Acima, raríssimo e belo registro da 1ª Estação de Silveira Lobo, de onde o Trem seguia para a Estação de Serraria pela E. F. União Mineira.
Acima e abaixo, recortes da página http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_mg_tresrios_caratinga/silvlobo.htm sobre a primeira Estação de Silveira Lobo.
A ESTAÇÃO:
Pouco se sabe desta
primeira Estação de Silveira Lobo. Inaugurada em 1879
pela E. F. União Mineira, uma Estação com histórico quase que
desconhecido. O que muitos não sabem é que prédio da Estação de Silveira Lobo
existente ainda nos dias de hoje foi inaugurado em 1904, mas na verdade,
trata-se da segunda Estação com esse nome.
A primeira Estação de
Silveira Lobo inaugurada em 1879 ficava em outro local, no
antigo Ramal de Serraria da E. F. União Mineira (desativado em
1904). Este Ramal ligava a Estação de Serraria - na linha do Centro da
EFCB - às cidades de Bicas e Pequeri. Esse trecho primitivo reserva
grandes curiosidades, como um zigue-zague – o primeiro
do Brasil – que será descrito com mais detalhe logo abaixo.
Com a desativação do antigo Ramal
de Serraria, a linha passou a ser ligada diretamente com a Estação de Três
Rios, sendo então construída uma nova Estação Silveira Lobo, prédio que existe
até os dias de hoje.
Saiba mais sobre a segunda Estação de Silveira Lobo no link abaixo:
https://otremexpresso.blogspot.com/2018/10/estacao-silveira-lobo-em-pequena.html
O ZIGUE-ZAGUE:
Em grande e concorrida Assembléia
Geral dos Acionistas realizada em 31 de janeiro de 1878, no Rio de
Janeiro, foi apresentado pela diretoria o Primeiro Relatório da Estrada
de Ferro União Mineira para a construção da linha férrea da Serraria
até São João Nepomuceno, de onde destaco o interessante apontamento sobre
a construção de um zigue-zague na serra do Macuco, que despertou em
mim o grande desejo de um dia poder conhecer o local onde ele existiu. Sem
dúvida, uma das maiores curiosidades em minhas pesquisas pelos caminhos da
Leopoldina:
“...deram os empreiteiros o
começo dos trabalhos de terra a 8 de setembro, atacando o maior corte que temos
em nossa linha no ponto culminante da serra do Macuco. Mede este corte 18
metros de alto, subindo sua encubação a 24.000m³ cúbicos de terra. É essa serra
sem dúvida o mais frisante das centenas de contos que podem poupar uma boa
exploração. De um terreno extremamente acidentado, cheio de fundas grotas e
apertados espigões, absorveu-nos ela alguns meses, em que foram estudados
vários traçados, que por dispendiosos tivemos que abandonar, resolvendo-nos
afinal a empregar um pequeno zigue-zague, em que com um recuamento de 800
metros conseguimos um traçado extraordinariamente mais econômico, tendo poupado
sem aumento de declividades um kilômetro de linha, evitando um viaduto com 17°
de alto e substituído o único túnel projetado pelo corte acima referido. É a
primeira vez que se emprega no Brasil este sistema de zigue-zague, com jogo de
chave de recuamento de trem.”
O site Estações
Ferroviárias do Brasil, de Ralfh Mennucci Giesbrecht traz outro
importante apontamento sobre o zigue-zague apresentando o trecho do Diário
de Dom Pedro II, vol. 25, de 27 de abril de 1881(aª fa), copiado de José
Carlos Barroso – Cessão Marcus Granado). Dom Pedro II andou na União Mineira
passando por Bicas, em 1881:
-"(...) 5 ½ Acordei. Vou
ler. Saio às 7h. Caminho conhecido até Serraria. Cheguei às 8 ¾ a Juiz de Fora.
A cidade tem aumentado muito. Bela avenida com bonitas casas que devem
arborizar. Almocei numa destas que é do Barão de Cataguazes. Partida do trem às
11h 10'. Nada de novo até Serraria. Aí entramos no trem da Estrada de Ferro da
União Mineira. Percorremos 84km até o arraial - vila ainda não instalada de S.
João de Nepomuceno. A estrada para subir parte da serra do Macuco
tem 2 ziguezagues com plataformas. Tem 7 Estações pequenas porém
bem construídas conforme a aparência. Vista muito bela assim como mato viçoso
de Bicas para diante. Descobre-se amplo vale fechado por altas montanhas, e
perto de S. João avista-se a alta serra do descoberto de contorno original.
Grande número de quilômetros a começar da Serraria passa a estrada por fazendas
de café muito bem plantadas e algumas com casas feitas com bom gosto. Há
interrupção de terras tão boas para voltarem estas. Vim conversando com o
engenheiro Betim cuja direção inteligente e ativa revela-se no modo porque a
estrada foi construída e tendo trilhos de aço, e com o desembargador Pedro de
Alcântara Cerqueira Leite a cuja influência se deve sobretudo a estrada que é
de bitola de um metro. (...)"
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