segunda-feira, 23 de junho de 2025

ESTAÇÃO SOTURNO - Um marco na Linha do Litoral. Dela só restou a Plataforma e a Caixa d'água.

Acima, belíssimo registro de 1987, época da RFFSA, do acervo de Da Silva Junior. Olha como era a Estação! 

Abaixo, o que sobrou da Estação de Soturno - apenas a plataforma e a Caixa d'água.


Abaixo, quase no mesmo ângulo das fotos acima, belo registro de uma Beyer-Garrat em Soturno (Foto de março de 1930, por W. Cyril Williams: The Leopoldina Railway, A Narrow Gauge Railroad of Exceptional Interest, 1/1931. Cessão Luciano Pavloski).


Abaixo, olhem a situação da Parada em 2020! Toda tomada pelo mato. Por Da Silva Junior. 


Abaixo, belo registro de Da Silva Junior feito em 2019, vendo-se a Caixa d'água e a plataforma da antiga Estação de Soturno ao fundo.



Acima e abaixo, a plataforma da antiga Estação de Soturno em dois registros de Paulo Neiva feitos em 2022



Acima, outro antigo e belo registro da Estação de Soturno, de José Sergio Xavier Aride.
Abaixo, quase no mesmo ângulo, o que sobrou da Estação de Soturno, em registro de Paulo Neiva feito em 2022.



Acima e abaixo, a Caixa d'água em dois belos registros de Paulo Neiva feitos em 2022.


Estação do Soturno em 1982. A Estação era realmente construída de folhas de zinco.

Abaixo, Paulo Neiva Pinheiro no que sobrou da Estação de Soturno, em 2022.

Abaixo, Da Silva Junior na base da Caixa d'água de Soturno, em 2020.




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Estação SOTURNO-ES


salgadinho



Município: Vargem Alta-ES

Linha Do Litoral - Km 501,053 (1960)

Altitude: 346 m

Estação inaugurada em: 31 de agosto de 1917.

Estive no local em:  Ainda não visitei a Estação. Fotos dos amigos Da Silva Junior e Paulo Neiva Pinheiro.

Uso atual: Demolida e abandonada. Só restaram a Plataforma e a Caixa d'água.

Situação Atual – Tráfego suspenso. Com trilhos. 


E. F. Leopoldina (1917-1975)

RFFSA (1975-1996)

FCA (1996 - ...)



HISTÓRICO DA LINHA: 

Conforme cita o site estacoesferroviarias, de Ralph Mennucci Giesbrecht...  “O que mais tarde foi chamada "Linha do Litoral" foi construída por diversas companhias, em épocas diferentes, empresas que acabaram sendo incorporadas pela Leopoldina até a primeira década do século XX. O primeiro trecho, Niterói-Rio Bonito, foi entregue entre 1874 e 1880 pela Cia. Ferro-Carril Niteroiense, constituída em 1871, e depois absorvida pela Cia. E. F. Macaé a Campos. Em 1887, a Leopoldina comprou o trecho. A Macaé-Campos, por sua vez, havia construído e entregue o trecho de Macaé a Campos entre 1874 e 1875. O trecho seguinte, Campos-Cachoeiro do Itapemirim, foi construído pela E. F. Carangola em 1877 e 1878; em 1890 essa empresa foi comprada pela E. F. Barão de Araruama, que no mesmo ano foi vendida à Leopoldina. O trecho até Vitória foi construído em parte pela E. F. Sul do Espírito Santo e vendido à Leopoldina em 1907. Em 1907, a Leopoldina construiu uma ponte sobre o rio Paraíba em Campos, unindo os dois trechos ao norte e ao sul do rio. No início dos anos 80 deixaram de circular os trens de passageiros que uniam Niterói e Rio de Janeiro a Vitória. A partir de 1996 a linha funcionou para cargueiros por mais alguns anos sendo operada pela FCA. ”


A ESTAÇÃO:

Contando mais uma vez com as sempre importantes contribuições de Paulo Neiva Pinheiro e de Da Silva Junior, chegamos à Estação Soturno.

Da Silva Junior esteve na Estação de Soturno em 2020 e traz seu relato...

