segunda-feira, 26 de julho de 2021

MUSEU MUNICIPAL DE SÃO JOÃO NEPOMUCENO - Sem dúvida o mais belo Espaço Cultural em uma antiga Estação da Estrada de Ferro Leopoldina.







É com imensa alegria que apresento esta matéria!

Nos últimos meses acompanhei uma das mais belas e emocionantes transformações por que passou uma antiga estação ferroviária da Estrada de Ferro Leopoldina, a Estação de São João Nepomuceno – MG.

Já tendo visitado aproximadamente 200 estações, posso afirmar sem qualquer sombra de dúvida que ela se tornou a mais bela de todas as antigas estações da EFL.

E para apresentar esta verdadeira “metamorfose” ninguém melhor que o próprio artista responsável por tudo isso, Flavio Vitoi:

 

“Em tempos imperiais, muitas ferrovias foram implantadas no Brasil. Dom Pedro II sonhava com todas as cidades brasileiras ligadas pelo trem. Uma destas ferrovias foi a EFUM – Estrada de Ferro União Mineira – construída por empresários e fazendeiros e inaugurada em 1879, sendo as estações de Roça Grande e a de São João Nepomuceno inauguradas em 1880. Possuía 82 km de extensão e ligava São João Nepomuceno a Serraria, nas proximidades de Três Rios. Logo depois foi adquirida pela EFL - Estrada de Ferro Leopoldina - e por mais de um século trouxe desenvolvimento para a região.

Na minha infância (década de 60 e 70) presenciei o final da fase áurea desta ferrovia. Eram 4 ou 5 comboios por dia (não me lembro muito bem), alguns só de cargas, alguns só de passageiros, e um era o misto (carga e passageiros). O último era o noturno que possuía cabines com camas para o conforto dos viajantes! Muitos passageiros iam e vinham, o galpão estava sempre repleto de cargas. Aos poucos os comboios foram diminuindo, os passageiros rareando e as cargas sumindo. Em 1977, se não me engano, passou o derradeiro trem, uma melancólica composição formada por uma manobreira U5B, a vaporeira 221 que ficava sempre baseada na oficina de Bicas e um vagão fechado de carga. Algum tempo depois os trilhos foram arrancados e a imponente edificação foi abandonada aos pombos.

Depois a estação foi utilizada de maneira precária para fins diversos: rodoviária, biblioteca, museu municipal, bares, depósito, provocando um inexorável processo de deterioração.

Numa bem intencionada, mas infeliz reforma, suas telhas francesas originais foram substituídas por telhas de cerâmicas diferentes e de baixa qualidade. O promotor municipal responsável pelo patrimônio público embargou a obra e expediu um documento (TAC) onde fez várias exigências com a finalidade de assegurar a integridade do prédio.

A atual administração municipal reiniciou a reforma e restauração da antiga estação, se responsabilizando por cumprir todas as exigências da promotoria e ir mais além. Fui contratado para elaborar e executar um projeto de restauração e adaptação da antiga estação para ali funcionar a sede da Fundação José Luiz Carvalho Nunes, criada para coordenar atividades nas áreas de cultura, esportes, turismo e juventude.

Temos hoje, onde era o galpão de cargas, uma bem equipada galeria para mostras, pequenos shows, palestras, sessões de cinema. Na ala onde funcionavam as bilheterias temos uma moderna e aconchegante cafeteria, banheiros e onde era a plataforma de embarque e desembarque uma varanda com bancos, mesas e cadeiras. Na ala onde funcionava a casa do chefe da estação temos a sede da Fundação com as salas das Secretarias de Cultura e Esportes, uma biblioteca, um mezanino destinado à reserva técnica do museu, copa e banheiro de uso interno.

Dom Pedro II veio conhecer a nossa estação ferroviária logo depois de sua inauguração. Se, por força de nossa imaginação, ele pudesse vir para vê-la de novo, infelizmente não chegaria de trem, mas creio que ele ficaria feliz em constatar que ela foi transformada num espaço destinado ao conhecimento e à evolução espiritual, valores que tanto estimava!

Flávio Rossi Vitoi

São João Nepomuceno, em 26 de julho de 2021."


Conheça a história completa desta Estação visitando o link abaixo: https://otremexpresso.blogspot.com/2016/06/estacao-sao-joao-nepomuceno-estacao.html



































domingo, 18 de julho de 2021

ESTAÇÃO CONSELHEIRO PAULINO - Ali o Ramal de Sumidouro se unia à Linha do Cantagalo para chegar a Nova Friburgo.

 

Belíssimo e talvez o mais antigo registro da estação de Conselheiro Paulino – Acervo otremexpresso.




