Foto de 1906 da recém inaugurada Estação de Rio Fundo, época
da Estrada de Ferro Sul do ES, logo depois vendida a Cia Leopoldina Railway
Company. Foto do acervo do Arquivo Nacional.
Nas três fotos abaixo, para Paulo Neiva aqui parece ter sido a antiga Estação Ferroviária, hoje uma
pracinha.
Nas duas fotos abaixo, a Caixa d’água importada da Inglaterra. Uma das poucas coisas
que restaram. Para Paulo Neiva ela é muito parecida com a que tem em Glicério
(Macaé-RJ).
Estação RIO FUNDO-ES
Município: Marechal Floriano-ES
Linha Do Litoral - Km 577,820 (1960)
Altitude: 617 m
Estação inaugurada em: 1906.
Estive no local em: Ainda não visitei a Estação. Fotos dos amigos Paulo Neiva Pinheiro e Da Silva Junior.
Uso atual: Demolida.
Situação Atual – Tráfego suspenso. Com trilhos.
E. F. Sul E. Santo (1906-1907)
E. F. Leopoldina (1907-1975)
RFFSA (1975-1996)
FCA (1996 - ...)
HISTÓRICO DA LINHA:
Conforme cita o site estacoesferroviarias, de Ralph Mennucci Giesbrecht... “O que mais tarde foi chamada "Linha do Litoral" foi construída por diversas companhias, em épocas diferentes, empresas que acabaram sendo incorporadas pela Leopoldina até a primeira década do século XX. O primeiro trecho, Niterói-Rio Bonito, foi entregue entre 1874 e 1880 pela Cia. Ferro-Carril Niteroiense, constituída em 1871, e depois absorvida pela Cia. E. F. Macaé a Campos. Em 1887, a Leopoldina comprou o trecho. A Macaé-Campos, por sua vez, havia construído e entregue o trecho de Macaé a Campos entre 1874 e 1875. O trecho seguinte, Campos-Cachoeiro do Itapemirim, foi construído pela E. F. Carangola em 1877 e 1878; em 1890 essa empresa foi comprada pela E. F. Barão de Araruama, que no mesmo ano foi vendida à Leopoldina. O trecho até Vitória foi construído em parte pela E. F. Sul do Espírito Santo e vendido à Leopoldina em 1907. Em 1907, a Leopoldina construiu uma ponte sobre o rio Paraíba em Campos, unindo os dois trechos ao norte e ao sul do rio. No início dos anos 80 deixaram de circular os trens de passageiros que uniam Niterói e Rio de Janeiro a Vitória. A partir de 1996 a linha funcionou para cargueiros por mais alguns anos sendo operada pela FCA. ”
A
ESTAÇÃO:
Paulo Neiva Pinheiro esteve na Estação em junho de 2022 e traz seu relato...
"A Estação de Rio Fundo foi inaugurada por volta de 1906. Não se sabe
a data em que a mesma foi demolida. No local onde era a Estação fizeram uma
pracinha, talvez já aproveitando sua base cimentada e possivelmente a plataforma,
que não consegui encontrar. O que restou no bucólico local foi a Linha do
Litoral, uma Caixa d’água importada da Inglaterra, um viaduto mais a frente e
uma provável Casa de Turma dos tempos da Cia Leopoldina Railway. O lugarejo,
que pertence a Marechal Floriano-ES, fica localizado à beira da rodovia ES-146
com poucas casas e uma igrejinha próxima ao local onde ficava a antiga Estação,
sendo tão “inóspito” que não existia sequer um estabelecimento para fazer um
lanche quando lá estive em 2022."
Sobre o local da Estação, segue
interessante relato de Luiz Serafim
Derenzi escrito na década de 1920 na http://gazetaonline.globo.com/estacaocapixaba.
“Foram esplêndidos os dias passados em Guiomar, que os ferroviários chamaram 'Cinqüenta e Nove', porque dista 59 km de Matilde. A produção, desde Matilde até Vargem Alta, em plena serra, desbravada pelos colonos italianos, imigrantes do Vêneto, não procurou mais os portos de Guarapari, Piúma e Anchieta: desceu pelo traçado custoso da Leopoldina. Os colonos obtiveram melhor preço para seus produtos e a zona serrana tomou alento temporário. As terras frias não foram propícias aos cafezais plantados aos soluços e promessas a Nossa Senhora do Caravaggio. As férias foram memoráveis. O escolar encontrou novos companheiros, Tancredo e Raul, e os caminhos das colônias foram varridos em montarias trotonas. Pelo trem das quatro e meia, veio de Matilde 'Seu' Serafim e, dois dias depois, com mais roupa e outra botina amarela, o menino e seus amigos Tancredo e Raul lá se foram em férias para Guiomar. O trem corria pouco, as rodas rangiam nas curvas e cada junta dos trilhos solancava com um 'trutuque' enjoado. Na estação de Viana tomaram café com bolos de arroz, vendidos pela mulher do agente. Partiu o comboio, depois de longa demora, e na caixa d'água, em Jucu, enquanto se reabastecia, chuparam mangas. Com velocidade reduzida o trem seguiu, batendo caixa. A rampa e as curvas amarravam a corrida. O vale do Jucu é uma beleza! Corredeiras, árvores enormes, embaúbas, palmitos, bois pastando nas encostas descorticadas pela erosão! Os meninos conversavam, comiam bolos, faziam planos e lembravam-se do Vilanova com certo receio. Passaram os túneis, receberam muitas fagulhas nos olhos e venceram as estações de Germânia, Marechal Floriano, Rio Fundo e Araguaia, úmida e garoenta. Com o Sr. Lorenzoni à espera de jornais, Iriritimirim, parada rápida e, finalmente, alcançaram o vale do Benevente. Guiomar é o divisor de águas entre Cachoeiro de Itapemirim e Vitória. Lá morava o médico José Teixeira de Mesquita, que assistia os operários, e de lá o frei Manoel Simões, da fazenda do Centro, periodicamente vinha batizar, casar e assistir os colonos italianos, então numerosos, em Vargem Alta, Virgínia e Alto Rio Novo."
Segundo Paulo Neiva, pelas cores da pintura tradicionalmente usadas pela Leopoldina
e por não estar tão distante assim da Estação, seria essa uma antiga Casa
de Turma.
Um comentário:
Infelizmente só sobrou a Caixa d’água de ferro e uma Casa de Turma da VP.
Paulo Neiva Pinheiro
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