"Soturno - Vargem Alta - ES. KM 497 da Estrada de Ferro Leopoldina, Linha do Litoral RFFSA. FCA Ferrovia Centro Atlântica - 346 mts de Altura . Fundada 1917 pela Cia Leopoldina Railway, o prédio da Estação Ferroviária Soturno foi demolido, pois corria o risco de cair na cabeça de alguém quando as composições passavam pelo local. Isso em 1995, ainda na época da RFFSA. Nesta época, tinham duas Linhas - a VP e a Aux. Em 1996 o trecho foi concessionado pela FCA e abandonaram um vagão RFC antigo, que estava no local até 2022. Quando estive lá em 2020 o local estava tomado de mato e só existia a plataforma e a caixa d’água."


 Paulo Neiva Pinheiro esteve na Estação de Soturno em 2022 e traz seu relato...

“A Estação de Soturno foi inaugurada em 1917. O traçado original da E. F. Sul do Espirito Santo, que depois foi construído pela Leopoldina, foi modificado entre as Estações de Soturno e a de Matilde. Segundo moradores da localidade, o prédio da Estação foi demolido em 1995 pela comunidade, pois estava caindo, ‘pendendo para o lado dos trilhos’ e ficaram com medo, pois ela tremia com a passagem das Locomotivas carregadas. O local servia para escoar a produção de café. Segundo um senhor - dono de uma venda próxima à antiga Estação - me disse que enchiam a Estação com sacas de café até o teto.”


Abaixo, um histórico registro do Trem na estação de Soturno, do acervo dos "Amigos da Ferrovia ES".


Acima, a placa de quilometragem e altitude da Estação do Soturno, em 1982. A Estação era realmente construída de folhas de zinco - Acervo Cristiane Pinheiro.

O agente (chefe) na janela da Estação de Soturno em 1982, pai de Cristiane Pinheiro - Acervo Cristiane Pinheiro.


Interessante texto de Élvio Antonio Sartório, A Trilha Sagrada, 1996.

“Pedro Bueno Sartório afirmou que existem ainda cortes abandonados na região de Paraíso e de Virgínia nova e que se deparou ainda com remanescentes de pegões de um viaduto no alto da Serra do Rodeio, próximo a Richmond (...) pudemos constatar pegões de pedra argamassada, remanescentes de uma ponte na travessia do rio Novo, em São José, próximo a Canudal/Estação de Soturno; trechos implantados e abandonados nas serras do Alto de Belém, em direção a Concórdia, no município de Vargem Alta; constatamos que a estrada de ferro passava com meia ferradura no local da igreja de Concórdia, cujo trecho percorremos a pé até a divisa Concórdia/Paraíso, ainda no mesmo município, em terras de Evaristo Mengal; no limite deste último trecho encontramos um corte em rocha inacabado, em cuja rocha de montante ainda permanecem algumas inscrições legíveis e outras que mereceriam estudo mais cuidadoso. Nesta rocha lê-se facilmente: ‘à esquerda, Glídio (parte superior), Franco A (parte intermediária) e Franco Angelo (parte inferior)'. À direita, na mesma rocha, ENZEBRO, CASA 110, BAS 95 e um desenho de uma santa, entre outras inscrições; próximo a esse corte, encontramos várias inscrições ilegíveis, bem como '1895, E. C. ADEOS'. Entendemos como crepúsculo do século passado (XIX) com a imigração dos italianos para trabalharem na construção da estrada de ferro, os mais saudosos provavelmente deixaram nas pedras o seu endereço na Itália. No limite desse trecho existe uma construção que os moradores chamam de armazém da Leopoldina, que pelas inscrições da rocha deveria denominar-se armazém da Estrada de Ferro Sul do Espírito Santo (...)” 


Na sequência abaixo, olhem a situação da Parada em 2020! Toda tomada pelo mato. Lá se vai mais um Patrimônio Ferroviário - por Da Silva Junior.








Abaixo, a Caixa d'água da Estação de Soturno em belo registro de Alex Rossi.


Abaixo, mais três registros da Caixa d'água feitos por Paulo Neiva em 2022.



Abaixo, Soturno em dois registros de feitos por Decio Marques em 2015.


Abaixo, três registros do acervo de Da Silva Junior onde vemos o que sobrou da antiga Estação: a Plataforma e a Caixa d'água.


Abaixo, como estava em 2022 o Vagão abandonado. Registros de Paulo Neiva Pinheiro.





Abaixo, o mesmo Vagão em 2020, por Da Silva Junior.


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