sexta-feira, 28 de março de 2025

ESTAÇÃO MANOEL DE MORAIS - Ponto final do Ramal.

 Acima e na sequência abaixo, a Estação de Manoel de Morais.






Acima e abaixo, o Corte na Rocha, local por onde o Trem passaria para chegar a Macuco, o que nunca aconteceu.


Acima e abaixo, as Cabeceiras do Pontilhão por onde o Trem também nunca passou.


A Estação de Manoel de Morais em janeiro de 2004, por Gutierrez Lhamas Coelho

Paulo Neiva e a Estação de Manoel de Morais.




MANOEL DE MORAIS-RJ


visconde-de-imbe


  

Município: Santa Maria Madalena-RJ

Ramal Manoel de Morais - Km 357,388 (1960)

Altitude:  249m

Estação inaugurada em: 15 de setembro de 1896.

Estive no local em:  Ainda não visitei a Estação. Fotos de Paulo Neiva Pinheiro.

Uso atual: Desconhecido.

Situação Atual – Ramal erradicado, sem trilhos. 

 

E. F. Leopoldina (1896-1965)




HISTÓRICO DA LINHA: 

Conforme cita o site estacoesferroviarias, de Ralph Mennucci Giesbrecht...

“O Ramal que ligava Entroncamento (Conde de Araruama) a Ventania (Trajano de Moraes) teve a linha entregue em 1878 até Conceição e no ano seguinte até Triunfo (Itapuá) e Ventania, pela E. F. Barão de Araruama. Somente em 1896, já com as linhas de posse da Leopoldina, foi entregue a continuação até Visconde do Imbé e em 1897 a Manoel de Morais. Antes disso, em 1891, o engenheiro Ambrosino Gomes Calaça havia aberto uma linha entre Ventania e Santa Maria Madalena, estabelecendo outro Ramal. Logo após a inauguração, a linha foi vendida À E. F. Santa Maria Madalena, e em 1907 à Leopoldina. Dependendo da época, a Linha Principal era Conde de Araruama-Madalena, ou Conde de Araruama-Manoel de Morais, com o outro trecho sendo o Ramal, ou seja, passando por baldeação ou espera em Trajano de Moraes. Em 31/08/1965, o trecho a partir de Triunfo foi suprimido para trens de passageiros, ou seja, o entroncamento de Trajano de Moraes já não era alcançado. Em 1966 ou 1967, o que restava do Ramal acabou de vez. Ficou, entretanto, o trecho entre Conde de Araruama e Conceição de Macabu ainda funcionando para a Usina Victor Sence, até o início dos anos 1990. Com a sua desativação, os trilhos foram arrancados.” 


A ESTAÇÃO:

A Estação de Manoel de Morais, pequena comunidade pertencente ao município de Santa Maria Madalena, foi inaugurada já pela Leopoldina em 1897. Os Trens deixaram de passar por lá entre 1966/1967, mas a Estação ainda está de pé, resistindo ao tempo. Já esteve bem “judiada”, passou por reformas e hoje ainda se encontra em boas condições. No dia de sua visita, Paulo Neiva encontrou a Estação fechada.

A história da ferrovia em Manoel de Morais guarda uma passagem interessante! O projeto inicial era que a ferrovia se estendesse até a Estação de Macuco, se unindo à Linha Cordeiro-Macuco. Apesar de terem iniciado os trabalhos construindo ponte e grande corte de pedras, tal ligação nunca se concretizou, deixando abandonado o trabalho iniciado. Com essa decisão, a Estação de Manoel de Morais ficou mesmo como ponto final do Ramal que partia de Trajano de Moraes.

Outro fato interessante é que, dependendo da época, a Linha Principal se alternava entre “Conde de Araruama-Manoel de Morais”, ou “Conde de Araruama-Santa Maria Madalena”, com a baldeação acontecendo na Estação de Trajano de Moraes e o outro trecho sendo um pequeno Ramal. Em 31 de outubro de 1965 o trecho a partir de Triunfo foi suspenso para Trens de passageiros para, logo em seguida, os dois Ramais serem definitivamente suprimidos. 

