sábado, 22 de fevereiro de 2020

ESTAÇÃO TRÊS RIOS - A "Casa de Pedra", Patrimônio Histórico da cidade que em breve será o Espaço Cultural Ferroviário.


Matéria atualizada em 12 de março de 2021.


Nas duas belas fotos acima, de Leandro d'Ornellas, a Casa de Pedra, Patrimônio Histórico Municipal - em 27 de abril de 2020.



Abaixo, três registros inéditos do belíssimo acervo de Marcelo Lordeiro/Guido Motta, onde vemos a Estação e o pátio de manobras ainda com vagões RFFSA/Leopoldina estacionados.






Nas três fotos abaixo, a "Casa de Pedra" em fotos feitas por mim na manhã de 17 de fevereiro de 2020.






Na foto abaixo, vemos em destaque à direita da foto a Estação Três Rios da Central do Brasil e seu movimentado pátio.
À esquerda da foto, lá no canto, vemos a Casa de Pedra, a Estação Três Rios da E. F. Leopoldina e seu pátio de manobras com duas composições estacionadas, uma delas com a Locomotiva à Vapor na frente.







Estação TRÊS RIOS-EFL



Linha de Caratinga: Km 125,095 (1960).
Altitude: 268m.
Estação inaugurada em: 24 de maio de 1900.
Estive no local em: 17 de fevereiro de 2020.
Uso atual: Passando por reestruturação. Será transformada em breve como “A Casa do Ferroviário” – Centro Histórico e ponto de encontro dos ferroviários. 
Situação Atual – O trecho entre Três Rios e Cataguases aguarda liberação para ser utilizado pelo “Trem Turístico Rio-Minas”. O Ramal de Caratinga foi declarado erradicado, sem trilhos.

E. F. Leopoldina (1900-1975)
RFFSA (1975-1994)









Na manhã de segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020 finalmente visitei a belíssima e histórica “Casa de Pedra”, a famosa Estação Três Rios da Estrada de Ferro Leopoldina.
                              

A ESTAÇÃO:

A Estação de Três Rios da Leopoldina – a Casa de Pedra - ficava a uns dois quarteirões da estação da Central do Brasil, no centro da cidade. Por muitos anos, dela partiam os trens da Leopoldina para Caratinga e Manhuaçú. Após acordo entre as empresas ferroviárias, os trens da Leopoldina também passaram a sair da estação da Central do Brasil. A partir de então, a bela Casa de Pedra passou a ser utilizada como estação de carga e descarga, além de principal acesso às oficinas da Leopoldina em Três Rios, que ficava bem ao lado da estação.
Graças à valiosa contribuição de Marcelo Lordeiro/Guido Motta, apresentamos nesta matéria três históricas e inéditas fotos, onde podemos ver vagões estacionados ao lado da estação no pátio ferroviário.


HISTÓRICO:

Quem vinha pelo trem de passageiros do Rio de Janeiro pela Leopoldina, sairia da estação de Barão de Mauá, passaria por Caxias, subiria a cremalheira de Petrópolis e atingiria Três Rios, quase na divisa RJ/MG, chegando à Casa de Pedra, onde o trem era partido em dois. Uma parte ia para a linha de Manhuaçu, à direita, e a outra para a linha de Caratinga, à esquerda.
Para que os trens pudessem chegar à Casa de Pedra, em 1º de janeiro de 1901 a Central autorizou a Leopoldina a se utilizar da linha métrica desde onde desembocava o ramal de Petrópolis até a estação de Três Rios.

Segundo relato de José A. de Vasconcelos para a página estações ferroviárias em 2012: "A primeira estação da antiga The Leopoldina Railway, em Três Rios, também chamada de "casa de pedra" devido à utilização de pedras "marruadas" na sua aparência externa. Os trens, naquela época procediam do Rio de Janeiro, depois Petrópolis, e quando entrava em Triângulo, uma estação num bairro próximo ao centro de Três Rios, geralmente entravam na perna de uma linha em forma de triângulo, em direção ao interior, e retornava de ré, atravessava uma P.N., dessa forma e dessa mesma forma entrava na plataforma da Casa de Pedra. Após o embarque/ desembarque do pessoal/mercadorias, seguia de frente para Caratinga e/ou Manhuaçú.
A estação, durante muito tempo, foi considerada uma obra de arquitetura ferroviária. Depois, com acordos entre dirigentes da Central do Brasil e da Leopoldina, os trens da Leopoldina passaram a sair da antiga estação da Central localizada no centro "nervoso" da cidade. A "Estação de Pedra" ficou apenas com os despachos e recepção de mercadorias, durante algum tempo. Mais tarde, seu movimento se prendeu apenas ao movimento das oficinas de manutenção e conservação de carros de passageiros e vagões de carga. Essas oficinas ainda existiam na década de 1990 a título precário. Não sei se ainda existem, pois, já naquela época se versava muito sobre o encerramento das atividades". (http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_mg_tresrios_caratinga/tresrios-efl.htm)

Hoje as oficinas não existem mais. O grande espaço é utilizado por uma rede de supermercados como central de distribuição de mercadorias.

