quinta-feira, 7 de julho de 2011

ESTAÇÃO ROÇA GRANDE - Entre Rochedo de Minas e São João Nepomuceno, da Estação só restou a plataforma.

Matéria atualizada em 27 de novembro de 2023.

Em mais um Histórico e Belíssimo registro fotográfico enviado pelos amigos do IPHAN, destaque para a Estação de Roça Grande em detalhes nunca vistos antes.

Abaixo, o mesmo local em novembro de 2023. A antiga Estação foi demolida e uma outra edificação foi construída posteriormente, onde hoje funciona uma lavanderia. Só restou a antiga plataforma para relembrar os velhos tempos da ferrovia. 



Acima, a Estação de Roça Grande com os trilhos indo em direção a São João Nepomuceno neste belíssimo registro datado de 25 de setembro de 1961, foto original de Eva Medina. 

Na foto abaixo, em 2009 no mesmo ângulo, da Estação só restava a plataforma - à esquerda. A Casa de Turma - à direita - ainda está lá até os dias de hoje mantendo viva a lembrança da passagem dos Trens da Leopoldina por Roça Grande.



Abaixo, outro belíssimo registro da Estação de Roça Grande, vista de quem chegava de Rochedo de Minas em direção a São João Nepomuceno. 


Abaixo, outro registro de 2009 vendo-se a plataforma da antiga Estação de Roça Grande e a cerca de bambú. Posteriormente outra edificação foi construída no local.



Abaixo, a Estação de Roça Grande vista de quem chegava de São João Nepomuceno, belíssimo registro do acervo de Agnaldo Alves com reconstituição fotográfica de Amarildo Mayrink.



A Casa de Turma ainda está lá até os dias de hoje mantendo viva a lembrança da passagem dos Trens da Leopoldina por Roça Grande.


Da Usina Açucareira Santa Terezinha só restou a grande e majestosa chaminé, que recebe o visitante em Roça Grande. Seguindo reto à direita, o antigo Leito da Ferrovia em direção à Rochedo de Minas.


Acima e abaixo, pouco antes de chegarmos a Roça Grande vindo de Rochedo de Minas pelo antigo Leito da Ferrovia, encontramos a base e a estrutura de uma bela Ponte Ferroviária. 


Abaixo, o Histórico registro fotográfico enviado pelos amigos do IPHAN, numa visão mais ampla da Estação de Roça Grande e de seu antigo pátio de manobras.








Estação ROÇA GRANDE




Município: São João Nepomuceno
Linha de Caratinga – Km 215,950 (1960)
Altitude: 320m
Estação inaugurada em: 20  de junho de 1880
Estive no local em: agosto de 2009 e novembro de 2023.
Uso Atual – A Estação foi demolida, restando apenas a plataforma e a antiga Casa de Turma.

Situação Atual – Trecho declarado erradicado e sem trilhos.

Cia. União Mineira (1879-1884)
Cia. E. F. Leopoldina/Leopoldina Railway (1884-1950)
E. F. Leopoldina (1950-1975)
RFFSA (1975-1994)




HISTÓRICO:

Andando pelos caminhos da antiga "Estrada de Ferro Leopoldina" podemos perceber e nos admirar com a beleza do trecho. Serras e montanhas pintam um dos mais belos cenários de nossa região. 
Felizes foram aqueles que puderam desfrutar das viagens da Maria-fumaça a puxar os velhos vagões de madeira.

Sigo desbravando antigos leitos da ferrovia trazendo para todos os leitores registros fotográficos do que sobrou, cenários esquecidos que trazem belas lembranças, mas continuam maravilhosamente fascinantes, além de belíssimas histórias. 

Visitei a Estação de Roça Grande em 2009 para uma primeira seção de fotos, quando iniciava os trabalhos desta página. Com o passar dos anos, recebi as outras belíssimas fotos dos amigos da página que também ilustram esta matéria.

