Matéria
atualizada em 19 de outubro de 2021.
Depois de muitos anos procurando uma foto que mostrasse a Estação de Santa Helena com mais riqueza de detalhes, trago dois belíssimos registros fotográficos. Acima, mostrando a Estação com riqueza de detalhes.
Abaixo, uma bela panorâmica da comunidade vendo no alto da foto, ao centro, o outro lado da Estação destacando o belo varandão.
Acima, recorte de uma belíssima foto do povoado de Santa Helena, destacando os trilhos, vagões
estacionados e a Estação - prédio no centro, ao fundo.
Foto de
Douglas Rhanna.
Trabalho de
restauração fotográfica de Amarildo Mayrink.
Na foto acima, o belíssimo
registro do acervo familiar de João Batista Marques de Souza onde se vê seu avô Antônio Marques de Souza com seu elegante uniforme de Agente da Estação e o tradicional quepe na plataforma da Estação de Santa Helena, acompanhado de um jovem da comunidade.
Sobre a foto acima, o comentário de João Batista Marques de Souza retrata com extrema nitidez todo o romantismo daquela época:
“Meu caro Amarildo José Mayrink, fiquei honrado em poder compartilhar minhas fotos de Santa Helena. Você ainda fez um trabalho de restauração que trouxe detalhes da estação que ainda são bem nítidos em minha memória. O sino, por exemplo, era o objeto de desejo das crianças (sempre que podia puxava a corda para que ele batesse, mesmo levando uma bronca do meu avô). Lembro até dos prendedores das janelas, que pareciam com a cabeça de um soldado. Dentro do escritório o telégrafo era algo de surpreendente!! (imagina falar isso hoje pra turma do celular !!! ) Muito bom recordar um período maravilhoso da infância, das corridas pela plataforma da estação, do caminhar pelos trilhos, das brincadeiras com os filhos do sr Geraldo Flora, que tinha uma "venda" bem em frente a estação e eram muito amigos de toda a minha família. Tempo bom!!!!”
Sobre a foto acima, o comentário de João Batista Marques de Souza retrata com extrema nitidez todo o romantismo daquela época:
“Meu caro Amarildo José Mayrink, fiquei honrado em poder compartilhar minhas fotos de Santa Helena. Você ainda fez um trabalho de restauração que trouxe detalhes da estação que ainda são bem nítidos em minha memória. O sino, por exemplo, era o objeto de desejo das crianças (sempre que podia puxava a corda para que ele batesse, mesmo levando uma bronca do meu avô). Lembro até dos prendedores das janelas, que pareciam com a cabeça de um soldado. Dentro do escritório o telégrafo era algo de surpreendente!! (imagina falar isso hoje pra turma do celular !!! ) Muito bom recordar um período maravilhoso da infância, das corridas pela plataforma da estação, do caminhar pelos trilhos, das brincadeiras com os filhos do sr Geraldo Flora, que tinha uma "venda" bem em frente a estação e eram muito amigos de toda a minha família. Tempo bom!!!!”
Numa valiosa contribuição da amiga Eliane Nobrega de Aguilar, inédito registro de um acidente nas proximidades de sua propriedade, na chegada a Santa Helena.
Na foto acima, a "venda" do Sr. Geraldo Flora mencionada por João Batista Marques de Souza em seu comentário.
Acima, mais um registro
do acervo familiar de João Batista Marques de Souza datado de 17/02/1953 - o rei Momo e sua comitiva aguardam o trem na Estação de Santa Helena rumo ao carnaval em Bicas.
Ao lado do Rei
Momo, sua avó Diva e sua irmã Rita. João Batista não soube informar quem é a
outra mulher entre elas.
Mais um registro
do acervo familiar de João Batista Marques de Souza. Na plataforma da Estação,
da esquerda para direita: Rita Ottoni Marques, Theresa Marques de Oliveira,
Diva Ottoni Dias, Dalva Marques de Souza, João Batista Marques de Souza e Marco
Antonio Marques de Oliveira.
Acima, a foto original do povoado de Santa Helena cedida pelo amigo Douglas Rhanna. Nela vemos a Casa de Turma, na extrema direita. Mais ao alto, à esquerda, a Capela. Ao fundo, no centro, a Estação.