A Casa de Pedra, antiga estação de passageiros da Leopoldina - depois estação de carga e descarga - após seu tombamento como Patrimônio Histórico Municipal chegou a abrigar a “Casa de Ciência”, programa municipal de apoio à ciência e tecnologia.
Na data de minha visita, a equipe da prefeitura de Três Rios visitava o local para avaliar as obras necessárias para em breve transformá-la num belo Espaço Cultural Temático Ferroviário, abrigando um Memorial com antigas peças ferroviárias visando transformá-la também num espaço de convivência dos ferroviários da cidade e visitantes. 
Pude atestar que o prédio se encontra em excelentes condições, precisando apenas de uma boa limpeza e adequação do espaço ao objetivo pretendido.

Em conversa com o prefeito municipal Josimar Salles, o mesmo trouxe a notícia da inauguração para breve da nova Estação Três Rios que irá atender ao Trem Turístico Rio-Minas, oportunidade em que pretende também inaugurar o Espaço Cultural Temático Ferroviário Casa de Pedra.

Saiba mais sobre Três Rios através de fotos e relatos de José Alves Vasconcelos visitando o link abaixo:
https://otremexpresso.blogspot.com/2016/06/estacao-tres-rios-rj-escolhida-como.html



Acima, a Estação de Três Rios da Leopoldina, ainda funcionando, aparece nesta fotografia de 1968. Reparem no pátio cheio. O prédio da estação, hoje isolado, é o quarto telhado no centro, com duas águas e entre a rua e as composições. Hoje esse pátio e a linha não mais existem (Autor desconhecido) - Fonte: site Estações Ferroviárias.





A BOA NOTÍCIA:

Confirmando a informação que tive na visita que realizei em fevereiro de 2020, recebi a boa notícia do amigo Leandro d’Ornellas que esteve na antiga estação em 27 de abril de 2020, encontrando o prédio aberto com a equipe da prefeitura realizando a limpeza do local, como pode ser visto nas fotos abaixo. 
Acredito que em breve será aberto o Espaço Cultural Temático Ferroviário, local de convivência para os ferroviários da cidade e visitantes, abrigando também um memorial de antigas peças ferroviárias.








Abaixo, a antiga estação “Casa de Pedra” em todos os ângulos.

























quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

ESTAÇÃO BENJAMIN CONSTANT - Outro belo prédio no primitivo Ramal de Porto Novo.


Matéria atualizada em 17 de abril de 2020.









teixeira-soares

Estação BENJAMIN CONSTANT
Antiga Ouro Fino




Município: Além Paraíba - MG
Linha Auxiliar: Km 219,464 (1960).
Altitude: 183m.
Estação inaugurada em: 06 de agosto de 1871.
Estive no local em: Ainda não visitei a Estação. Registros fotográficos realizados por Ricardo Raipp e Marco Antônio Francisco.
Uso Atual: Prédio abandonado, em ruínas.
Situação Atual – A linha era utilizada pela FCA no transporte de bauxita. Aguardando autorização para o funcionamento do Trem Turístico Rio-Minas.

E. F. Dom Pedro II – Ramal de Porto Novo (1869-1890)
E. F. Central do Brasil – Ramal de Porto Novo (1890-1911)
E. F. Central do Brasil – Linha Auxiliar (1911-1965)
E. F. Leopoldina (1965-1975)
RFFSA – (1975-1997)






HISTÓRICO:

Contando mais uma vez com a valiosa contribuição dos amigos Ricardo Raipp e Marco Antônio Francisco trazemos hoje belos registros da Estação Benjamin Constant - ou o que sobrou dela, infelizmente.
A Estação Benjamin Constant nasceu sob o nome de Ouro Fino, sendo mais tarde renomeada.


A ESTAÇÃO:

A Estação foi inaugurada em 1871 pela E. F. Dom Pedro II, ainda no Ramal de Porto Novo. Em 1890 o Ramal de Porto Novo passou para a E. F. Central do Brasil, que em 1911 reduziu a linha do trecho para bitola métrica. A partir de 1965, com a erradicação do trecho que passava pela serra de Petrópolis, passou a ser utilizada pela E. F. Leopoldina para atender aos ramais de Manhuaçú e de Caratinga, este nos trens que passavam por Cataguases.

Uma pena vermos em completo abandono uma obra com detalhes de acabamento bem interessantes em comparação com as Estações tradicionais. Trata-se de uma construção em belíssimo estilo, com molduras de alvenaria nas portas e janelas, além de beirais sobre elas, possuindo também um beiral mais acentuado em alvenaria em todo o entorno do prédio.