Eis que, em novembro de 2023, recebi dos amigos do IPHAN mais um maravilhoso registro fotográfico da Estação de Roça Grande, me obrigando a um gratificante retorno à localidade, quando tive a grata surpresa de conhecer Marisa Helena Alves da Silva, moradora de Roça Grande desde nascida, que enriqueceu ainda mais esta matéria, que veremos mais abaixo.



A ESTAÇÃO:

Após partir de Rochedo de Minas, a próxima parada do Trem era na Estação de Roça Grande, no município de São João Nepomuceno.
A Estação foi construída seguindo os moldes alvenaria/madeira, seguindo o mesmo modelo de construção da antiga Estação de Santa Helena, em Bicas, onde as salas das cabeceiras do prédio eram em alvenaria e abrigavam os setores mais importantes, como a sala do Chefe da Estação. A parte central do prédio que abrigava mercadorias era em madeira.
Ao que tudo indica, este tipo de arquitetura foi adotada pelos construtores em Estações localizadas nas pequenas comunidades, provavelmente para ganhar tempo e realizar a sequência de inaugurações das Estações seguintes. 
Ocorre que as partes construídas em madeira naturalmente exigiam uma manutenção periódica constante. Com o fim da ferrovia, estes prédios sofreram maior e mais rápida deterioração devido à ação do tempo e ao abandono, acabando por serem demolidos mais rapidamente.
Hoje em Roça Grande, restou apenas a plataforma da antiga Estação e a antiga Casa de Turma, que hoje serve como residência familiar. Nota-se a presença da mesma Casa de Turma nas diversas fotos antigas aqui apresentadas.

Nos áureos tempos da ferrovia, Roça Grande também sediava uma grande e importante Usina de Açucar: a Usina Açucareira Santa Terezinha, que naturalmente provocava grande embarque de cargaDela só restou a grande chaminé.



Sobre a belíssima foto acima, de Eva Medina, segue seu detalhado relato:

 

"Tenho esta foto, única e original, datada de 25 de setembro de 1961, guardada com muito carinho! Trata-se da Estação de Roça Grande. Seguem os nomes dessa turma:

Começando pelo meu pai José Geraldo Mendonça; um vizinho nosso Custódio Aglio; seu filho José Carlos; minha irmã Geraldina; Eu, Eva Medina; Silvania Palhares, filha do agente da época; Geraldo, irmão da Maria do Walter; João, meu irmão do coração; e Maria Rodrigues Cota, prima da Silvania.

 A Sra. que está na linha do trem era madrinha da minha mãe e lá em casa nós todos a tratávamos de madrinha Mariquinha, é a mãe do João Marcílio, da Mariinha do Fiote.

O nome desta Sra. que está esperando o trem é Carlota. Parece que tem uma criança com ela.

Sobre ela não sei dizer mais nada, não tenho registrado em minha memória."



Em novembro de 2023, a mesma foto de Eva Medina e seu detalhado relato despertaram belíssimas e emocionantes lembranças em antigas moradoras.

Ao retornar a Roça Grande em novembro de 2023 no objetivo de fazer uma foto num ângulo mais aproximado possível da inédita foto da Estação enviada pelos amigos do IPHAN, tive a grata surpresa de conhecer Marisa Helena Alves da Silva, moradora de Roça Grande desde nascida.

Ao apresentar a página otremexpresso no celular a Marisa, grande foi sua emoção ao ver publicada na matéria sobre Roça Grande a foto apresentada por Eva Medina acompanhada de detalhado relato, onde cita com muito carinho a avó de Marisa, Dna. Mariquinha.

Dna. Mariquinha era mãe de Dna. Maria de Lourdes, casada com o Sr. Fiote. O casal teve onze filhos, entre eles, Marisa, que ressaltou que na comunidade sua mãe Maria de Lourdes é mais conhecida como “a Dna. Mariinha do Fiote”.  

Bastante emocionada ao ver a foto, Marisa fez questão que a acompanhasse até sua casa para conhecer sua mãe e poder mostrar a ela a bela foto onde se vê um grupo de pessoas na plataforma da Estação, vendo-se a avó de Marisa, Maria de Souza - a Dna. Mariquinha – uma senhora de pé abaixo da plataforma.

