Acima, a Praça da Matriz de Coronel Pacheco. Segundo alguns moradores informaram, era logo abaixo deste muro de arrimo ornamentado por belas pinturas artísticas que ficava a antiga Estação Ferroviária de Coronel Pacheco, onde hoje passa a rodovia.
Estes imóveis ficavam exatamente abaixo do local onde hoje está situado o muro de arrimo com as pinturas. São fotos do acervo de Carlos Henrique Barbosa, imóveis que lembram a arquitetura das Estações Ferroviárias. Existia também ali o prédio do "Laticínio" local.
Registro da então "Estação de Água Limpa" em 1915, no centro da foto. Do “Álbum de Juiz de Fora” de Albino Esteves – 1915, reeditado pela FUNALFA em 1989. Foto cedida por Manoel Monachesi.
Acima e abaixo - nos dois sentidos - o "paredão" da estrutura do "Pontilhão da Lia" - a ponte da fazenda Brogotó - ponte ferroviária localizada bem na chegada a Coronel Pacheco vindo de Juiz de Fora.
Acima e abaixo, também próximo a Coronel Pacheco, outro pontilhão localizado no belíssimo cenário da Serra sentido à Estação Triqueda. Registros do amigo Carlos Henrique Barbosa.
Abaixo, capa do livro "Reminiscências de Coronel Pacheco", de Asclepíades da Paixão Lucas. Nele encontramos interessantes informações sobre a Ferrovia em Coronel Pacheco.
Na página 12, interessante destaque para a mudança de nome no dístico da Estação... “um acontecimento que chamou a atenção da população foi a mudança na placa existente na parede da Estação (dístico) da Leopoldina Railway – de ‘Coronel Pacheco’ para ‘Água Limpa’. Fizemos um requerimento à Diretoria da Estrada de Ferro que, de novo, a trocou. Isso em 21 de agosto de 1957.”
Destaque para o muro de arrimo ornamentado por belas pinturas artísticas que enfeita o visual da Praça da Matriz. Segundo moradores, onde hoje passa a rodovia ficava a antiga Estação Ferroviária de Coronel Pacheco.
miranda-lima
Estação CORONEL PACHECO
Antiga Lima Duarte e Água Limpa
Município: Coronel Pacheco-MG.
Ramal de Juiz de Fora: Km 269,037 (1960).
Altitude: 479m.
Estação inaugurada em: 1884.
Estive no local em: Visitei a localidade em junho de 2025.
Uso atual: Demolida.
Situação Atual – Trecho declarado erradicado, sem trilhos.
Cia. E. F. Juiz de Fora ao Piau (1884-1888)
E. F. Leopoldina (1888-1974)
HISTÓRICO:
O Ramal de Juiz de Fora é um dos mais complexos Ramais da Leopoldina para pesquisas, resultado de inúmeras fusões de empresas ferroviárias (Cia. E. F. Ramal do Rio Novo, Cia. União Mineira, Companhia Estrada de Ferro Juiz de Fora ao Piau, por fim vendida à Leopoldina).
O Ramal também possuía diversas “pequenas paradas” sem registros fotográficos e que não apareciam em todos os livros e documentos ferroviários, além de uma grande ocorrência de mudanças de nomes nas Estações devido às fusões já citadas acima.
Outro fator que prejudica as pesquisas sobre as Estações e paradas do Ramal é que, das 14 Estações e Paradas, restaram apenas 04 ainda preservadas: Furtado de Campos, Rio Novo, Mussunguê (uso residencial) e Juiz de Fora.
O único registro fotográfico da Estação de Coronel Pacheco que temos conhecimento, dos tempos em que ainda se chamava Água Limpa, faz parte do “Álbum de Juiz de Fora” de Albino Esteves – 1915, reeditado pela FUNALFA em 1989.
A ESTAÇÃO:
Segundo consta no site Estações Ferroviárias de Ralph Mennucci Giesbrecht, a Estação de Coronel Pacheco foi inaugurada em 1884 pela “Cia. E. F. Juiz de Fora ao Piau” sob o nome de Lima Duarte, passando em 1888 para o controle da E. F. Leopoldina. No mesmo ano, passou a fazer parte do Ramal de Juiz de Fora (Nota: Não confundir com a Estação de Lima Duarte, no Ramal de mesmo nome, da E.F.C.B., com bitola de 1,60m e situada em outra localidade, hoje Município de mesmo nome).
Em seguida, teve seu nome alterado para Estação Água Limpa, nome que perdurou por algumas décadas. Com a criação do Distrito de Coronel Pacheco na década de 1950, a Estação recebeu este nome, quando houve uma decisão de Leopoldina em nomeá-la novamente com o dístico “Água Limpa”. Foi então feito um requerimento à Diretoria da Estrada de Ferro, que alterou em definitivo o nome para “Coronel Pacheco”, isso em 21 de agosto de 1957.