Na sequência abaixo, detalhes da Estação de Manoel de Morais.





Corte na Rocha Construído pela Cia. Leopoldina Railway em Manuel de Moraes (Santa Maria Madalena-RJ).

"Após a inauguração da Estação de Manoel de Morais, a empresa Inglesa Leopoldina Railway tinha a intenção de estender o Ramal de Manuel de Moraes até a cidade de Macuco-RJ, o que acabou não acontecendo. Mas os trabalhos chegaram a ser iniciados, quando fizeram esse belíssimo 'Corte na Rocha' logo após o Rio Grande, que seria atravessado por um 'Pontilhão' que também chegaram a construir suas cabeceiras em alvenaria de pedra. Elas também ainda estão lá como testemunhas."

Na sequência abaixo, fotos do Corte na Rocha, por onde o Trem nunca passou.










Pontilhão com Cabeceiras em Alvenaria de Pedras - Construído pela Cia Leopoldina Railway em Manuel de Moraes (Santa Maria Madalena-RJ).

"Na projetada extensão do Ramal de Manuel de Moraes até a cidade de Macuco-RJ - o que acabou não acontecendo - ficou também essa obra de arte magnífica feita para o Trem atravessar o Rio Grande sentido à cidade de Macuco-RJ."

Na sequência abaixo, fotos das Cabeceiras do Pontilhão por onde o Trem nunca passou.








quarta-feira, 26 de março de 2025

ESTAÇÃO VISCONDE DE IMBÉ - A Estação original não existe mais. Foi demolida para a construção de uma réplica.

 Acima, um dos últimos registros da Estação de Visconde de Imbé em condições originais.

A Estação sendo demolida pela Prefeitura de Trajano de Moraes para dar lugar a um centro cultural, que será uma réplica da antiga Estação.


O “projeto da réplica”.


Em 2022 a obra de reconstrução estava paralisada.


Fotos extraídas do Google Maps feitas em junho de 2024, onde vemos a nova Estação ainda em reconstrução, mas já reerguida.


Em 2022, Paulo Neiva só havia encontrado a antiga Plataforma de embarque/desembarque ainda originais. Notem as pedras talhadas que ainda resistiam.


Belo registro da antiga Estação de Visconde de Imbé da década de 1960.


Antiga panorâmica de Visconde de Imbé.


A Estação em 1987.


Entre as Estações de Santo Inácio e Visconde de Imbé, ruínas de um Pontilhão no antigo Ramal de Manuel de Moraes.


Paulo Neiva e o que restava da Estação de Visconde de Imbé em 2022.




manoel-de-morais


VISCONDE DE IMBÉ-RJ

Antiga Aurora


santo-inacio


  

Município: Trajano de Moraes-RJ

Ramal Manoel de Morais - Km 351,743 (1960)

Altitude:  334m

Estação inaugurada em: 15 de setembro de 1896.

Estive no local em:  Ainda não visitei a Estação. Fotos de Paulo Neiva Pinheiro; dos amigos da página "Eu Amo Trajano de Moraes-RJ" e do Google Maps.

Uso atual: A Estação original foi demolida para a construção de uma "réplica". Obra paralisada.

Situação Atual – Ramal erradicado, sem trilhos. 

 

E. F. Leopoldina (1896-1965)



HISTÓRICO DA LINHA: 

Conforme cita o site estacoesferroviarias, de Ralph Mennucci Giesbrecht...

