estorvo nesse paiseco que vivemos, não tinha investimentos, daí, óbvio que as antigas máquinas se tornariam lentas e obsoletas frente ao pesado investimento em rodovias... Se ferrovia fosse sinônimo de prejuízo, os EUA não teriam a maior malha ferroviária do planeta!!

Um forte abraço, e parabéns mais uma vez pela póstagem, fez "milagres" aqui rs!!

Amarildo Mayrink disse...

Caro Roberto!
Comentários como o seu e a notícia de que este singelo trabalho tenha feito tão bem ao seu Tio é que me motiva ainda mais a seguir em frente. E ele está certo: Passava por Ubá sim! E subia pela belíssima serra de São Geraldo, que pretendo conhecer em breve e trazer notícias e fotos de lá para o seu Tio, você e todos os amigos leitores.
vamos em frente! Ainda tem muita estação para visitar!
Forte abraço pra vocês também.

Unknown disse...

Seu trabalho é fantástico!
Segundo meu tio, a vista da serra era linda, a partir do trem, com suas curvas e matas de tirar o fôlego. Da estação Mirante dava para ver a cidade lá em baixo! Agora, acredito eu que ainda deva ter trilhos por lá..
Como você mesmo disse, "ainda tem muita estação para visitar"...Aproveite, um dia quem sabe, e faça uma visita às estações da antiga Linha Auxiliar, porque pelo o que me contaram, depois da desativação do trecho serra de Petrópolis, foi por ela que os trens, tanto de passageiros quanto os cargueiros seguiam do RJ a MG, na bitola métrica.
Antes da desativação total desse ramal, eu tive o prazer, quando criança, de andar no saudoso "trem azul". Mas, um passo de cada vez. Desejo boa sorte e parabéns mais uma vez!

Aeropontal disse...

Alguém tem uma foto da Parada Moreira na Época.

Unknown disse...

Hoje, vivo em Braília-df a 42 anos. fui criado em Miguel Pereira- RJ, apear de carioca.
Meu velho pai foi chefe de estaçao ( efcb), nessa cidade.
A linha auxiliar que saía de Alfredo Maia, no Rio, até Porto Novo, ficou reduzida a alguns quilômetros, de Três Rios a Porto Novo, onde deverá passar os trens Rio/Minas.
Quanto ao trecho de Japeri a Três Rios ( bitola estreita), principalmente na serra, já furtaram todos os trilhos.
Existe, entre Miguel Pereira e Governador Portela ( 04km), uma litorina que veio de Santos Dumont (mg), bitola larga, que obrigou a OSCIP/Prefeitura a fazerem a mudança de 01 para 1.60m.
Segundo sei, ela fica na maioria do tempo estacionada em Gov. Portela, por não ser do interesse dos moradores em fazer passeios nesa curta distância.
Portanto, essa é a real situação da linha auxiliar (efcb), que nos meus tempos, era muito usada, tanto para trens de passageiros como de cargas
abs a todos
Almyr Rezende bsb-df






















Unknown disse...

Gostaria de deixar registrado, que nasci em Guidoval na Zona da Mata Mineira, também sou um saudosista, lembro-me que juntamente com meus Pais e 5 irmãos, saímos de Guidoval em Julho de 1958 com destino à São Paulo pela Estação de trem de Ubá, então Rede Ferroviária Leopoldina, Uma das viagem que não me sai do pensamento, embora à época contava apenas com 13 anos de idade. Que saudade!!.

Elias disse...

Boa tarde, se não me engano existia um Expresso Ubá - Raul Soares. Observe que a estação tinha um segundo pavimento, seria o controle quecdepois passou a ser só em Ponte Nova a monitorar o trechom

Elias disse...

Se não me engano existia um Expresso Ubá - Raul Soares na década de 50 e 60 .

márcio de aquino disse...

Fui ferroviário e trabalhei na estação de Ubá durante sete meses. Fui transferido de Campos/RJ, quando morei na cidade. Trabalhei em Ubá de junho de 90 a janeiro de 91, e cheguei também a trabalhar na estação de Sobral Pinto dando férias. Faz trinta anos, quando trabalhei em Ubá, e depois retornei à minha cidade. Apesar da distância e da saudade da família, dos amigos e da minha cidade, foi um período muito feliz, quando fiz amigos entre os colegas e vivi bons momentos em Ubá, que nunca esqueci. Gostei de ver fotos de minha época e atuais. Quem é ferroviário na verdade nunca deixa de ser

Anônimo disse...

Por volta de 1980, desembarquei nessa estação, num trem de passageiros que fazia a linha Recreio a Ponte Nova.
Claudio Bomfim

Anônimo disse...

Minha terra! Meu pai era condutor de trens fazendo as linhas Ubá, Juiz de Fora, Ponte Nova, Dom Silvério e São Geraldo.
Gerson Costa

Anônimo disse...

Linda! Poderia ser reativada! Mas o monopólio dos ônibus conseguiu o retrocesso na área ferroviária.
Paulo Roberto Jeronymo

Anônimo disse...

Saudades da Leopoldina - RFFSA.
Geraldo Jose Soares

Anônimo disse...

Das antigas.. que legal!!!
Ari Andrade

Anônimo disse...

KKK A C I L D I S !!! - esta linha saindo à esquerda era do triângulo que havia primitivamente... e nunca imaginaria caixa d'água na ponta de lá.
Caramuru A Hugo

Anônimo disse...

Um pecado esse patrimônio estar sub utilizado. Como você disse uma das principais (entendo ser a principal) referência na Linha do Centro. Pelo menos em tamanho é sem dúvida a maior, assim como em beleza.
Marco Antônio Francisco

Anônimo disse...

Isso foi um erro fatal! Quem fez não tinha visão de futuro! O ideal seria a volta do trem, afinal nossa Zona da Mata está estagnada desde sua desativação.
Paulo Rubens Filgueiras

Anônimo disse...

Ubá era, das estações que trabalhei, a que recebia mais despachos, em pequenas expedições de botinas para trabalhos nas usinas de cana de açúcar; rolos de fumo em cordas para cigarro na palha de milho seco; etc. O Sr. Vicente Lacerda e seu filho - cujo nome não me lembro - eram os representantes. Inclusive meu pai, comerciante em Vila Nova, também comprava deles. O Sr. Vicente... muito baixinho... possivelmente 1,50m de altura... Lembranças de um passado presente em minha vida como Agente de Estação!
José Carlos Bissonho.