Com a erradicação do Ramal de Juiz de Fora, a Estação de Coronel Pacheco foi fechada em 1972, sendo demolida posteriormente.
Da Ferrovia em Coronel Pacheco só sobraram as pontes do antigo leito ferroviário, como o "Pontilhão da Lia" - a ponte da fazenda Brogotó - e outras localizadas na serra em direção à Estação Triqueda.
Importante
destacar a beleza da antiga serra de Coronel Pacheco até a Estação de Triqueda.
No antigo leito ferroviário, próximo a Coronel Pacheco, outro pontilhão
localizado em belíssimo cenário. Registros do amigo Carlos Henrique Barbosa.
Entre as belas pinturas artísticas, lembranças da Ferrovia em Coronel Pacheco.
Abaixo, mais alguns trechos sobre a ferrovia em Coronel Pacheco, do livro “REMINISCÊNCIAS DE CORONEL PACHECO”, de Asclepíades da Paixão Lucas:
Na página 30, uma citação à Ferrovia... “XXX- em 31 de janeiro de 1880, o povoado de Lima Duarte passou a denominar-se, com a sua elevação a Distrito, de Distrito de Água Limpa; mais tarde, com a Estrada de Ferro Juiz de Fora-Piau, formou-se como já dissemos, a Estação de Água Limpa, em Triqueda, sendo no princípio do povoado, de São Vicente de Paulo, devida à fazenda de São Vicente que foi de propriedade do Comendador Pedro Procópio Rodrigues Valle, depois de João Scarlatelli e esposa Sra. Zilda Procópio Scarlatelli, há alguns anos, hoje de seu filho Dr. Fernando Procópio Scarlatelli.”
Na página 25, mais uma citação à Ferrovia... “A Estrada de Ferro Juiz de Fora-Piau foi iniciada em 2 de maio de 1881 e inaugurada a 4 de março de 1888, com a já estrada União Indústria passando pelo povoado de São Vicente – Lima Duarte, (Coronel Pacheco), em 1915, Leopoldina Railway, desativada em 1973 com o nome de Rede Ferroviária Federal S.A. Embora a denominação da Estrada de Ferro Juiz de Fora-Piau, se destinou a Rio Novo, por motivo do prestígio de um fazendeiro dizer que o trem matava o gado e punha fogo no pasto da fazenda. A Juiz de Fora-Piau chegaria até o povoado de Conceição do Formoso.”
Na página 31, outra citação à Ferrovia... “LXXXI – Pelos anos de 1912-1915, viajava-se comumente de Piau a Coronel Pacheco a cavalo, passando na vargem, defronte à fazenda Santa Cecília, divisa Coronel Pacheco-Piau, levando a família dentro do carro-de-boi envolvido em esteira, com exceção da parte posterior, e coberto por outra, tendo no assoalho do carro um colchão para amaciar os solavancos da estrada de terra, mal conservada e hoje asfaltada, 1965-1983. Mesmo antes, 1950-1962, durante os meses de chuva, dificilmente poderia se trafegar para Juiz de Fora; a Leopoldina Railway vinha de Furtado de Campos, passava por Rio Novo e Goianá superlotada, não havendo, às vezes, uma só vaga; então, em caso de necessidade pegávamos os caminhões de leite procedentes do Piau sob a direção de Eloy Coelho ou de Tabuleiro com Benício Ventura, e vínhamos em cima das latas.”
Na página 91, outra citação à Ferrovia... “CCXIV – Foi inaugurado em Triqueda “antiga estação de Água Limpa” pelo Sr. Prefeito Luiz Gonzaga de Souza, - dia 22/11/87, o Grupo Escolar Caetano de Souza. A Escola Rural muito bem acabada, apresenta um detalhe importante: a preocupação com o conforto, - muita área verde e piso de excepcional bom gosto.”
Na sequência abaixo, a bela ponte ferroviária, mais conhecida como "Pontilhão da Lia" em detalhes e nos dois sentidos, localizada bem na chegada a Coronel Pacheco vindo de Juiz de Fora.
Acima e abaixo, o visual no nível superior da ponte. Acima, o leito ferroviário sentido a Coronel Pacheco logo após passar pela ponte. Abaixo, sentido a Triqueda, onde um muro bloqueia o antigo leito.
Na sequência abaixo, subindo em direção a Triqueda, a outra bela ponte ferroviária em registros do amigo Carlos Henrique Barbosa, que observou detalhes de informações como data de construção e quilometragens gravadas na estrutura de sustentação da ponte.
Um comentário:
Que bacana!
É muito bom ver minha Coronel Pacheco fazendo parte da história da ferrovia aqui na região.
Flávio Almeida
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