Ao chegarmos na casa de Marisa, fui carinhosamente recebido por sua irmã Maria das Graças e por sua mãe Maria de Lourdes - a Dna. Mariinha do Fiote - que se emocionou ao ver sua mãe Dna. Mariquinha na foto.

Daí em diante, foi um agradável “bate-papo” relembrando os bons tempos da ferrovia. Marisa lembrou de sua infância, quando a criançada corria para a Estação ao ouvir o apito do Trem chegando. Lembrou que a turminha corria ao lado da Locomotiva pedindo ao Maquinista: “Joga moedinha! Joga moedinha!” O Maquinista atendia ao pedido da criançada jogando moedinhas e balas. Aí era aquela alegria!

Marisa e Maria de Lourdes lembraram também da Usina Açucareira Santa Terezinha onde o “Sr. Fiote” havia trabalhado. A Usina ficava bem próxima da Estação e da linha, onde sua grande produção de açúcar era embarcada direto nos Trens da Leopoldina. Da Usina, só sobrou a grande chaminé como lembrança.

Marisa conta que seu pai fazia a manutenção desta grande chaminé e que, por isso, sabia exatamente quantos degraus tinha que subir até chegar ao topo da mesma. Pelas fotos, dá para imaginar a grande “escalada do Sr. Fiote”.


Só vendo de perto a grande chaminé para se ter noção da “grande escalada do Sr. Fiote”.





Acima, a antiga Casa de Turma, usada como residência familiar - foto: agosto de 2009.

Abaixo, o mesmo prédio com a fachada vermelha - foto: novembro de 2023.


Acima e abaixo, a cabeceira da plataforma - fotos: agosto de 2009.




A antiga Casa de Turma. Foto de agosto de 2009.

A PONTE:

No percurso entre as Estações de Rochedo de Minas e Roça Grande, já bem próximo desta última, encontra-se a ainda hoje a base e estrutura de uma ponte ferroviária. 
A paisagem é bela e bastante romântica, como pode ser observada nas fotos abaixo, feitas em agosto de 2009. 
Dá até para imaginar a Maria-fumaça passando sobre ela...










14 comentários:

Anônimo disse...

Adorava ver o trem passar!
Emilia Aparecida Leite

Anônimo disse...

Bons tempos!
Carmem Dos Santos Lohn

Anônimo disse...

Morei perto dessa Estação de Roça Grande.
Carmem Dos Santos Lohn

Anônimo disse...

Tempos que éramos felizes e sabíamos!
Ronye Robson

Anônimo disse...

Saudades desse tempo!
Nelilda Pereira

Anônimo disse...

Eu também gostava de ver o trem passar!
Enise Mendonça

Anônimo disse...

Que show, linda... Mais uma relíquia sendo mostrada para nós!
Horácio Cardillo

Anônimo disse...

Esta aí tem bastante histórias prá revelar, inclusive na minha época, só saudades!
José Heleno Silva

Anônimo disse...

Isso mesmo, José Heleno Silva! Eu também guardo boas lembranças dessa localidade. Os bons tempos da minha juventude.
Jadir Miranda Moreira

Anônimo disse...

Uma riqueza de informações descritas com muitos detalhes pelo autor, grande historiador. Parabéns, Amarildo José Mayrink!
Jadir Miranda Moreira

Anônimo disse...

Muita história! Vivi parte da minha infância e juventude nesse lugar, existia também um engenho de açúcar com a produção a partir da cana que era cultivada em toda a região. Roça Grande de boas recordações! A grande chaminé da Usina de Açúcar Santa Terezinha resiste ao tempo e se mantém imponente decorando aquele local.
Jadir Miranda Moreira

Anônimo disse...

Meus avós moravam aí e sempre íamos de trem.
Nem Cunha

Anônimo disse...

Um imagem que nos faz lembrar os bons momentos das ferrovias e dos trens!!!
Luciano Tavares

Anônimo disse...

Linda!!!
Cleide Holanda