“O Ramal que ligava Entroncamento (Conde de Araruama) a Ventania (Trajano de Moraes) teve a linha entregue em 1878 até Conceição e no ano seguinte até Triunfo (Itapuá) e Ventania, pela E. F. Barão de Araruama. Somente em 1896, já com as linhas de posse da Leopoldina, foi entregue a continuação até Visconde do Imbé e em 1897 a Manoel de Morais. Antes disso, em 1891, o engenheiro Ambrosino Gomes Calaça havia aberto uma linha entre Ventania e Santa Maria Madalena, estabelecendo outro Ramal. Logo após a inauguração, a linha foi vendida À E. F. Santa Maria Madalena, e em 1907 à Leopoldina. Dependendo da época, a Linha Principal era Conde de Araruama-Madalena, ou Conde de Araruama-Manoel de Morais, com o outro trecho sendo o Ramal, ou seja, passando por baldeação ou espera em Trajano de Moraes. Em 31/08/1965, o trecho a partir de Triunfo foi suprimido para trens de passageiros, ou seja, o entroncamento de Trajano de Moraes já não era alcançado. Em 1966 ou 1967, o que restava do Ramal acabou de vez. Ficou, entretanto, o trecho entre Conde de Araruama e Conceição de Macabu ainda funcionando para a Usina Victor Sence, até o início dos anos 1990. Com a sua desativação, os trilhos foram arrancados.” 


A ESTAÇÃO:

Seguindo pelo Ramal de Manoel de Morais em sua viagem de pesquisas pelos caminhos da E. F. Leopoldina em 2022, o amigo Paulo Neiva Pinheiro chegou à segunda parada: Estação VISCONDE DE IMBÉ-RJ. Vamos ao relato de Paulo Neiva sobre essa intrigante visita...

“A Estação de Visconde de Imbé foi inaugurada em 1896. O trem foi desativado em 1965. O prédio da Estação ainda existia em 2004. Em janeiro de 2008 estava em ruínas, ainda cabendo uma restauração. Mas a prefeitura de Trajano de Moraes optou por demolir tudo e reconstruir um novo prédio, uma ‘nova Estação’ para se tornar um centro cultural, ou seja, demoliram o prédio original que a meu ver merecia e tinha todas as condições de ser preservado. De qualquer forma, em 2009 a obra foi paralisada e assim a encontrei em 2022. Da Estação só existia parte da antiga plataforma e uma estrutura (esqueleto) com colunas e uma parte da laje do que seria a nova Estação.“


Vendo as fotos e o relato de Paulo Neiva, resolvi fazer uma consulta ao Gogle Maps e às fotos móveis que eles realizam nas ruas das cidades visitando Visconde do Imbé. Lá encontrei fotos do “novo prédio” já reerguido, fotos feitas em junho de 2024. Pelas fotos, podemos ver que as obras de reconstrução parecem estar novamente paralisadas, mas o novo prédio já ganhou o formato da antiga Estação. Agora é esperar que a prefeitura da Trajano de Moraes consiga finalmente concluir o projeto.


Desfile cívico em Visconde de Imbé, vendo-se a Estação à esquerda da foto. Já não existiam os trilhos.


Paulo Neiva encontrou as Ruínas de um Pontilhão no antigo Ramal de Manuel de Moraes.

“Entre as Estações de Santo Inácio e Visconde de Imbé, ambas pertencentes ao município de Trajano de Moraes-RJ, existiu um pontilhão ferroviário. Pela proximidade, eu acho que as águas da Cachoeira das Neves passavam ali em baixo. Devem ter sido desviadas, suposição minha… As vigas metálicas que ligavam uma cabeceira à outra - por onde passavam os trilhos - já levaram para vender.” 




Na sequência abaixo, da obra paralisada em 2022 só existiam colunas e parte de uma nova lage.










Optaram por derrubar a antiga estrutura para construir uma nova, o que ainda não conseguiram concluir.
Imagens da demolição do antigo prédio da Estação.

Visconde de Imbé, década de 1930.


Vista antiga de Visconde de Imbé, ainda Vila Aurora.



Ao lado da antiga Estação, prédio de 1923, período de ouro da ferrovia em Visconde de Imbé.

1923. Nesse período o Brasil era um país que dependia basicamente da exportação de café para o exterior e muitas dessas construções são provenientes de recursos vindo do café, assim como as próprias ferrovias se sustentavam com esse comércio.