Estação GLÓRIA
Município: Cataguases
Município: Cataguases
Ramal de Mirahy – Km 366,956 (1960)
Estação inaugurada em: 1895.
Altitude: 249m.
Estive na antiga Estação em: maio de 2012 e março de 2023.
Uso
atual: Em ótimo estado de
conservação e sob controle da Secretaria de Cultura de Cataguases, na antiga Estação funciona hoje o Posto de Saúde da Comunidade.
Situação Atual: Ramal Erradicado.
E. F. Cataguazes (1895-1903)
E. F. Leopoldina (1903-1967)
E. F. Cataguazes (1895-1903)
E. F. Leopoldina (1903-1967)
HISTÓRICO DA LINHA:
Os dois Ramais, o de Mirahy - que partia de
Cataguazes - e o de Santana de Cataguazes - que partia de Sereno, no primeiro Ramal - foram abertos em 1895
pela E. F. Cataguazes, empresa que foi incorporada à Leopoldina em 26/03/1903.
O Ramal de Santana de Cataguazes foi suprimido em 10 de abril de 1965 e o de Mirahy, em 31
de março de 1967 http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_ramais_1/gloria.htm
A ESTAÇÃO:
Partindo da Estação Sereno com destino a Mirahy, passava-se pela Parada Joaquim Vieira e
chegava-se à Estação Glória - localizada no Distrito de mesmo nome - pertencente ao Município de Cataguases. Logo em seguida, a ferrovia
entrava em terras do Município de Mirahy.
Fazendo parte
do projeto de restauração do Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura do Município, em minha visita ao distrito em maio de 2012 o prédio da Estação Glória havia acabado de passar por uma ampla e bela reforma, se encontrando em
excelente estado de conservação.
Em meu retorno à comunidade em março de 2023, reencontrei a Estação ainda em bom estado de conservação, sendo usada como Posto de Saúde comunitário.
Vale
destacar que em todas as Estações localizadas no Município de Cataguases que
visitei, tanto em 2012 como em 2023, foi realmente gratificante observar a preocupação com a
preservação do Patrimônio Histórico Ferroviário, em especial, neste Ramal que
já se encontra desativado há tanto tempo.
Além das fotos que fiz em minhas visitas, abrindo esta matéria trazemos também mais um espetacular registro do acervo do IPHAN onde, com imenso prazer, realizei a restauração fotográfica. Uma belíssima fotografia que sem dúvida trará na memória de todos as doces lembranças dos tempos em que o Trem passava pelo Distrito de Glória.
Na foto acima, Dna. Josefina na plataforma da antiga Estação Glória. Popularmente conhecida na comunidade como “Fina”, ela é responsável pelo Posto de Saúde.
HISTÓRIAS DA FERROVIA EM GLÓRIA:
Em
minha última visita à Estação Glória, em março de 2023, tive a grata surpresa de conhecer Dna.
Josefina – popularmente conhecida na
comunidade como “Fina”. Nascida no Espírito Santo, veio para Glória aos 2
anos de idade com toda a família acompanhando seu Pai, José Azevedo Santos – o Sr. Zezinho – ferroviário e Chefe da
Estação. Uma das características desta função são as constantes transferências, assim ele veio para a Estação de Glória. Fina nos conta que em uma destas mudanças, o Sr. Zezinho foi teria sido transferido para Petrópolis, mas ela ficou só um
mês por lá, pois já estava noiva em Glória e retornou para se casar. Lembra-se também que, quando
adolescente, ia todos os dias de Trem para estudar em Cataguases. Hoje
Dna. Fina é responsável pelo Posto de Saúde que funciona na antiga Estação
Glória morando bem em frente, na também antiga Casa do Chefe da Estação. Ela
fez questão de abrir o prédio para eu conhecer o Posto de Saúde, tudo bem
cuidado, enfim, à serviço da comunidade. Disse que Glória era uma comunidade muito
movimentada nos tempos da ferrovia, que “tudo acabou quando a ferrovia acabou”,
só ela ficou!
Disse:
“minha filha é doida para me levar para
morar com ela, mas não quero. Moro aqui desde novinha. Namorei, noivei e casei aqui!
Não quero mais sair de Glória.”
Acima, a antiga Casa do Chefe da Estação, hoje residência de Dna. Fina.
Abaixo, o interior da antiga Estação, onde hoje funciona o Posto de Saúde da comunidade.
Na sequência
abaixo, registros feitos em minha primeira visita à Estação de Glória, em maio
de 2012.
Um comentário:
Parabéns pelo trabalho de " Arqueologia Histórica"! Pena que os leitos de nossas ferrovias não foram preservados e nem conservados.
Gerson Romero
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