domingo, 26 de maio de 2019

ESTAÇÃO PARADA GENERAL - Belíssimos cenários na Serra de Carangola para Caiana, o "Caminho da Luz".

Matéria atualizada em 04 de agosto de 2023.


Acima e nas cinco fotos abaixo, a antiga Parada General em detalhes. Registros de Paulo Neiva Pinheiro realizados em dezembro de 2021. 






Nas fotos abaixo, a caixa d’água em detalhes.





Abaixo, o que sobrou do antigo prédio ferroviário que ficava bem ao lado da Parada.



Acima e abaixo, a antiga Parada General em dois tempos: antes e após a demolição das ruínas do prédio ferroviário que ficava ao lado.


Abaixo, o belíssimo visual do "Túnel de Pedra" localizado próximo à Parada General,  foto do acervo do Grupo “Caminho da Luz”.








Estação PARADA GENERAL



Município: Carangola

Linha de Manhuaçú – Km 472,758.

Estação inaugurada em: sem informação.

Estive no local em: não estive no local.

Uso atual: Faz parte do Circuito Turístico de Carangola, Faria Lemos e Caiana, com passeios ciclísticos e caminhadas, fazendo parte também do percurso do “Caminho da Luz”.

Situação Atual – Trecho declarado erradicado e sem trilhos.







Um dos mais belos cenários encontrados ao longo da Linha de Manhuaçú, a Serra percorrida entre as Estações de Carangola e Caiana era composta de mais três paradas entre estas duas estações: Lacerdina, Parada General e Ernestina, esta localizada no município de Faria Lemos. Ou seja, o Trem saía de Carangola, retornava a Faria Lemos pela serra e chegava a Caiana.

Lacerdina fica ainda no perímetro urbano de Carangola, para só então iniciar a grande subida.
Graças mais uma vez à grande contribuição do amigo Paulo Neiva Pinheiro, dos amigos da Secretaria de Turismo de Faria Lemos e de Wanderson de Assis Braz, do Grupo “Caminho da Luz” trago os belos registros fotográficos aqui apresentados.



A ESTAÇÃO:

A Parada General, como o próprio nome diz, era uma parada estratégica no meio da serra onde eram reabastecidas as caldeiras das Locomotivas à Vapor. Não era uma estação propriamente dita, mas apenas uma plataforma com cobertura. Junto a esta plataforma ficava uma Casa de Turma e, mais a frente, a caixa d’água onde as caldeiras das Locomotivas eram reabastecidas.
Trata-se de um trecho bastante visitado hoje por aventureiros que percorrem o “Caminho da Luz”, que inclusive já faz parte do Patrimônio Cultural de Minas Gerais.

Acima e abaixo, fotos do acervo do Grupo “Caminho da Luz”.

HISTÓRICO:

Como descrito num outdoor de divulgação do “Caminho da Luz”... “Apesar da beleza de todo o Caminho da Luz, muitos chegam a dizer que um dos mais belos trechos do caminho é o que vai da Parada General até Ernestina, atravessando os Municípios de Carangola, Faria Lemos e Caiana, com seus extensos paredões, ora adornados por bromélias, ora por samambaias ou avencas. Isso sem falar das nascentes ao longo deste trajeto, da mina de cristais, da fonte de Santa Clara, das antigas construções da Estrada de Ferro Leopoldina, do túnel de pedra, das matas, dos mono-carvoeiros, das histórias da extinta linha férrea e dos seres elementais, que muitos afirmam ver ao longo do trajeto. São três ou quatro horas de caminhada por um lugar mágico, impregnados de energias que fascinam o Caminhante da Luz.”




A beleza e o encantamento do lugar despertaram belíssimas lembranças ao leitor de nossa página Moisés Fernandes de Azevedo. Segue seu relato:

