O TREM EXPRESSO
quarta-feira, 15 de outubro de 2025
segunda-feira, 13 de outubro de 2025
ESTAÇÃO SANTO EDUARDO - Era a última parada no Estado do Rio de Janeiro em direção ao Espírito Santo.
Acima e na sequência abaixo, a Estação de Santo Eduardo em dezembro de 2021. Fotos de Paulo Neiva Pinheiro, que também comenta seus registros.
A linha principal e a auxiliar ainda preservadas. Na época, era aqui que a Usina Santa Maria escoava sua produção.
Hoje, a Estação se sobressai na pacata localidade de Santo Eduardo como a principal atração.
O belíssimo prédio histórico de 1879 resiste...

A Usina Santa Maria, que na verdade fica no município de Bom
Jesus do Itabapoana-RJ ainda em funcionamento. Ela escoava sua produção pela Estação de Santo Eduardo.
Abaixo, a Estação de Santo Eduardo em 1915. Foto do livro As Ferrovias do Brasil, de
Cornejo e Gerodetti, 2005, p.62.
Estação SANTO EDUARDO
santa-maria
Município: Campos dos Goytacazes-RJ
Linha Do Litoral - Km 386,808 (1960)
Altitude: 60 m
Estação inaugurada em: 13 de junho de 1879
Estive no local em: Ainda não visitei a Estação. Fotos do amigo Paulo Neiva Pinheiro.
Uso atual: Aparentemente fechada e sem uso, mas ainda em bom estado de conservação.
Situação Atual – Tráfego suspenso. Os trilhos ainda estão por lá.
E. F. Leopoldina ( 1879-1975)
RFFSA (1975-1996)
FCA (1996 - ...)
HISTÓRICO DA LINHA:
Conforme cita o site estacoesferroviarias, de Ralph Mennucci Giesbrecht... “O que mais tarde foi chamada "Linha do Litoral" foi construída por diversas companhias, em épocas diferentes, empresas que acabaram sendo incorporadas pela Leopoldina até a primeira década do século XX. O primeiro trecho, Niterói-Rio Bonito, foi entregue entre 1874 e 1880 pela Cia. Ferro-Carril Niteroiense, constituída em 1871, e depois absorvida pela Cia. E. F. Macaé a Campos. Em 1887, a Leopoldina comprou o trecho. A Macaé-Campos, por sua vez, havia construído e entregue o trecho de Macaé a Campos entre 1874 e 1875. O trecho seguinte, Campos-Cachoeiro do Itapemirim, foi construído pela E. F. Carangola em 1877 e 1878; em 1890 essa empresa foi comprada pela E. F. Barão de Araruama, que no mesmo ano foi vendida à Leopoldina. O trecho até Vitória foi construído em parte pela E. F. Sul do Espírito Santo e vendido à Leopoldina em 1907. Em 1907, a Leopoldina construiu uma ponte sobre o rio Paraíba em Campos, unindo os dois trechos ao norte e ao sul do rio. No início dos anos 80 deixaram de circular os trens de passageiros que uniam Niterói e Rio de Janeiro a Vitória. A partir de 1996 a linha funcionou para cargueiros por mais alguns anos sendo operada pela FCA. ”
A ESTAÇÃO:
Contando mais uma vez com as sempre importantes contribuições de Paulo Neiva Pinheiro, chegamos à Estação Santo Eduardo, última Estação do Estado do Rio de Janeiro em direção ao Espírito Santo na Linha do Litoral.
Paulo Neiva Pinheiro esteve na Estação de Santo Eduardo em dezembro de 2021 trazendo seu relato...