Chegada festiva do trem, num dos mais conhecidos registros fotográficos da Estação de Conselheiro Paulino.






riograndina


 

Estação CONSELHEIRO PAULINO

 

nova-friburgo-cargas

 

  

Município: Nova Friburgo - RJ

Linha do Cantagalo: Km 156,792 (1960).

Altitude: 841m.

Estação inaugurada em:  ?

Estive no local em: Ainda não visitei a localidade.

Uso atual: Demolida. 

Situação Atual – Trecho declarado erradicado, sem trilhos.

 

E. F. do Cantagalo (?-1887)

RFFSA (1887-1967)

 

 

 

Saída para o Ramal de Sumidouro:

 

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HISTÓRICO DA LINHA:

O ramal de Sumidouro surgiu da compra da Cia. E. F. do Sumidouro pela Leopoldina, em 1885, logo depois da abertura ao tráfego entre Melo Barreto e a fazenda Bella Joana. Com exceção do pequeno trecho inicial, em Melo Barreto, MG, ele corria todo em território fluminense. Em 1886 ele foi prolongado até a estação nova de Sumidouro, e em 1889 ele chegava a Conselheiro Paulino, na linha do Cantagalo.

Os trens de passageiros corriam no trecho entre Melo Barreto e Conselheiro Paulino. Dali chegava a Nova Friburgo, percorrendo um trecho da linha do Cantagalo.

Em 31 de maio de 1967 o ramal foi suprimido.

 

A ESTAÇÃO:

Da estação de Conselheiro Paulino saíam os trilhos do ramal de Sumidouro. O ramal de Conselheiro Paulino até Sumidouro foi aberto em 1887, quando a estação de Conselheiro Paulino já fazia parte do trecho entre Nova Friburgo e Macuco aberto entre os anos de 1873 e 1887.

O nome da estação homenageava o presidente da ferrovia Leopoldina em 1897, que assinou a venda da ferrovia para os ingleses.

Os trens de passageiros nesse trecho foram desativados entre julho de 1963 e outubro de 1965.

Infelizmente a estação de Conselheiro Paulino já foi demolida, restando a estação Riograndina a pouco mais de 7 km sentido a Macuco para manter viva a história da Leopoldina nesta região, além é claro das antigas estações Friburgo Cargas (batalhão da Polícia Militar) e a de Nova Friburgo, hoje ocupada pela prefeitura daquela cidade.

Fonte: site www.estacoesferroviarias.com.br



Outro dos mais conhecidos registros fotográficos da Estação de Conselheiro Paulino - autor desconhecido.



Obra de arte retratando o trem passando por uma praça de Nova Friburgo vindo de Conselheiro Paulino - não temos o nome do autor.


terça-feira, 6 de julho de 2021

ESTAÇÃO MANHUMIRIM - A Estação já não existe mais, mas as fotos mantêm viva sua história.

 Matéria atualizada em 18 de março de 2024.

Acima, belíssimo registro da parte central da cidade de Manhumirim, vendo-se o pátio ferroviário e a Estação à direita da foto. Da página Manhumirim – Fotos Antigas.


Acima, belíssima foto que abre o filme em homenagem ao centenário de emancipação da cidade, vendo-se todo o pátio da Estação de Manhumirim.


Acima, registro do grande movimento de pessoas ao redor da Estação de Manhumirim nos tempos da ferrovia. Da página Manhumirim – Fotos Antigas. 

Acima, registro do triste momento do começo da retirada dos trilhos e dormentes próximo à Estação, encerrando de vez as atividades da Estrada de Ferro Leopoldina na cidade. Da página Manhumirim – Fotos Antigas.


Acima, a chegada festiva do Trem da Leopoldina na Estação de Manhumirim - Foto CPDOC/FGV.


Acima, registro feito após a enchente de 1929, quando os produtores perderam quase toda a safra de café. Na foto tirada no centro da cidade próximo à Estação Ferroviária - onde hoje é a Praça Padre Júlio Maria - vemos funcionários dos armazéns de café no trabalho de secagem do que restou do café molhado pela enchente para posterior embarque nos trens da Leopoldina. Da página Manhumirim – Fotos Antigas.


Acima, um dos último registros fotográficos da Estação de Manhumirim antes de sua demolição. Da página Manhumirim – Fotos Antigas.


Acima, um belo registro da apresentação de uma coreografia das estudantes em desfile cívico próximo à antiga Estação Ferroviária. Da página Manhumirim – Fotos Antigas.


Acima, outro belo registro de parte do pátio da Estação Ferroviária ainda com trilhos. Da página Manhumirim – Fotos Antigas.


Acima e abaixo, mais dois registros de desfile cívico próximo à Estação. Da página Manhumirim – Fotos Antigas.

Abaixo, bela tela relembrando a importância da ferrovia para a cidade nos festejos do centenário de Manhumirim. Da página Manhumirim – Fotos Antigas.




reducto

 

Estação MANHUMIRIM

 

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Linha de Manhuaçu: Km 547,644 (1960).