Município: Bicas
Linha de Caratinga – km 182,360 (1960)
Inaugurada em: 07 de julho de 1879
Estive no local em: 06 de agosto de 2009
Uso Atual – Demolida.Inaugurada em: 07 de julho de 1879
Estive no local em: 06 de agosto de 2009
Cia. União Mineira (1879-1884)
Leopoldina Railway e E.F.Leopoldina (1884-1975)
RFFSA (1975-1994)
HISTÓRICO:
Localizada no Município de Bicas, era a primeira
parada antes de chegar à Estação de Pequeri, para quem viajava sentido ao Rio
de Janeiro.
Segundo documenta o livro de Cyro Deocleciano Pessoa
Jr. a Estação de Santa Helena teria sido inaugurada em 1879, mas em 13 de
maio e não 7 de julho, como informam os documentos e cartas ferroviárias. Acreditamos
que a inauguração oficial tenha acontecido na chegada do primeiro trem à
estação, o que aconteceu em 7 de julho.
A Estação era situada no pequeno povoado de Santa
Helena, hoje Distrito do Município de Bicas.
A ESTAÇÃO:
A Estação já não existe mais e sempre gerou
informações desencontradas. Inclusive alguns chegaram a afirmar que não existiu
o prédio, mas apenas a plataforma com uma cobertura.
Porém, existiu sim uma Estação no local!
Depois de muitos anos procurando uma foto que
mostrasse a Estação de Santa Helena com mais riqueza de detalhes, eis que
recebo o carinhoso convite da Escola Municipal da comunidade para participar da
Feira Cultural de 2019, onde o tema foi a "História da Ferrovia em Bicas",
tema também de palestras que apresentei em todas as escolas resgatando a importância histórica da ferrovia para o nascimento de Bicas.
Ao chegar, uma belíssima surpresa - aliás, uma
não, mas duas belíssimas surpresas - dois belíssimos registros fotográficos
expostos.
O primeiro, mostrando a Estação com riqueza de
detalhes. O segundo, uma bela panorâmica da comunidade vendo no alto da foto,
ao centro, o outro lado da Estação, destacando o belo varandão.
Além destes, já havíamos recebido registros
fotográficos de Douglas Rahanna e de João Batista Marques de Souza comprovando a existência da Estação.
Tratava-se de uma edificação onde paredes de
alvenaria eram usadas apenas nas cabeceiras compondo o escritório e a sala do
Chefe da Estação. A maior extensão das paredes laterais eram construídas em
madeira formando o grande salão central. Este tipo de configuração foi
utilizado em várias Estações da Estrada de Ferro Leopoldina, citando como
exemplo a Estação de Roça Grande, construída nos mesmos moldes.
Como aconteceu com a maioria das Estações edificadas
nesta configuração, a Estação de Santa Helena também não resistiu. Hoje ela não
existe mais! Não ficou nem sua antiga plataforma como registro de que um dia os
trens da Leopoldina passaram por ali.
As belas fotos cedidas pelos amigos Dougla Rhanna e João
Batista Marques de Souza mostram a Estação com Locomotiva e Vagões estacionados
próximo a ela.
Por fim, as fotos apresentadas na Feira Cultural completam
a matéria com riqueza de detalhes. Agradeço à diretora da Escola da Comunidade de Santa Helena Gislaine por
estas verdadeiras preciosidades.
A Estação e os trilhos já não existem mais, mas
ainda hoje podemos encontrar na saída de Santa Helena para Pequeri, as
cabeceiras de uma ponte por onde passavam os Trens da Leopoldina, estruturas em
pedras e cimento que resistiram firmemente ao tempo e são hoje, junto com a
Casa de Turma - hoje residência familiar
- os únicos vestígios de que o Trem passou por Santa Helena.
O antigo leito ferroviário foi transformado em rodovia,
na área urbana da comunidade e em praticamente todo o antigo trecho entre Bicas e
Santa Helena.
Sobre a foto da Estação mostrada abaixo, que foi apresentada na Feira Cultural, Sr. Osvaldo
F. da Silva nos enviou a seguinte mensagem:
“Algumas
pessoas da foto eu conheço: o de camisa branca e calça preta é o Sr. José de
Oliveira; o que está atrás dele de branco é o Sr. José Machado, Auxiliar do
Feitor; o outro de camisa branca e calça preta é o Sr. Noé, ferroviário amigo
de José Oliveira que trabalhava em outro departamento; o de branco que está
abaixo da plataforma é o Feitor Sr. Pedro Paulo.