“A Estação de Santo Eduardo já existia desde 1879. O historiador Pedro Teixeira cita esse ano como a de inauguração da Estação, sendo que ali chegava para embarque toda a produção agrícola do vale do Itabapoana e que antes, desde 1864, chegavam ao porto fluvial da Limeira, no rio Itabapoana. Santo Eduardo era então a ponta da linha que vinha de Campos. Com a inauguração da Estação de Itabapoana (mais tarde, Ponte de Itabapoana) em 1893 - alguns dão a data de 1894 - foi aberta, em 1896, a ferrovia E. F. Itabapoana, ligando inicialmente esta Estação capixaba à fazenda Boa Vista - hoje cidade de Apiacá - e fazendo com que Santo Eduardo perdesse muito de seu movimento. A toponímia em volta do bairro de Santo Eduardo - que pertence a Campos - foi bastante complicada no final do século XIX. O bairro existia dos dois lados do rio Itabapoana, sendo que, como o rio era a divisa de estados, um dos bairros estava no ES e o outro no RJ. A Estação ficava do lado fluminense. Porém, as agências postais, que em alguns casos estavam estabelecidas nas Estações, no caso de Santo Eduardo a agencia fluminense tinha o nome de Itabapoana e a capixaba, de Santo Eduardo. E mais: a Estação Ferroviária de Itabapoana ficava no lado capixaba. Tudo contribuía para complicar a situação das correspondências a serem entregues ali, num tempo em que não existiam os Códigos de Endereçamento Postais (CEP’s). Somente no início do século XX normatizou-se a situação naquela região. Pelo casario de época ainda existente na localidade, pode-se notar que durante a passagem do Trem por ali havia bastante prosperidade no local, hoje bastante bucólico.”
Abaixo, a Estação de Santo Eduardo em dezembro de 2021, construída de tijolinhos maciços no belo e tradicional estilo inglês de Estações Ferroviárias. Fotos de Paulo Neiva Pinheiro.
Seria o prédio em frente à Estação um antigo Hotel em Santo Eduardo?
quarta-feira, 8 de outubro de 2025
ESTAÇÃO PONTE DE ITABAPOANA - As duas Estações ainda estão lá, mantendo vivas a história da E. F. Leopoldina.
Acima e abaixo, a 2ª Estação Ponte de Itabapoana em 2025. Registros de Da Silva Junior. De se observar o nome da Estação no dístico escrito de forma alterada. Mas em todos os documentos ferroviários - bem como o próprio nome do distrito - o nome é Ponte de Itabapoana.
Nas três fotos abaixo, a 2ª Estação Ponte de Itabapoana em 2024. Registros de Paulo Neiva Pinheiro.
Paulo Neiva Pinheiro na Estação Ponte de Itabapoana, em 2024.
A Estação cheia em 1912 para ver a passagem do Sr. Jeronimo
Monteiro por lá - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.
Estação PONTE DE ITABAPOANA
Município: Mimoso do Sul-ES
Linha Do Litoral - Km 388,407 (1960)
Altitude: 59 m
Estação inaugurada em: 1893
Estive no local em: Ainda não visitei a Estação. Fotos dos amigos Paulo Neiva Pinheiro e Da Silva Junior.
Uso atual: Posto de Saúde e Agência dos Correios.
Situação Atual – Tráfego suspenso. Os trilhos ainda estão por lá.
E. F. Leopoldina ( 1893-1975)
RFFSA (1975-1996)
FCA (1996 - ...)
HISTÓRICO DA LINHA:
Conforme cita o site estacoesferroviarias, de Ralph Mennucci Giesbrecht... “O que mais tarde foi chamada "Linha do Litoral" foi construída por diversas companhias, em épocas diferentes, empresas que acabaram sendo incorporadas pela Leopoldina até a primeira década do século XX. O primeiro trecho, Niterói-Rio Bonito, foi entregue entre 1874 e 1880 pela Cia. Ferro-Carril Niteroiense, constituída em 1871, e depois absorvida pela Cia. E. F. Macaé a Campos. Em 1887, a Leopoldina comprou o trecho. A Macaé-Campos, por sua vez, havia construído e entregue o trecho de Macaé a Campos entre 1874 e 1875. O trecho seguinte, Campos-Cachoeiro do Itapemirim, foi construído pela E. F. Carangola em 1877 e 1878; em 1890 essa empresa foi comprada pela E. F. Barão de Araruama, que no mesmo ano foi vendida à Leopoldina. O trecho até Vitória foi construído em parte pela E. F. Sul do Espírito Santo e vendido à Leopoldina em 1907. Em 1907, a Leopoldina construiu uma ponte sobre o rio Paraíba em Campos, unindo os dois trechos ao norte e ao sul do rio. No início dos anos 80 deixaram de circular os trens de passageiros que uniam Niterói e Rio de Janeiro a Vitória. A partir de 1996 a linha funcionou para cargueiros por mais alguns anos sendo operada pela FCA. ”
A ESTAÇÃO:
Contando mais uma vez com as
sempre importantes contribuições de Da Silva Junior e de Paulo
Neiva Pinheiro, chegamos à Estação Ponte de Itabapoana. De
se observar o nome da Estação no dístico escrito de forma alterada. Mas em
todos os documentos ferroviários - bem como o próprio nome do distrito - o nome
é Ponte de Itabapoana.