"Conheço bem esta parada, me lembro bem eu com 8 anos no deque com meu pai no último vagão, depois do almoço em Carangola, acho que já eram 3 horas da tarde, pois o trem chegava em Espera Feliz, que seria a próxima estação depois de Caiana por volta das 4 e meia, “êta” lembranças boas.... os morros todos furados a procura de malacacheta, o rio dando enchente por uma chuva repentina atrás do hotel de esquina na praça da estação, a janta com arroz com cheiro e gosto de fumaça do fogão a lenha, mas a carne da galinha caipira, huummm que delícia, no dia seguinte bem cedo, uma caminhada a pé de 2,5 léguas até Capim Roxo, por não ter nenhuma condução de aluguel na praça da estação.... para quem conheceu meu pai, sabe muito bem , não era de perder tempo, picoá nos ombros , o picoá é um saco de linhagem ou mesmo branco, amarrado um contra o outro, depois de termos colocados as tralhas dentro, lógico, nunca se podia esquecer as brevidades, roscas salgadas e doces, e uma coisa que era muito comum, um lanho de toucinho salgado dentro do pão para comer durante a caminhada , água não precisava , pois tinha muitas nascentes no caminho, dava aproximadamente 3 horas no total, “êta” vida boa, eu achava tudo uma novidade, que vidão......Isso tudo em 1957 depois de sairmos de Barão de Mauá, na Francisco Bicalho as 20:15, olha, não atrasava, era uma organização danada, o trem chegava a Raiz da Serra , se organizavam os vagões de 2 em 2, e cada máquina a vapor os empurravam de serra acima, soltando brasas que as vezes queimava pessoas dentro do vagão, por volta das 23 horas chegávamos a estação de Petrópolis, depois de no alto da serra terem formado o trem novamente e aí as vezes, com locomotiva vermelha que não sei por que tinha apelido de Lambretta... Neste momento já em carros Leito, duas beliches, seguíamos até Recreio, no café da manhã antes da 7 horas, normalmente, os carros leito, ficavam por ali mesmo , e íamos sentados em bancos com estofamento verde, até Carangola, para o almoço.....Era realmente um vidão....."

Por Moisés Fernandes de Azevedo - Jornalista e Escritor.



Na sequência abaixo, mais fotos do acervo do Grupo “Caminho da Luz”.









Abaixo, cenários fascinantes no “Caminho da Luz”.





domingo, 19 de maio de 2019

Trem partindo de Tiradentes para São João del Rey.


Ainda falando do Trem Turístico São João Del Rey / Tiradentes, trago aos amigos leitores filmagem que realizei do momento da partida da Estação de Tiradentes da composição liderada pela Locomotiva 41 com destino à cidade de São João Del Rey.


O romantismo da Maria Fumaça e dos vagões de madeira nos levam a uma viagem no tempo, uma imagem que sempre encanta.






sábado, 18 de maio de 2019

Manobra da LOCOMOTIVA A VAPOR 41 no girador de Tiradentes-MG.


Saindo um pouco do tema Estrada de Ferro Leopoldina, trago aos amigos leitores filmagem que realizei de uma manobra com a Locomotiva 41 no girador de Locomotivas localizado próximo à Estação de Tiradentes, preparando seu retorno à frente do Trem Turístico para a cidade de São João Del Rey.

Tenho certeza que este filme vai satisfazer a curiosidade de muitas e muitos de nossos leitores, mas tenho certeza também que muitos Ferroviários e ferroviaristas que já conhecem esta manobra nunca deixam de se encantar com ela. 




terça-feira, 14 de maio de 2019

ESTAÇÃO CARANGOLA - A antiga e a nova estação ainda estão lá, mantendo viva a história da ferrovia.

A “nova” Estação Carangola na belíssima tela de W. Vilela.


A “nova” Estação Carangola localizada na Praça Getúlio Vargas, no centro da cidade.






Acima, provavelmente o primeiro registro fotográfico da “nova” Estação Carangola. Ainda não existia a Praça Getúlio Vargas.





Registro de tempos românticos.


Acima, a "nova" Estação em belíssima tela do artista local W. Vilela.


Vista aérea, onde podemos ver a “velha” e a “nova“ Estação ferroviária de Carangola.

Abaixo, a "velha" Estação em outra belíssima tela do artista local W. Vilela.




Acima, registro da “velha” Estação, ainda com o dístico “Santa Luzia”, primeiro nome de Carangola.



Acima, dois belos e atuais registros da antiga Estação de Carangola, de Eduardo Pimentel.



O sempre belo registro do artista W. Vilela. 


Belíssimo e romântico registro de uma Locomotiva Diesel U5B conduzindo uma composição em Carangola.


O artista W. Vilela também registrou a bela ponte de ferro.


Acima, uma composição fotográfica que realizei da antiga “Comércio e Indústria”, quando da retirada dos trilhos.








Estação CARANGOLA
Antiga Santa Luzia




Linha de Manhuaçú – Km 456,446.
Altitude: 399m.
Estação inaugurada em: 14 de agosto de 1887.
Estive no local em: 19 de março de 2019.
Uso atual: Estação Rodoviária.
Situação Atual – Trecho declarado erradicado e sem trilhos.