Altitude: 589m.

Estação inaugurada em:  de maio de 1915.

Estive no local em: Ainda não visitei a cidade. Fotos dos amigos da página do facebook "Manhumirim - Fotos Antigas".

Uso atual: Demolida. 

Situação Atual – Trecho declarado erradicado, sem trilhos.

 

E. F. Leopoldina (1915-1975)




HISTÓRICO DA LINHA:

Em 1887 a Estrada de Ferro Leopoldina chegou a Carangola. De 1911 a 1915, prosseguiu a linha até Manhuaçu - seu ponto final - passando pela Estação Manhumirim. 

Com o declínio do transporte ferroviário no Brasil, o trecho de Manhuaçu a Carangola acabou sendo fechado em 23 de julho de 1975, fechando definitivamente a Estação de Manhumirim.

Em 1977 fechou-se também o trecho entre Porciúncula e Carangola, e em 1979, fechou-se a linha entre Cisneiros e Porciúncula, sendo que o pequeno trecho de Recreio a Cisneiros nunca foi oficialmente suprimido.

 

A ESTAÇÃO:

Antes de falarmos sobre a Estação de Manhumirim é importante ressaltar a valiosa contribuição e principalmente agradecer à página do facebook “Manhumirim – Fotos Antigas”. A página otremexpresso não conseguiria trazer informações e especialmente as belas fotos aqui apresentadas se não fosse através destas valiosíssimas contribuições.

A antiga Estação de Manhumirim - cidade com grande destaque na produção de café nos primeiros tempos da ferrovia - foi inaugurada em 1915, levando àquela cidade grande prosperidade, como à todas as cidades por onde os trens da Leopoldina passaram, especialmente na "época de ouro do café". O grande desenvolvimento trazido pela ferrovia seguiu até o declínio do sistema ferroviário no Brasil, quando em 23 de março de 1975 a RFFSA fechou o trecho da Linha de Manhuaçu, entre Manhuaçu e Carangola, fechando definitivamente a Estação.

Os trens de passageiros, então fazendo a linha Rio de Janeiro-Três Rios-Recreio-Manhuaçu, ainda passavam por ali em 1970.

Em 1970, o trem de passageiros que partia da Estação de Recreio todos os dias às 6 da manhã chegava à Manhumirim às 18:50.

Decretado o fim das operações ferroviárias - decretando também o fechamento da Estação - com o passar dos anos o prédio histórico foi sendo marcado pelo abandono, tendo como conseqüência a infeliz demolição da antiga Estação Ferroviária, restando as fotos para manter viva esta importante página da história de Manhumirim.

Em março de 2024 a cidade comemorou seu "Centenário de Emancipação" com grande festa, onde a ferrovia foi lembrada com saudade.


Acima, arte comemorativa dos 100 anos de emancipação da cidade de Manhumirim.

Abaixo, a Locomotiva 327 sendo lembrada nos desfiles comemorativos. Da página Manhumirim – Fotos Antigas.


Acima e abaixo, um comparativo da área do antigo pátio da Estação de Manhumirim em dois tempos. Da página Manhumirim – Fotos Antigas.


Acima, a Estação de Manhumirim já sem os trilhos.

Na sequência abaixo, como relatou Ceila Silva em postagem na página Manhumirim – Fotos Antigas, são registros feitos após a enchente de 1929, quando os produtores perderam quase toda a safra de café. São fotos tiradas no centro da cidade próximo à Estação Ferroviária, onde hoje é a Praça Padre Júlio Maria. Vemos funcionários dos armazéns de café dobrando lonas onde foi colocado para secar o que restou do café molhado pela enchente para posterior embarque nos trens da Leopoldina. 



Na foto abaixo vemos funcionários de um dos armazéns de café destruído pela enchente de 1929, quando os produtores perderam quase toda a safra. Da página Manhumirim – Fotos Antigas.


Abaixo, grande movimento de pessoas ao redor da Estação de Manhumirim. Da página Manhumirim – Fotos Antigas. 


Na sequência abaixo, registros do triste momento da retirada dos trilhos e dormentes, encerrando de vez as atividades da Estrada de Ferro Leopoldina na cidade. Da página Manhumirim – Fotos Antigas.







Acima, registro de uma das grandes enchentes, que inundou o centro da cidade deixando a Estação ilhada.

Abaixo, grande feira-livre que acontecia ao lado da antiga Estação. Da página Manhumirim – Fotos Antigas. 


Acima, a Praça da Estação em 1926.

Abaixo, registro de trabalhadores ferroviários da equipe de manutenção da via permanente atuando na recuperação da linha e troca de dormentes próximo à Manhumirim. Da página Manhumirim – Fotos Antigas.