Paulo Neiva Pinheiro esteve na Estação Ponte de Itabapoana em 2021 e 2024 trazendo seu relato...
Visitei a
Estação de Ponte de Itabapoana duas
vezes, uma em 2021 e 2024. A Estação fica ao lado da estrada que liga Campos a
Cachoeiro do Itapemirim, bem na divisa de estados, do lado capixaba. Na verdade
existem duas Estações. A Estação mais recente - que em 2019 estava abandonada -
encontra-se muito bem preservada. Em 2024 ela havia passado por recente reforma,
ao contrário da Estação primitiva feita de tijolinhos, que estava muito mal
cuidada e infestada de pombos no seu telhado. Ainda podemos ver nas
proximidades das Estações prédios de época do período ferroviário. A Estação
mais moderna foi construída pela Leopoldina Railway que creio ser de 02 de
fevereiro de 1893. A mais antiga foi construída pela Estrada de Ferro Carangola
(1879), que iria até Cachoeiro de Itapemirim-ES, mas que parou ali mesmo. No
final do século XIX, existiam duas localidades de Santo Eduardo; uma ao sul do
rio, no Estado do Rio de Janeiro e outra ao norte, no Estado do Espirito Santo.
A Estação ficava do lado fluminense. Porém, a localidade capixaba tinha sua
agência postal com o nome da cidade fluminense. Para aumentar a confusão, a
agência postal de nome Itabapoana atendia a localidade de Santo Eduardo fluminense
e havia uma Estação Ferroviária no lado capixaba com o nome Itabapoana. Esta
situação de agências e Estações somente foi resolvida no início do século XX.
Em 01 de fevereiro de 1894 foi aberto ao tráfego o pequeno trecho compreendido
entre Santo Eduardo e Itabapoana, já pela Leopoldina, com a extensão de 1.659
metros (Este trecho parece ter substituído o antigo que já existia construído
pela Carangola). Este era o primeiro pedaço de linha que somente nove anos mais
tarde chegaria a Cachoeiro do Itapemirim. Era parte inicialmente da E. F. Santo
Eduardo a Cachoeiro, projetada pela E. F. Carangola, comprada pela E. F. Barão
de Araruama e revendida à E. F. Leopoldina, que foi quem iniciou a sua
construção, em 1893. Nos anos 1940, o nome da Estação e da localidade, situada
no lado norte do rio Itabapoana, divisa dos Estados do Rio de Janeiro e do
Espírito Santo, foi alterado para Ponte de Itabapoana.”
Da Silva Junior esteve na Estação Ponte de Itabapoana em 2013, 2019 e 2025 trazendo seu relato...
“O
crescimento da produção cafeeira interessou aos ingleses, que vinham
construindo Estradas de Ferro pelo Sudeste. O esquema era que ao abrir uma
estrada, estimulava a derrubada de árvores, quando os proprietários vendiam
madeira para os dormentes e lenha para as máquinas a vapor. Com esse recurso os
proprietários investiam na produção cafeeira e usavam a Estrada de Ferro,
pagando frete, para descer principalmente para exportação pelo porto do Rio de
Janeiro onde existiam grandes comerciantes compradores de café. Assim ficava
viabilizada a ferrovia. A Estação Ponte de Itabapoana teria sido aberta em 1879
pela E. F. Carangola. Era a ponta de linha do Ramal que deveria atingir
Cachoeiro do Itapemirim, mas parou por ali mesmo. Em 01 de fevereiro de 1894
foi aberto ao tráfego o pequeno trecho compreendido entre Santo Eduardo e
Itabapoana, já pela Leopoldina, com a extensão de 1.659 metros (Este trecho parece
ter substituído o antigo que já existia, construído pela Carangola). Este era o
primeiro pedaço de linha que somente nove anos mais tarde chegaria a Cachoeiro
do Itapemirim. Era parte inicialmente da E. F. Santo Eduardo a Cachoeiro,
projetada pela E. F. Carangola, comprada pela E. F. Barão de Araruama e
revendida à E. F. Leopoldina, que foi quem iniciou a sua construção, em 1893.”
A 1ª e a 2ª Estação Ponte de Itabapoana em 2025 em belo registro de Da Silva Junior.
Na sequência abaixo, a 1ª Estação Ponte de Itabapoana em detalhes, em mais alguns registros de Paulo Neiva Pinheiro feitos em 2024.