As duas
moças na plataforma, uma é Luci e a outra, sua irmã. Se não me engano o nome é
Yolanda!
O rapaz
que está com uma enxada não estou reconhecendo.”
Santa Helena no tempo da ferrovia - sua Estação.
Hoje em seu lugar, uma praça pública.
Abaixo, o amigo João Batista Marques de Souza também nos presenteou com o registro da chegada do “21” à Estação de Santa Helena em 17 de março de 1952.
É ou não é uma preciosidade!
Santa Helena, em 1952 - Foto de João Batista Marques de Souza com trabalho de restauração fotográfica de Amarildo Mayrink.
Outro belo registro
do acervo familiar de João Batista Marques de Souza, sua avó Rita Ottoni Marques;
a sobrinha dela Shirley; Ernani Candido Dias - cunhado da avó; Consuelo Mota - sobrinha
da avó e abaixada Maria Ottoni - irmã da avó - na plataforma da Estação de
Santa Helena.
Graças a Douglas Ranna, João Batista, Márcia Haddad e
Gislaine mais esta bela parte da história da ferrovia ficará registrada
aqui na página otremexpresso, lembrança de bons tempos.
Sei que
existem fotos com mais detalhes do antigo prédio da Estação e aqueles que
quiserem contribuir conosco, teremos grande prazer em publicar aqui na página
“otremexpresso”.
Acima, mais uma bela panorâmica da comunidade. No alto da foto, próximo às palmeiras, é possível ver uma pequena parte da Estação. Mais à direita vemos vagões estacionados na linha férrea.
Abaixo, a Casa de Turma localizada na área urbana de Santa Helena, hoje residência familiar - fotos: 08/2009.
Como memória e recordação da ferrovia naquele local, recebemos também duas fotos da amiga Márcia Haddad, de Bicas, onde segundo nos relatou, era carnaval e um grupo de familiares seguia de Santa Helena para Bicas. Na foto, o momento em que a composição deixava a Estação de Santa Helena.
Na seqüência abaixo, próxima à saída de Santa Helena para o Município de Pequeri encontramos as cabeceiras de sustentação de uma antiga ponte - fotos: 10/2011.
Outro belo registro
do acervo familiar de João Batista Marques de Souza, de 17/03/1952, à direita
Antonio Marques (com o uniforme de agente da Estação); no meio Rita Ottoni
Marques e à esquerda, Ernani Candido Dias.
Tempos românticos em outro belo registro do acervo familiar de João Batista: da esquerda p/direita Marco Antonio Marques, Rita Ottoni, Ernani Candido Dias e Dalva Marques de mãos dadas com seu filho João Batista Marques de Souza.
De João Batista Marques de Souza, Santa Helena
na década de 1950.
4 comentários:
Parabéns pelo seu trabalho de resgate histórico
Viajei de Bicas a Santa Helena ou no sentido contrário algumas vezes me dirigindo a Fazenda Santa Olimpia na Ponte Preta onde meu pai Murillo de Mello Brandão passou os últimos anos de sua vida até falecer em 1992. Muitas vezes beirando a Estrada de Ferro viajava de carro passando por Pequri Sossego Silveira Lobo saindo em Serraria e dai ia para o Rio de Janeiro onde morava
Fiquei feliz de rever imagens que se encontram no fundo da minha alma
Obrigado
Marcio Brandao
Sensacional!!!! Um pouquinho mais da História que pode ser lembrada nas fotos que realmente podemos dizer que "congelam os momentos para o futuro". Parabéns!
Meu caro Amarildo. Foi com imensa satisfação que vi a sua atualização das fotos de Santa Helena. Essas novas fotos me transpuseram novamente para aquela pequena cidade. A Venda do sr. Geraldo !... Quantas vezes eu e meus primos atravessamos a linha do trem ( depois de rigorosas recomendações do meu avô) para brincar com a turma do sr. Geraldo. São lembranças de um tempo muito bom. Que venham outras!
Quanta riqueza de informações e fotos de um tempo que, infelizmente, passou.
Fernando Lucio Guimarães
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