No começo do século 20, uma das mais arriscadas profissões ferroviárias era o Guarda-Freios. Sua tarefa era andar sobre o trem em movimento apertando e afrouxando o freio mecânico de cada vagão da composição ferroviária.
No início dos tempos das Locomotivas a
Vapor esta era a única forma de frear os vagões, já que até ao
surgimento do freio pneumático, a vácuo, as Locomotivas a Vapor não possuíam
qualquer sistema que oferecesse aos maquinistas meios de acionar os freios dos
vagões.
Mas como o Guarda-Freios saberia o
momento certo de acionar e liberar os freios dos vagões?
- Esta
ação só era possível por meio do uso do apito da Locomotiva, onde o maquinista
se comunicava com o guarda-freios para dar as devidas instruções.
E como o Guarda-Freio atuava?
- Com a introdução de vagões com
passadiços entre eles, era possível que o guarda-freio pudesse se movimentar pelo comboio caminhando sobre os vagões, acionando o freio mecânico de cada um
deles por meio de manivelas que se localizavam no teto, na extremidade dos
vagões. Ou seja, com passadiços, os freios estavam presentes em todos os
vagões, cabendo ao guarda-freios deslocar-se de um vagão para o outro acionando
seus freios um a um.
Posteriormente existiram também composições que tinham
um vagão especial de frenagem, com um poderoso freio mecânico colocado em sua
cauda, mas o mais comum era o método rústico e extremamente arriscado dos
guarda-freios correndo sobre os vagões com o trem em movimento, sendo comum a
ocorrência de graves acidentes com os mesmos, muitas vezes fatais.
3 comentários:
Ótima postagem. Parabéns pelo registro.
Me lembro e conheci alguns desses valentes trabalhadores, responsáveis pela segurança dos freios nas composições.
Em Palma, onde morei, havia uma serra onde, na descida, os guarda freios tinham uma participação importante na segurança das composições. Realmente, era uma atuação de risco, que melhoraram com a adoção dos freios Westinghouse, cuja aplicação era feita do último carro até a locomotiva.
Luiz Carlos Xavier
Parabéns Amarildo pelo excelente site. Sou jornalista e escritor da Paraíba, Josélio Carneiro de Araújo, filho, neto e sobrinho de ferroviários, atualmente escrevendo o livro Nos Trilhos da Memória.
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