Plataforma da antiga Estação já
demolida de Cisneiros, sentido ao Triângulo.
A Estação de Cisneiros neste belíssimo registro do acervo de Hugo Caramuru.
Nas duas fotos acima a belíssima ponte metálica sobre o Rio Pomba hoje.
Nas três fotos acima toda a
imponência do antigo Armazém Regulador de Café de Cisneiros.
Acima, o largo da estação, vendo-se o grande
Armazém Regulador de Café à esquerda e a Estação Ferroviária com a caixa d'água ao fundo, à direita - do acervo de Elias Duarte da Fonseca.
Acima, alunos da escola municipal em evento
cívico ao lado do Armazém Regulador de Café, do acervo de Elias Duarte da
Fonseca.
Na foto acima, a caixa d’água e,
mais à frente, a plataforma da antiga estação, sentido ao Triângulo.
Na foto acima, o distrito de Cisneiros vendo-se a Estação no centro e a caixa d’água mais à esquerda na foto. À direita, no alto, a Igreja de Nossa Sra. da Imaculada Conceição.
Fonte: site www.estacoesferroviarias.com.br
Restauração fotográfica: Amarildo Mayrink
Município: Palma.
Linha de Manhuaçu – Km 327,279.
Altitude: 128m.
Estive no local em: 18 de março de 2019.
Altitude: 128m.
Estive no local em: 18 de março de 2019.
Estação inaugurada em: 25 de abril de 1883.
Uso atual: Estação demolida.
Situação Atual – Declarado erradicado e sem trilhos.
E. F. Leopoldina (1883-1975)
RFFSA (1975-1996)
HISTÓRICO:
Em
uma das mais prazerosas viagens que realizei ao longo destes anos de pesquisa
pelos caminhos da Estrada de Ferro Leopoldina, logo que atravessei a magnífica
ponte na chegada a Cisneiros, parei na primeira residência da comunidade, bem próxima da cabeceira. O
objetivo era buscar o melhor ângulo para fotografar a ponte!
Eis
que chega em casa o mais novo amigo e colaborador de nossa página, Elias Duarte
de Fonseca, que não só permitiu a realização das fotos como colocou à minha
disposição o maravilhoso acervo fotográfico aqui exposto, momento de um bom
bate-papo sobre a importância da ferrovia para Cisneiros e região.
Deixo
aqui meu agradecimento ao Elias pela atenção, disponibilidade, interesse e
grande consideração ao meu trabalho.
Vamos então à matéria!
A criançada fazendo a festa! Acima, uma composição da FCA entre Cisneiros e Tapirussu.
Abaixo, um passeio de Biciclotrem no mesmo trecho - fotos de Elias Duarte da Fonseca.
A ESTAÇÃO:
A Estação de Cisneiros ficava localizada no distrito de mesmo nome, no Município de Palma. Na época de sua construção pela E. F. Leopoldina o lugar era apenas uma pequena comunidade. Por isso, acabou possuindo outras denominações.
A Estação de Cisneiros ficava localizada no distrito de mesmo nome, no Município de Palma. Na época de sua construção pela E. F. Leopoldina o lugar era apenas uma pequena comunidade. Por isso, acabou possuindo outras denominações.
Primeiramente a estação nasceu como Tapirussu, nome de um distrito mais evoluído que ficava à outra margem do rio Pomba, a dois quilômetros dali.
Algum tempo depois a pequena comunidade também foi elevada a distrito recebendo o nome de Aliança, nome da fazenda do Dr. Bernardo Cysneiro da Costa Reis.
Com a abertura do ramal de Paraoquena, o distrito de Tapirussu recebeu sua estação com o nome que verdadeiramente era seu.
Então, em homenagem ao Dr. Bernardo Cysneiro, o nome do distrito foi alterado de Aliança para Cysneiro, nome também adotado pela estação, que com o tempo passou a ser denominada Cisneiros, nome que vigora até os dias de hoje.
"O local era ponto de passagem dos tropeiros que vinham de Visconde do Rio Branco com destino a Campos, RJ. Pelos documentos analisados, principalmente escrituras públicas, o primeiro nome foi Arraial Novo. Depois, com a proximidade de fazenda Aliança, do Dr. Bernardo Cysneiro da Costa Reis, passou a ser conhecido como Aliança e, anos depois, numa homenagem a este cidadão pernambucano que muito lutou para o progresso desta região, a Câmara Municipal de Palma, mudou o nome para Cysneiro, que com o tempo passou a ser Cisneiros. A localização de Cisneiros era bastante estratégica, tanto que nele foi construído o armazém regulador de café. E por muito tempo a economia foi baseada neste produto. Com o estouro da bolsa em Nova Iorque em 1929 as coisas mudaram. E com o tempo a base da economia do distrito passou a ser a pecuária, o que continua até hoje" (Joaquim Machado, 2006).
