Matéria
atualizada em 11 de fevereiro de 2024.
Acima e abaixo, duas belíssimas e inéditas fotos da Estação de Tristão Câmara enviadas pelo amigo Amauri Telles de Menezes.
Acima e abaixo, a Capela de Santo Antônio resistiu às inundações da antiga represa e mantém viva a história da comunidade.
Abaixo, a Capela de Santo Antônio - que por estar num dos pontos mais altos - foi parcialmente inundada pelas águas da represa.
Estação TRISTÃO
CÂMARA
Antiga FIGUEIRA
Município: São José do Vale do Rio Preto - RJ
Ramal de São José
do Vale do Rio Preto – Km 109,462 (1938)
Estação inaugurada
em: 1886.
Estive no local em: janeiro de 2017 e janeiro de 2024.
Uso atual: Destruída pela inundação. A Estação e o antigo povoado
foram submersos pela represa.
Situação Atual
– Com a construção da represa, o Ramal foi erradicado em 1947.
E. F. Príncipe do Grão Pará (1886-1890)
E. F. Leopoldina (1890-1947)
O GRANDE PRESENTE:
Sabe aqueles
dias em que você é surpreendido com uma grande e maravilhosa notícia! No meu
caso, por verdadeiros tesouros fotográficos, fotos tão raras e inéditas nunca
vistas até hoje. Registros de uma Estação Ferroviária – Tristão Câmara - que passou pela vida de muitos, e que hoje muitos
ainda não acreditam que ela realmente existiu.
Pois é... em maio de 2020 recebi com imensa alegria e emoção e-mail do amigo Amauri Telles de Menezes contendo verdadeiras preciosidades:
belíssimas e inéditas fotos das Estações de Águas Claras, São
José do Vale do Rio Preto e Tristão Câmara.
Com essas fotos, comecei a
atualização das matérias pela Estação de Tristão Câmara justamente por ela ter literalmente
desaparecido submersa pela represa, bem como a antiga comunidade.
HISTÓRICO:
Minha primeira visita ao antigo Ramal
de São José do Vale do Rio Preto aconteceu em maio de 2017, quando
apresentei esta matéria sobre a Estação de Tristão Câmara pela
primeira vez.
Em 2020 fiz a segunda
atualização com as preciosas fotos de Amauri Telles de Menezes.
Além das fotos de Amauri, nossa página
teve também a valiosa contribuição do amigo Dalmo Gonçalves Machado, de
São José do Vale do Rio Preto, que havia enviado as fotos antigas do povoado e
entre elas a foto do "dístico"
da Estação Tristão Câmara, até aqui o único registro fotográfico mostrando que
a Estação realmente existiu.
E foi graças a estas fotos que realizamos
a publicação inicial, fotos da página do facebook "Nosso Vale: Ontem, Hoje e Sempre" em que também
realizei um trabalho de restauração.
Dalmo informou que as fotos da
inundação da comunidade e da linha do trem em Tristão Câmara só foi possível
através da recuperação feita por Raul Fernando do filme “Misérias
e Grandezas de São José do Vale do Rio Preto", produzido pelo Dr.
Eugênio Ruotulo Neto lançada em 1948.
Acima, aquele que até então era o único registro fotográfico que se tinha conhecimento da Estação de Tristão Câmara.
A ESTAÇÃO:
Inicialmente denominada Figueira, a Estação foi inaugurada em
1886 e fazia parte da Linha do Norte, linha-tronco da pioneira Estrada de Ferro Grão Pará.
A partir de
1900, o trecho de Areal a São José do Vale do Rio Preto passou a ser um pequeno
Ramal de 25km – o Ramal de São José do Vale do Rio Preto.
Mais tarde, por volta de 1933, a
Estação teve seu nome mudado para Tristão
Câmara.
Por volta de 1940 o governo do estado
construiu uma barragem no Rio Preto com o objetivo de produzir energia elétrica
para a região.
Com o enchimento da represa que inundou
uma grande área naquela região, o povoado ficou embaixo d’água e a Estação - que ficava num dos pontos mais baixos da comunidade - foi totalmente
submersa e destruída, atingindo também grande parte da Linha da Leopoldina, o que tornou
inevitável sua paralisação.
Outro povoado com o mesmo nome foi
construído às margens da repesa, mas o Ramal Ferroviário acabou sendo
desativado em 1947.
Acima, a represa inundando a área da Capela de Santo Antônio e toda a comunidade de Tristão Câmara.
Abaixo, a Capela nos dias de hoje, vista da rodovia que liga Areal a São José do Vale do Rio Preto.
Acima, foto
da inundação logo após a retirada da linha do trem em Tristão Câmara, ainda
sendo possível ver o antigo leito da ferrovia e a torre da Capela de Santo
Antônio ao fundo.
Acima e abaixo, mais dois registros da Capela de Santo Antônio nos dias de hoje.
2 comentários:
Excelente blog. A Leopoldina se foi mas deixou marcas profundamente enraizadas por onde passou. Há muito ainda que se descobrir de sua história e peculiariedade de suas linhas, estações e obras de arte.
Belo resgate ao passado.
Sergio Xavier
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