Acima, o belíssimo visual da Estação/Posto Telegráfico mereceu esta composição fotográfica - "o Trem descendo a serra".
Estive no local em: 09 de outubro de 2009 e em 23 de dezembro de 2012.
Cia. E. F. Leopoldina/Leopoldina Railway (1884-1950)
RFFSA (1975-1994)
HISTÓRICO:
O Posto Telegráfico de Telhas foi
inaugurado já pela Leopoldina após a aquisição da linha em 1884.
Algumas
estações eram construídas em locais onde não existia nada, como no caso de
Telhas. Tratava-se de uma exigência técnica, já que para vencer a serra de
Telhas e chegar a Bicas era necessário o abastecimento da locomotiva, especialmente
com água, aproveitando para recuperar a pressão de vapor. Assim, enquanto o
trem estava parado, o foguista ocupava o tempo recuperando a pressão.
Muitas vezes
paradas como estas também eram usadas para cruzamento de trens.
A ESTAÇÃO E A CASA DO CHEFE DA ESTAÇÃO:
Pouco se sabia
sobre o Posto Telegráfico de Telhas, Estação localizada na descida da serra de
Bicas para Rochedo de Minas.
Após muitas
conversas com ferroviários aposentados buscando alguma foto ou referência da
estação, decidi refazer o percurso pelo antigo leito da ferrovia e aí veio a
recompensa: num belíssimo cenário no meio da serra, encontrei um prédio - a Casa do Chefe da Estação - com parte
de suas características ainda preservada, em especial sua fachada. Com
autorização do atual proprietário, procurei nas imediações, já que próximo à
casa de turma existe uma bela nascente que, graças à grande pressão de saída de
água foi transformada num belo chafariz.
Era esta
nascente que enchia a caixa d'água que abastecia as locomotivas a vapor. E ali
bem próximo, finalmente encontrei as ruínas do Posto Telegráfico de Telhas,
vendo-se o alicerce da estação e principalmente sua plataforma. A destacar que
todo o leito da ferrovia nas imediações da estação está preservado, onde ainda
podemos encontrar britas e bueiros, logicamente sem os trilhos. A destacar
também a inclinação do leito apresentando uma forte subida em direção a Bicas.
HISTÓRIAS:
Para
ilustrar um pouco do romantismo da história da ferrovia, trago a história de Nair Rosa de Souza, viúva de Hélio Alves de Souza. Ele nos bons
tempos da EFL foi Agente de Estação em
Telhas, tendo trabalhado também em diversas estações na Zona da Mata
mineira.
Ela e as
demais mulheres que moravam nas imediações da Estação tinham por hábito fazer
bolos, café e doces para vender aos passageiros dos trens que ali paravam para
abastecer as caldeiras das locomotivas com água.
Dona Nair e
o Sr. Hélio se conheceram na Estação de Telhas, casaram-se e constituíram uma
grande e bela família, que a cada transferência dele para uma nova estação
seguiam todos com ele em nova mudança. Dona Nair e suas filhas moram hoje em
Bicas.
Além do posto telegráfico de Telhas, Sr. Hélio
trabalhou também nas estações de Tocantins, Diamante de Ubá e Cataguases, além
de Campos, no estado do RJ.
Saiba mais sobre
o Posto Telegráfico de Telhas visitando os link's abaixo:
Na foto acima, a entrada da hoje propriedade rural aproveitando o antigo leito da ferrovia num visual que conjuga simplicidade com rara beleza.
Acima, a plataforma da Estação de Telhas - foto em 10/2009.
Observem nas duas fotos abaixo, a forte inclinação do antigo leito ferroviário na subida da serra. Por todo o caminho ainda encontramos vestigios de brita, lembranças dos velhos tempos da ferrovia – fotos feitas em 10/2009.
2 comentários:
As fotos contam e passam a emoção, imagens e lembranças. Agradeço esse sentimento positivo.
Dei uma olhada no blog e achei muito legal! Queria saber se a gente consegue ver a Estação de Telhas da estrada? Ou se o acesso até lá é difícil? Tenho um amigo que o avô dele morava lá com sua família.
Meu pai que morava em Roça Grande conheceu essa família lá, se não me engano. Depois mudaram prá São João.
Marcelo Antonucci
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