Saiba mais sobre a Estação Cisneiros aqui na página:
http://otremexpresso.blogspot.com/2017/05/estacao-cisneiros.html
http://otremexpresso.blogspot.com/2019/03/pequeno-predio-ferroviario-localizado.html
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http://otremexpresso.blogspot.com/2019/03/pequeno-predio-ferroviario-localizado.html
Diante da exuberância da foto acima, de Elias Duarte da Fonseca, segue o belo poema de Deivison Fonseca:
EM MIL OITOCENTOS E LÁ VAI FUMAÇA...
Por: Deivison Fonseca
Por: Deivison Fonseca
“Há muito tempo atrás, quando o passado ainda era futuro, lá
pelos anos de 1800 e lá vai fumaça, foi trazido para Cisneiros - então chamada Estação Tapirussu - Distrito de Palma, MG, por intermédio
dos Ingleses, um dos maiores
símbolos da ascensão econômica do Brasil do século e com ele, a promessa de um
futuro glorioso.
Foi construído então sobre o Rio
Pomba, uma exímia arte de engenharia Inglesa no auge da tecnologia daquele
tempo.
Muitos ali trabalharam, sonharam, sorriram
e choraram, muitos apostaram seu tempo, venderam seus dias, levaram pra casa o
sustento, todavia todos deixaram suas marcas nas páginas do livro da história,
escritas dia após dia, não com pincéis mas com mãos e pés descalços. Escritas
não com tinta mas com suor, com sangue e esperança.
Construindo aquela enorme estrutura de aço,
com parafusos e porcas gigantescas, o cansaço era apenas supérfluo e pra
esquecer do sol e do ferro quente, pra esquecer do encarregado e do cheiro de
piche do dormente, se espalhavam à noitinha, entre os trilhos na pracinha da
estação onde a caixa d'água matava sede do dragão de ferro. Lá os jovens
construtores do pontilhão, procuravam graça, diversão e a donzela mais linda.
O carvão da braúna fazia subir da locomotiva a fumaça
branquinha, enchendo toda pracinha e os olhos da criançada, sem saber que era
única e privilegiada aquela visão, era a foto e a impressão que marca não os olhos, mas o coração, sem se dar conta que o tempo ia trocá-la por nada mais
que saudades.
E diz uma velha senhora, que entre
os vagões dos carros de passageiro, depois que os vendedores de queijo não mais
vendiam seu produto, um menino, filho mais velho de uma família pobre e com
fome, encontrou caído no chão, um pacote de dinheiro... que sustento, que alegria, que surpresa do destino, que cuidado do Deus...
Como que junto à fumaça da locomotiva, todos há muito se
foram, o
idealizador, o engenheiro, o
pedreiro, o encarregado e até o barqueiro. Ninguém sabe mais suas histórias,
seus contos engraçados, ou os mexericos da hora do almoço. Todos eles passaram,
foi-se toda a geração, não se lembram seus nomes ou suas famílias, sabe-se
apenas que não mais respiram o ar dos viventes, todos, nenhum sequer restou que
espelhasse o brilho e a glória.
Cessou-se a batida dos martelos, o
barulho da serra, as risadas e a cantiga do maquinista, calou-se com eles o
apito, que dentre os montes ecoava, quando insistente apitava, a locomotiva
molhada pelo orvalho, quase sumindo na serração, às cinco da madrugada,
camuflada entre as ferragens do pontilhão.
O velho pontilhão, contando dias com sol e
com a lua, vestindo lodo e ferrugem, adornado com as marcas do tempo, lutando
uma batalha que não se pode vencer, sua imponência se esvai com a robustez,
resta apenas a esperança que o olhar cauteloso do pintor, venha eternizar na
tela sua beleza, que somente poucos conseguem ver, e quem sabe, ainda ser
vislumbrado nalgumas frases do poeta.”
Abaixo, festa campal tendo mais uma vez a ponte como cenário.
Na sequência abaixo, mais fotos do
imponente “Armazem Regulador de Café de Cisneiros” esmiuçado em detalhes, hoje completamente
abandonado.
Na sequência abaixo, mais fotos com detalhes da
belíssima Ponte Metálica sobre o Rio Pomba.
Na sequência abaixo, fotos do acervo de Elias
Duarte da Fonseca mostram a ponte antes de receber novo revestimento de piso
para tráfego de automóveis.
Nas fotos abaixo, registros de momentos da comunidade de Cisneiros, do acervo de Elias Duarte da Fonseca.
2 comentários:
Belíssimo trabalho!!
Parabéns Amarildo!
Amei o seu belíssimo trabalho!
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