Em minha viagem pelos caminhos da Estrada de Ferro Leopoldina pela Zona da Mata Mineira realizada no início de 2019, cheguei a Estação Carangola na tarde chuvosa de 19 de março. Oportunidade de conhecer e fazer belos registros fotográficos das duas Estações – isso mesmo! A cidade de Carangola ainda abriga os prédios da antiga e da nova Estação (hoje rodoviária municipal).
Oportunidade também de conhecer o Museu Municipal de Carangola.
Destaco a importante contribuição dos amigos da página do facebook "Antigo Carangola" e do "Museu Municipal de Carangola", que possibilitaram realizar uma das mais completas matérias sobre a Estrada de Ferro Leopoldina numa cidade.


A RETIRADA DOS TRILHOS:

Minha visita a Carangola trouxe uma histórica surpresa!
Poucas cidades registraram com tamanha riqueza de detalhes o triste momento da retirada dos trilhos, marcando o definitivo fim da ferrovia. São registros fotográficos de excelente qualidade, o que me leva a crer que foram feitos por um fotógrafo profissional que teve a sensibilidade para perceber o triste momento, o fim de um tempo de pujança e desenvolvimento, não só para a cidade, mas para a toda a região.

Foram fotos em diversas áreas da cidade, como no perímetro da Estação e na ponte de ferro, onde grande número de pessoas se reuniram para se fazerem presentes naqueles registros, como é o caso das fotos na ponte. 


A ESTAÇÃO:

A primeira Estação foi inaugurada em 1887 sob o nome de Santa Luzia. Mais tarde, a cidade e a Estação tomaram o nome do rio que corta a cidade, Carangola. A primeira Estação funcionou até 1938, também tendo nela o armazém de cargas, quando foi substituída pela atual Estação de passageiros.

Em 23 de julho de 1975, a RFFSA suspendeu definitivamente o tráfego de trens entre Carangola e Manhuaçu, passando Carangola a ser ponta de linha, o que vigorou até 17 de novembro de 1977, quando o trecho até Porciúncula também foi suprimido, fechando de vez a Estação. Os trens de passageiros pararam também nessa data.

Em 1976, esses trens, que saíam de Recreio todos os dias às 6 da manhã, chegavam a Carangola às 12:39, retornando às 14 horas para Recreio. 















Na seqüência abaixo, a velha Estação em destaque quando da retirada dos trilhos.







Nas duas fotos abaixo, um “ontem & hoje” da velha Estação, vendo-se o prédio onde hoje funciona o Museu Municipal.
















Três registros da “nova” Estação - hoje rodoviária municipal - feitos em minha visita em 19 de março de 2019.




Acima, outro belo registro da “nova”  Estação de Carangola.


Belíssimos registros da famosa Ponte de Ferro, localizada ainda na área urbana da cidade.












O MUSEU MUNICIPAL DE CARANGOLA:

Ao lado da antiga Estação, um antigo prédio com belíssima fachada abriga o Museu Municipal de Carangola, que infelizmente se encontra fechado aguardando por reformas que venham atender às normas de segurança para ser reaberto a visitações.   
No escritório, fui muito bem recebido por José Antônio Morando Queiroz, administrador do Museu. Foi uma breve visita, mas José Antônio foi extremamente atencioso, demonstrando certa tristeza pelo fechamento temporário do Museu para reformas. Mesmo assim, mostrou-me fotos do acervo e relatou um pouco da história da ferrovia e de sua importância para a cidade.

Falou da oficina de MDF que funciona na Estação Antiga, ao lado do Museu. 


A bela fachada do Museu Municipal de Carangola, localizado ao lado da “antiga” e primeira Estação Ferroviária.


Abaixo, o famoso prédio da “Comércio e Indústria” em registros feitos na época da retirada dos trilhos – fotos da página do facebook “Antigo Carangola”.








Abaixo, mais uma bela tomada da “nova” Estação de Carangola.


Nas quatro fotos abaixo, registros românticos da “antiga Carangola”.





MAQUETE:

Em minha visita ao Museu, José Antônio Morando Queiroz mostrou também fotos de uma bela maquete feita de forma extremamente artesanal por Roberto Soares retratando a antiga Estação e os casarios em seu entorno, maquete que infelizmente, devido ao fechamento temporário do Museu, está desmontada aguardando quem sabe um dia poder voltar a ser apresentada aos visitantes. Pelas fotos abaixo é possível imaginar a beleza do trabalho realizado por Roberto Soares.






















Na seqüência abaixo, o Triângulo de Manobras localizado no bairro que herdou mesmo nome. Lá também ficava localizado o galpão de manutenção e reparos.